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ALÉM DA MARGEM e ANOS-LUZ

Séries de TV

autorGilberto Schoereder
publicado porGilberto Schoereder
data02/06/2022
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A primeira temporada de duas excelentes séries.

Duas séries que estrearam em 2022 no Prime Video apresentam estranhas passagens para fora do nosso mundo e do nosso tempo.

(Amazon Studios/ Flame Ventures/ Plan B Entertainment/ Reunion Pacific Entertainment).

Além da Margem (Outer Range) apresenta um cenário um tanto incomum para uma história de ficção científica – ou, pelo menos, imagina-se que seja ficção científica; é sempre bom esperar pelas demais temporadas para ter certeza de que nenhum novo elemento será introduzido na trama.
Seja como for, a história situa-se no Wyoming e envolve duas famílias com fazendas na região. E, apesar de situar-se nos tempos atuais, tem um certo clima de faroeste, uma vez que as duas famílias – os Abbott e os Tillerson – têm uma rivalidade entre eles que lembra a dos antigos filmes do gênero. Os Tillerson, liderados pelo doente patriarca Wayne Tillerson (Will Patton), são os mais ricos e, pode-se dizer, vorazes, desejando obter parte da fazenda dos Abbott na marra. Os Abbott são liderados por Royal (Josh Brolin), um homem quieto, com um passado envolto em mistério.
O setor da fazenda de Royal que Tillerson deseja para si é exatamente onde se encontra um imenso buraco redondo no chão, com bordas perfeitamente delineadas, como se tivessem sido cortadas com uma máquina especial. E o buraco, preenchido por uma estranha névoa negra, aparentemente é uma passagem temporal, a respeito da qual apenas Royal tem conhecimento, ainda que Tillerson tenha uma lembrança não muito clara de algo que lhe aconteceu no local quando era criança.
O clima de confronto entre as famílias só piora ao longo dessa primeira temporada, e as coisas não ficam nem um pouco mais tranquilas após a chegada de Autumn (Imogen Poots), uma jovem misteriosa que também parece ter interesse no local e que tem informações que prefere guardar para si.
Completando o cenário, a xerife Joy (Tamara Podemski) investiga estranhos eventos que, ao que tudo indica, estão relacionados ao buraco, ao mesmo tempo em que tem de lutar para manter seu cargo, ameaçado por aqueles que não gostam de ver uma nativa americana naquela posição.
Excelentes interpretações, em particular de Josh Brolin, Lily Taylor e Will Patton, com clima sustentado até o último episódio. É aguardar para ver o que vem pela frente.


Anos-Luz (Night Sky) já começa com uma grande vantagem sobre outras séries do gênero: a presença dos excepcionais J.K. Simmons e Sissy Spacek.

(Amazon Studios/ Legendary Television/ Mosaic).

Eles interpretam o casal de idosos Irene e Franklin York, levando uma vida que seria absolutamente comum para pessoas de sua idade, não fosse o fato de terem, no subterrâneo do quintal de sua casa, uma passagem para outro mundo – ou outros mundos.
Durante muitos anos, eles mantiveram em segredo a existência da câmara, visitando o local de tempos em tempos. Uma passagem subterrânea leva a um estranho aparelho de origem desconhecida, capaz de transportá-los imediatamente a uma sala com uma imensa janela panorâmica com vista para um planeta distante, com um visual maravilhoso.
Na época em que a história inicia, eles parecem estar um tanto cansados das visitas, ainda que Irene ainda espere que algo diferente aconteça. E acontece, é claro. Um dia, um jovem desconhecido aparece subitamente na sala extraterrestre, exatamente no momento em que Irene iria tomar uma atitude radical. E a presença do jovem, Jude (Chai Hansen), dá início a uma série de eventos que irão trazer nova luz à existência do teletransporte.
A história tem um desdobramento em uma pequena vila na Argentina, na propriedade onde vivem Stella (Julieta Zylberberg) e sua filha adolescente Toni (Rocío Hernández). A mãe faz parte de um grupo que, aparentemente, tem a missão de proteger as demais máquinas de teletransporte existentes no planeta. E parece que elas não são poucas.
Do que ficamos sabendo, esse grupo parece ter uma espécie de missão de cunho religioso, com ações violentas sempre que preciso, e uma das missões de mãe e filha tem a ver com a presença de Jude em nosso mundo.
As constantes referências a uma missão religiosa tornam indefinida a definição do gênero de história da série. Mas, seja como for, existem incríveis máquinas de teletransporte, e o final da temporada traz revelações sensacionais e abre inúmeras possibilidades para a sequência.