Coletânea com 5 histórias: O Homem da Areia; Don Juan; Até Que o Olho me Chame (Gluck); O Fantasma Noivo; O Castelo Mal-Assombrado (O Morgado). Em termo de FC, o único conto de algum interesse é O Homem da Areia, um dos mais conhecidos de ETAH, por sua vez um dos principais autores do romance gótico que deu origem à literatura de terror e fantástica moderna. O Homem da Areia refere-se à construção de uma espécie de androide, uma boneca com vida, Olímpia, obra de um cientista ou alquimista, e da obsessão de um jovem com relação a ela, apaixonando-se e sendo levado à loucura. Toda a narração mantém uma dúvida acerca dos fatos, se referem-se à realidade ou a um sonho alucinado do personagem central. O conto antecede em dois anos a história mais famosa de Mary Shelley, Frankenstein. A história foi filmada em 1900, num curta metragem de 2 minutos, Coppélia ou La Poupée Animée, com direção de Georges Méliès, na verdade uma adaptação do balé de Délibes, por sua vez baseado na ópera de Edmond Audrian, que baseou-se na obra de Hoffmann; em 1911, 1915 e 1923, como uma das 3 histórias de Hoffmanns Erzaehlungen, com direção respectivamente de Anton Kolm, Richard Oswald e Max Neufeld, os três filmes baseados na ópera de Offenbach, baseada na obra de ETAH; em 1951, com o título Tales of Hoffmann, com direção de Michael Powell e Emeric Pressburger, também baseado na ópera de Offenbach; em 1966, com o título Dr. Coppelius, com direção de Ted Kneeland.
As demais histórias giram em torno de aparições misteriosas e sombrias que afetam a vida dos personagens ou servem como pano de fundo para história de vingança e ódio, como em O Castelo Mal-Assombrado. Os conhecimentos musicais do autor podem ser percebidos nos contos Don Juan e Até Que o Olho me Chame, nos quais mais uma vez fantasmas rondam silenciosamente os caminhos do personagem central. Um livro inevitável como referência e, ainda que às vezes com histórias que apresentam tramas extremamente complicadas, próprias da época, têm interesse ainda hoje.