Como já apresentou em outros livros, aqui RS trabalha em torno da possibilidade de um mundo futuro superpopuloso, uma Terra com 75 bilhões de habitantes vivendo em prédios gigantescos de 1000 andares, com a população sendo incentivada à procriação. Os que não seguem os padrões estipulados pelo governo, com nítidas tendências religiosas, são condenados à morte imediata. RS compôs o livro na forma de uma série de contos abordando vários aspectos dessa sociedade, com as pessoas tentando conviver da melhor maneira possível com os dogmas rígidos, a violência e uma estratificação social impiedosa. Como forma de manutenção do status quo, até mesmo a lavagem cerebral é incluída. RS não apresenta muitas possibilidades de saída desse mundo apavorante, ou talvez nenhuma saída, o que faz do livro, mais do que um exemplo do tipo de tema que gosta de abordar, um dos melhores exemplos das preocupações sociais e políticas da FC da época, apresentando de forma crua a tendência para a massificação de opiniões e formas de agir. Muito bom.