Livros

Heliópolis (Heliopolis) – 1949, Ernst Jünger. Nova Fronteira (1981), 303 páginas.

O autor alemão EJ é bastante conhecido na Europa e muito pouco no Brasil, sendo este seu primeiro trabalho publicado aqui. A história situa-se num futuro indeterminado, após os “Grandes Incêndios”, uma referência a uma guerra que deixou a Terra radioativa. Os homens já percorrem as estrelas, mas pouco é falado sobre isso, a não ser ao final. A ação centra-se na cidade de Heliópolis, o símbolo da sociedade que se desenvolveu dividida entre uma aristocracia pacífica, mas que não deseja mudanças, conservadora, e uma classe que pretende o poder popular e as grandes mudanças advindas da ciência, mas que não se inibe ao utilizar a violência, inclusive manipulando o povo para isso. Os dois lados degladiam-se, mas não ousam entrar em confronto direto, enquanto um “regente” permanece distante, nas estrelas ou em algum lugar atemporal, observando. A trama segue as tentativas de um personagem aristocrata em harmonizar as duas situações conflitantes, os modos de pensar opostos, que a ele não parecem suficientes. Um livro maravilhosamente bem escrito, porém repleto de discussões filosóficas que, com certeza, não deverão agradar àqueles que esperam da FC apenas a aventura e ação ilimitada.