Um clássico da FC, tido por muitos críticos como o melhor livro de JB, e também um dos primeiros livros da moderna FC a introduzir a religião nas histórias, antecipando o clássico Um Cântico Para Leibowitz. Num futuro em que os terrestres espalham-se pelo universo, conhecendo novos mundos e utilizando-os para seus propósitos, encontra-se finalmente um mundo habitado por uma raça inteligente, com aparência reptiliana e conhecimentos profundos em algumas áreas, ainda que em outras estejam atrás dos terrestres. Para o planeta é enviada uma missão composta por quatro pessoas, uma delas um jesuíta e botânico, que devem elaborar um relatório determinando se o planeta deverá ser mantido “fechado” ou “aberto” ao contato e exploração terrestre. Na volta, trazem com eles um ovo de um alienígena, dado como presente por um dos seres, que nasce e desenvolve-se na Terra, onde é o centro de uma revolta popular que se encontrava latente por anos. Trata-se de uma das mais interessantes abordagens do tema “contato com raças alienígenas”, ao mesmo tempo mostrando como os humanos podem alterar de forma definitiva e, muitas vezes, destrutiva, as raças com as quais entram em contato, no momento em que não abandonam critérios e métodos de pensamento que não podem ser aplicados a uma raça completamente desconhecida. O dilema principal gira em torno do padre jesuíta, pertencente a uma ordem religiosa que ainda mantém um grande poder na Terra, que projeta nessa sociedade totalmente diferente da terrestre suas próprias noções de bem e mal, suas concepções do que deva ser o universo e de como devem ser os seres inteligentes. O fato do ser alienígena levado à Terra dar início a uma verdadeira revolução é encarado como mais uma prova de que os aliens não poderiam ser considerados como pertencentes ao bem. Mas nada é tão facilmente resolvido. Belíssimo livro de JB e um dos melhores da ficção científica.