Relançado no Brasil em 2010, com o título A Revolta de Atlas (Ed. Sextante). Escritora russa radicada nos EUA, AR teve muita influência nos anos 1950 devido ao que ela chamou de "filosofia objetivista", e o que os críticos chamam de "reacionarismo de direita". Nesse livro, como em toda sua obra, prega que o mundo e a sociedade só existem graças aos esforços de homens com capacidade acima do normal, geralmente grandes empresários, que assumem uma posição egoísta e individualista, em oposição ao altruísmo e socialismo que destroem a sociedade. Aqui, ela apresenta um mundo em que praticamente só existem “repúblicas populares”, com os EUA como o último bastião da liberdade, sendo conquistado aos poucos. John Galt é o homem que inventou uma nova forma de obter energia a partir do ar, e que convence os industriais do país a retirarem-se com ele para um refúgio nas montanhas, enquanto o corporativismo acaba com a criatividade, com a recompensa ao melhor trabalhador e arrasa o país, que entra no caos total. Muitas noções sobre o corporativismo são bem apresentadas e poderiam muito bem ser aplicadas ao que ocorre ou ocorreu, em grande parte, ao longo do século 20 e ainda hoje. No entanto, a noção dos super-homens como os responsáveis pelo sustento do mundo (o super-homem Atlas, do título original), é ultrapassada e insuficiente para explicar os problemas do mundo, assim como a ideia da escritora de que os EUA são a única nação do mundo que se desenvolveu graças aos seus esforços e sem o uso da força, simplesmente ignorando que o país foi conquistado por meio de uma das maiores guerras genocidas da história da humanidade, e que a riqueza dos campos de petróleo que movem os EUA foi tomada a força do México. No mais, um livro excessivamente longo, com discursos intermináveis e repetitivos dos personagens, numa história que poderia ser contada em um terço do espaço gasto.