Considerada entre as maiores escritoras do mundo, MA já havia trafegado pela FC cm seu excelente A História da Aia (1985). Aqui ela retorna ao gênero com uma história situada num futuro não muito distante no qual a civilização foi completa e rapidamente destruída. Quem narra os acontecimentos é o Homem das Neves, nome que inventou para si mesmo, intercalando sua vida atual como um dos únicos representantes da raça humana e os acontecimentos do passado recente, que levaram ao fim da sociedade. O Crake do título era seu amigo, um gênio que conseguiu juntar vários gênios para, secretamente, criar uma nova raça por meio da genética. Mais que isso, preparou um vírus impossível de ser combatido e, no momento certo, soltou-o no mundo, dizimando a população humana e “limpando” o mundo para a raça que criou. Oryx era a mulher que o Homem das Neves, ou Jimmy, e Crake amavam. O novo mundo é repleto de seres geneticamente alterados, fruto de experiências que já vinham sendo criminosamente conduzidas pelas grandes corporações, e que foram soltos no mundo quando o vírus se espalhou. A história apresenta uma situação que não está longe de nossa realidade, num momento em que as alterações genéticas ameaçam se transformar num negócio gigantesco e, provavelmente, sem controle, de modo que é impossível prever o que pode acontecer, para o bem ou para o mal. Um livro sensacional.