Originalmente publicado pela Francisco Alves Ed. Um dos mais conhecidos e comentados livros de SK, ainda que grande parte da crítica costume ressaltar bastante as possíveis deficiências da história. Basicamente, trata-se de uma história de um carro assombrado por uma presença, ou talvez um carro que recebeu uma espécie de vida, maléfica, ao passar pelas mãos de proprietários bastante violentos e ser o centro de acontecimentos macabros. Ele é encontrado em péssimas condições por um jovem estudante que costuma ser massacrado pela presença dos fortões e poderosos da escola, sempre incapaz de se impor. Ele apaixona-se pelo carro, compra-o e consegue reformá-lo por inteiro. Aos poucos, vai sendo dominado pelo carro, que chama de Christine, e sua personalidade modifica-se, ao mesmo tempo em que o carro parece ganhar uma força que não possuía antes, sendo capaz de reformar a si próprio e partir para atividades violentas, vingando-se e atacando pessoas. O que poderia ser um tema bobo ganha uma nova vitalidade nas mãos de SK que, como invariavelmente faz, consegue compor momentos de terror absoluto. E, como ocorre em outros livros do autor, trabalha com alguns dos valores populares mais estabelecidos na sociedade americana, sempre com uma visão crítica, no caso a luta pelo poder na sociedade, que surge desde os primeiros momentos da vida adulta ou adolescente, mostrada cruamente, e o grande ícone da sociedade norte-americana, o carro, utilizado como forma de projeção e status social. Algumas metáforas podem até mesmo ser óbvias, mas são tratadas com grande competência. A história foi filmada por John Carpenter em 1983, com o título Christine, O Carro Assassino (Christine) e, como a maioria das histórias de SK levadas às telas, não chegou aos pés do livro.