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E AINDA ESSES GOVERNOS E DESGOVERNOS

ESPECIAIS/VE GOVERNOS GALÁCTICOS

autorGilberto Schoereder
publicado porGilberto Schoereder
data08/10/2020
fonte
Mais alguns governos galácticos nos livros, cinema e televisão.

Ilustração de Gary Ruddell.

A quantidade de impérios, federações, alianças e outros tipos de comunidades galácticas é imensa. Nem sempre elas são o centro das atenções nas obras, mas compõem o pano de fundo para o desenvolvimento de milhares de histórias.
A seguir, listamos apenas algumas das histórias que não foram comentadas nas matérias anteriores, lembrando que ainda existem muitas mais.

 

DARKOVER

Capa de Frank Kelly Freas (Ace Books, 1971).

A série de livros de Marion Zimmer Bradley com histórias situadas no planeta Darkover. Em alguns deles é citado o Império Terrano. Sabe-se que há milhares de anos naves partiram da Terra em busca de novos planetas, em uma época em que as naves mais rápidas do que a luz ainda não tinham sido desenvolvidas. Uma dessas naves teve problemas e caiu no planeta. Sem condições de consertá-la, os sobreviventes estabeleceram-se em Darkover, realizando o maior número possível de relações entre eles para garantir sua sobrevivência genética. Eventualmente, eles procriaram com os Chieri, os habitantes originais do planeta, humanoides que trocam de sexo dependendo da situação em que se encontram, e cujas vidas podem atingir milhares de anos.
O reencontro com o Império Terrano ocorre provavelmente 10 mil anos depois, quando os terrestres novamente chegam ao planeta, agora com naves que viajam mais rápido do que a luz, e causam alguns problemas na sociedade darkovana, estabelecendo uma base e um espaçoporto. O livro Os Destruidores de Mundos (The World Wreckers, 1971) é um dos que apresenta a ação mais violenta do Império Terrestre, ou Terrano, contra Darkover, apesar de ser um livro dos mais fracos na série. Os chamados “destruidores de mundos” são especialistas contratados em vários planetas do Império com a missão de agir em planetas que se encontram fechados para transações comerciais e industriais, como é o caso de Darkover. Assim, tentam manter os interesses do Império e de grandes corporações, e suas ações incluem provocar incêndios nas florestas do planeta, tentativas de assassinato contra o regente da sociedade e a implantação de vírus que inutilizam o solo para plantio.
(Veja mais na matéria Poderes Construídos)


NULOS (The Interpreter, 1960)

Capa de Bruce Pennington (New English Library, 1972).

Brian Aldiss.

Um livro menor de um dos mais importantes autores da ficção científica (publicado nos EUA em 1967, com o título Bow Dow to Null).
Os nulos do título são alienígenas do planeta Partussy, um império antiquíssimo e poderoso que tomou conta da Terra e a governa de forma ditatorial há dois mil anos. Inicialmente, chegam apresentando-se como parceiros econômicos, mas acabam instaurando um sistema colonialista que trata os terrestres como seres de terceira categoria, sem quaisquer regalias. Um pequeno grupo inicia um movimento de resistência.
Diante do que Aldiss fez de melhor, esse é bem inferior.

 

 


ROTA DE COLISÃO (Collision Course, 1961)

Capa de Ed Emshwiller (Avalon Books, 1961).

Robert Silverberg.

 

 

 

 

 

 


BILL, O HERÓI GALÁCTICO (Bill, The Galactic Hero, 1965)

Capa de Richard Powers (Berkley Medallion, 1966).

Harry Harrison.

O livro é um clássico do gênero, em particular na modalidade humor, com a construção de um universo caótico e uma história das mais improváveis que leva o jovem lavrador Bill a uma aventura na galáxia.
Harry Harrison ressalta os maiores clichês do gênero transformando-os em momentos de humor abrasivo. No caso do nosso interesse aqui, o ponto principal é o imenso império e sua sede, Helior, um planeta-cidade que lembra Trantor, de Fundação, de Isaac Asimov. Aqui, Helior é uma inacreditável confusão de pessoas sem identidade definida, sujeira, confusão e uma burocracia esmagadora que impede que qualquer pessoa tenha uma vida normal.
Todas as falas do livro são repletas de cinismo, sarcasmo, duplo sentido e críticas ao sistema, assim como às situações de heroísmo mais óbvias da ficção científica chamada “militarista”. Não existe absolutamente nenhuma pessoa que possa ser chamada de normal; todos querem alguma coisa, tirar vantagem de alguma forma, enquanto Bill vai aos poucos transformando-se de um jovem ingênuo no herói de que fala o título, ou seja, um sujeito que consegue sobreviver à confusão indescritível que é o universo, mesmo que para isso às vezes tenha de agir como um canalha.
Não existe ordem em coisa alguma, a não ser a ordem que as pessoas procuram criar à sua volta, e mesmo assim, por poucos instantes. Não existe segurança; assim que um pouco de ordem é criada, logo surge um imprevisto para acabar com ela, e sempre um imprevisto causado pela burocracia e imbecilidade do Império. Na verdade, forma um esquema perfeito do qual ninguém tem a menor possibilidade de escapar.
Em meio ao humor alucinante, talvez o melhor já produzido pela ficção científica, Harry Harrison construiu um pesadelo de incoerência, irracionalidade, estupidez e violência, do qual não se vê a menor possibilidade de escapar. E ele se renova ao final da história, propondo um novo e alucinante ciclo de situações desesperadoras.
E, ainda assim, muito engraçadas.


SÉRIE WAYFARERS

Becky Chambers.
A série de livros de Becky Chambers apresenta histórias situadas em um universo repleto de seres alienígenas, unidos em uma aliança, a Comunidade Galáctica (Galactic Commons). Até aqui foram publicados: A Longa Viagem a um Pequeno Planeta Hostil (The Long Way to a Small, Angry Planet, 2015); A Vida Compartilhada em uma Admirável Órbita Fechada (A Closed and Common Orbit, 2016); Os Registros Estelares de uma Notável Odisseia Espacial (Record of a Spaceborn Few, 2018). Está programado para 2021, The Galaxy, and the Ground Within. No Brasil, os livros foram publicados pela Darkside.
Chambers conquistou seu espaço publicando o primeiro livro de forma independente e logo recebendo uma série de elogios da crítica, elaborando uma space-opera diferente, não focada em guerras, mas em uma variedade de vida no universo que consegue coexistir.
O centro das ações é a nave Andarilha (Wayfarer), capaz de abrir túneis no espaço que possibilitem viagens imediatas a lugares distantes do espaço.


SAGA VORKOSIGAN

Capa de Alan Gutierrez (Baen, 1986).

Série de livros e contos de Lois McMaster Bujold, uma das autoras mais premiadas da ficção científica. A galáxia apresentada na série não tem raças alienígenas; assim como Asimov imaginou em Fundação, apenas os humanos colonizam uma série de planetas. Para isso, utilizam os “buracos de minhoca”, podendo viajar quase instantaneamente de um sistema solar a outro, ainda que para isso tenham de utilizar pilotos com implantes cerebrais que lhes permitem “dobrar” o espaço tridimensional em cinco dimensões.
Aqui não existe a formação de um império englobando todos os planetas colonizados, mas alguns deles formam seus próprios impérios, conquistando os planetas mais próximos ou mesmo atravessando os “buracos” para a conquista.
Como os planetas desenvolveram-se de forma isolada, cada um tem sua própria cultura, criando alguns elementos de choque, como ocorre com a Beta Colony, uma sociedade mais igualitária, e Barrayar, mais voltada para o aspecto militarista. Assim, a autora pode trabalhar com temas variados em cada livro, abordando aspectos da tecnologia e sua influência na vida das pessoas, assim como aspectos das relações pessoais e em sociedade.

Abaixo: Falling Free (capa de Vincent Di Fate, 1987); The Mountains of Mourning (capa de Alan Gutierrez (1989); Labyrinth (capa de Frank Kelly Freas, 1989); Weatherman (capa de Dell Harris, 1990).


Até onde sei, nenhum livro da autora foi publicado no Brasil, apesar de ser um sucesso de vendas e de crítica, ganhando ou sendo indicada para todas as principais premiações do gênero.

Dreamweavers Dilemma (capa de Bob Eggleton. NESFA Press, 1996);

As histórias, na ordem de publicação: Aftermaths (1986, na revista Far Frontiers); Shards of Honor (1986); The Warrior’s Apprentice (1986); Ethan of Athos (1986); Falling Free (1987, na revista Analog Science Fiction and Fact); Brothers in Arms (1989); The Mountains of Mourning (1989, na revista Analog Science Fiction and Fact); Labyrinth (1989, na revista Analog Science Fiction and Fact); Borders of Infinity (1989), livro que reúne três histórias já publicadas (The Mountains of Mourning, Labyrinth e The Borders of Infinity, publicada em 1987 em Free Lancers; a história Borders of Infinity amarra as três); Weatherman (1990, em Analog); The Vor Game (1990); Barrayar (1991, em três partes, na revista Analog); Mirror Dance (1994); Cetaganda (1995, em quarto partes, na revista Analog); Dreamweaver’s Dilemma (1996, coletânea de histórias e contos, incluindo o do título); Komarr (1998); A Civil Campaign (1999); Diplomatic Immunity (2002); Winterfair Gifts (2004, na antologia Irresistible Forces, com histórias de outras autoras); Cryoburn (2010); Captain Vorpatril’s Alliance (2012); Gentleman Jole and the Red Queen (2016); The Flowers of Vashnoi (2018).



IAN WALLACE

Capa de Paul Lehr (Berkley Medallion, 1968).

Escritor norte-americano falecido em 1998, ao que se sabe não publicado no Brasil. Ele compôs uma série de histórias situadas em um futuro comum, com algumas semelhanças às aventuras e space-opera de A.E. Van Vogt. Apresenta o Sistema Solar como o membro dominante de um grupo de planetas, do qual participam várias espécies alienígenas, que também tentam obter o controle das ações.

                                                                                                        Capa de Bryn Barnard (DAW Books, 1989).

John Clute disse que o autor produziu uma série de romances de FC fora do comum, separados em duas séries principais: "Croyd Spacetime Maneuvres" e "St. Cyr Interplanetary Detective". Muitas das histórias, diz Clute, estão mais ou menos relacionadas a um fundo em comum, 500 anos no futuro, “(...) ainda que as contorções barrocas de seus enredos tendem a obliterar qualquer sentido de continuidade que se sustente, e frequentemente tornam muito difícil determinar a era precisa da história em questão”. Segundo Clute, a relação que geralmente se estabelece com a obra de Van Vogt ocorre devido “(...) à arbitrariedade exuberante semelhante a um sonho”, assim como aos diálogos assustadoramente ineptos, ainda que um senso de humor afiado seja sempre evidente em sua obra.
Assim como em Van Vogt, o personagem Croyd é o mestre secreto dos mundos humanos em quase toda a série, quase sempre opondo-se ou iniciando mudanças radicais que fundamentam o universo.
A série de livro inicia com Croyd (1967) e termina com Megalomania (1989).


HYPERION (1989-1999)

Capa de Gary Ruddell (Doubleday Foundation, 1989).

Dan Simmons.

Série de livros e contos situados no século 29, quando a Hegemony of Man (Hegemonia do Homem) engloba milhares de planetas, que podem entrar em contato uns com os outros por meio de portais. A Hegemonia mantém uma aliança com a TechnoCore, civilização formada por inteligências artificiais.
Os livros são: Hyperion (1989); The Fall of Hyperion (1990); Endymion (1996); The Rise of Endymion (1997). Os contos são: Remembering Siri (1983, publicado em Isaac Asimov's Science Fiction Magazine); The Death of the Centaur (1990, publicado na coletânea Prayer to Broken Stones); Orphans of the Helix (1999, publicado na coletânea Far Horizons: All New Tales from the Greatest Worlds of Science Fiction).



SÉRIE “CULTURE”

Iain M. Banks.
Série de dez livros escritos entre 1987 e 2012, com histórias abordando a sociedade conhecida como The Culture, espalhada pela Via Láctea e composta por várias raças alienígenas e inteligências artificiais. Para saber mais, ver as matérias Eu Sou Uma Nave e Um Mundo de Distopias e Utopias.


SÉRIE “DREAD EMPIRE’S FALL”

Walter Jon Williams.

Série composta, até agora, por sete livros: The Praxis (2002); The Sundering (2003); Conventions of War (2005); Investments (2008); Impersonations (2016); The Accidental War (2018); Fleet Elements (previsto para dezembro de 2020).
Seque a linha conhecida como FC militarista, apresentando uma galáxia em guerra entre humanos e outras raças, após o colapso do império galáctico da poderosa raça alienígena Shaa.


 

 

 


BABYLON 5 (1994-1998)

(Babylonian Productions/ Warner Bros. Television).

A boa série criada por J. Michael Straczynski apresenta tanto impérios quanto alianças galácticas. A começar pela Aliança Terrestre, envolvendo a Terra e suas colônias. Inicialmente uma aliança com fins pacíficos, ela desenvolveu-se para formar um império com tendências tirânicas, sendo combatido pelas colônias.
Uma das principais raças, os Minbari, com quem a Terra esteve em guerra, formam a Federação Minbari; os Centauri formam a República Centauri, mas na realidade são um império, ainda que em decadência; os Vorlon são uma incógnita, sendo uma das raças mais antigas e poderosas do universo, e seu governo às vezes é apresentado como o Império Vorlon.

 


O ÚLTIMO GUERREIRO DAS ESTRELAS (The Last Starfighter, 1984)

(Lorimar Film Entertainment/ Universal Pictures).

Direção de Nick Castle.

Filme voltado para o público jovem e bem interessante e movimentado. Seres alienígenas enfrentam problemas em sua parte da galáxia e espalham vídeo games em vários planetas, visando encontrar bons “guerreiros das estrelas” para pilotarem suas naves contra o inimigo. Um jovem da Terra consegue quebrar o recorde do jogo e é recrutado por um alienígena. O conflito envolve a Liga Estelar Rylan e o Império Ko-Dan.

 


COMANDO ESTELAR (Star Command, 1996)
 


TROPAS ESTELARES (Starship Troopers)

Tanto o livro de Robert A. Heinlein, publicado em 1959, quanto o filme baseado no livro, dirigido por Paul Verhoeven em 1997, apresentam o governo terrestre, que se expande para suas conquistas na galáxia, como uma federação. No livro, é a Federação Terrana; no filme, é United Citizen Federation; mas de federação não tem nada. Trata-se de um governo tirânico e militarista com características fascistas, expandindo-se pela galáxia, até encontrar a raça de seres semelhantes a aranhas gigantescas, com a qual entra em guerra.

 


HONORVERSE

Capa de Larry Schwinger (Baen, 1993).

David Weber.

Série de livros que tem como personagem principal Honor Stephanie Alexander-Harrington, oficial da Royal Manticoran Navy, a armada espacial da Star kingdom of Manticore, apresentada como uma monarquia interestelar. A história geral mostra que a humanidade partiu da Terra para explorar novos planetas há cerca de dois mil anos, inicialmente utilizando naves com velocidades abaixo da velocidade da luz, posteriormente desenvolvendo sistemas de propulsão mais eficientes e chegando a velocidades maiores do que a da luz.
As colônias inicialmente formam uma liga, a Solarian League, depois passando por uma diáspora. Outro protagonista é Haven, ou People’s Republic of Haven, que aos poucos transforma-se em um governo conquistador, anexando outros planetas e formando um imenso império interestelar. Manticore torna-se sua principal antagonista, mas existe um terceiro envolvido na questão, manipulando as ações de ambos para obter o domínio na galáxia.
Catorze livros compõem a série diretamente ligada à personagem Honor Harrington, mas existem outras dezenas de livros relacionados ao mesmo universo. O primeiro da série original foi On Basilisk Station (1993) e o último Uncompromising Honor (2018).



NIGHT’S DAWN TRILOGY

Capa de Jim Burns (Pan Books, 1996); The Naked God (capa de Jim Burns. Macmillan UK, 1999).

Peter F. Hamilton.

Também conhecida como a trilogia da Confederação, a série traz os livros The Reality Dysfunction (1996), The Neutronium Alchemist (1997) e The Naked God (1999), cada um com cerca de mil páginas. Os dois primeiros livros foram publicados em Portugal  como A Disfunção da Realidade – Emergência – 1 e 2, e A Disfunção da Realidade – Expansão 1 e 2 (coleção Argonauta Gigante, 2000), e O Alquimista de Neutrónio também em quatro volumes (coleção Argonauta Gigante, 2004).
As histórias situam-se no século 27, quando mais de 900 mundos foram colonizados pelos humanos, além de asteroides e estações espaciais espalhadas pela galáxia, e todos eles formam uma Confederação, com um governo único, e inclui algumas raças alienígenas. Além das naves tradicionais, também existem naves “vivas”, conscientes.
O enredo envolve ainda o contato com uma entidade alienígena de uma galáxia distante, e esse contato possibilita que as almas dos mortos retornem e possuam os corpos humanos.

 


COMMONWEALTH SAGA

Capa de Jim Burns (Macmillan UK, 2004).

Peter F. Hamilton.

Outra série de Peter F. Hamilton que apresenta a humanidade expandindo-se pela galáxia, formando a Commonwealth e encontrando raças alienígenas, inclusive a raça chamada Primes, extremamente agressiva, com a qual entra em guerra. Os livros são: Pandora’s Star (2004) e Judas Unchained (2005). No mesmo ambiente, Hamilton ainda publicou a "Trilogia Void": The Dreaming Void (2007); The Temporal Void (2008); The Evolutionary Void (2010). E ainda outra série, "The Chronicle of the Fallers", com os livros: The Abyss Beyond Dreams (2014) e Night Without Stars (2016).

 


 


PERRY RHODAN

A mais longa série de livros da ficção científica, tendo iniciado em 1961, criada pelos escritores alemães K.H. Scheer e Walter Ernsting. Já com cerca de 3 mil exemplares publicados, a série continua, sendo escrita por vários autores. O ponto de partida é uma expedição terrestre à Lua, liderada pelo major Perry Rhodan, onde encontram uma nave alienígena do planeta Arkon, com tecnologia muito mais avançada, da qual os terrestres se apropriam, dando início a uma saga que vai se estender pelo universo, por universos paralelos e por tempos distintos, incluindo viagens ao passado.
Entre outros, a série apresenta o Império Solar, uma espécie de aliança entre a Terra e mundos alienígenas.
(Mais informações podem ser encontradas na matéria "Perry Rhodan 50 anos: o futuro da série", do escritor Roberto de Sousa Causo, publicada em 2011 no Terra Magazine. Além de ser um dos principais autores de FC do Brasil, Causo é um dos grandes fãs e conhecedores da série, tendo desenvolvido sua própria série de histórias inspiradas por Perry Rhodan)
 


HUMANX COMMONWEALTH

Capa de Michael Whelan (Del Rey / Ballantine, 1982); capa de Henrique Cayatte.

Alan Dean Foster.

A entidade política imaginada por Alan Dean Foster foi utilizada como pano de fundo para dezenas de suas histórias. A Humanx Commonwealth é uma comunidade formada pelas duas raças que habitam uma série de planetas – os humanos, originários da Terra, e a raça insetoide dos Thranx – e forma um governo democrático, com as duas raças beneficiando-se intensamente do contato e convivência.
Os livros começaram com histórias centradas no personagem Flinx, mas séries posteriores recuam até a época da formação da comunidade.
Segundo John Clute, às vezes os livros lembram o trabalho mais antigo de Poul Anderson, e a sequência é vasta e exuberante, “(...) apesar de tender ao melodrama e ser propensa à utilização em forma de fábula de elementos da ficção científica e da fantasia como percepção extrassensorial e dragões”. Ainda assim, Clute entende que vários dos melhores livros de Alan Dean Foster estão dentro da série.
Até onde pude verificar, apenas dois títulos foram publicados em português, na Coleção Caminho de Portugal: Por Amor da Não-Mãe (For Love of Mother-Not, 1983), que na ordem cronológica é a primeira aventura de Flinx; Nem Lágrimas de Cristal (Nor Crystal Tears, 1982), que conta a história do contato entre os humanos e os thranx.



SÉRIE THE INTERDEPENDENCY

Capa de Sparth (Tor, 2017).

John Scalzi.

Série com três livros: The Collapsing Empire (2017); The Consuming Fire (2018); The Last Emperox (2020). Interdependency é o nome do império humano com mil anos de idade, abrangendo 48 sistemas estelares que se conectam através de portais estelares naturais que permitem viagens rápidas, ainda que não instantâneas.
No momento em que a história do primeiro livro começa, cientistas percebem que o Flow, o sistema de conexões ligando os mundos, está prestes a entrar em colapso, deixando os mundos isolados.

 

 


SÉRIE TERRAN CONFEDERACY

Capa de Jim Burns (DAW Books, 1995).

S. Andrew Swann.

As séries dividem-se em duas trilogias. A primeira é "Hostile Takeover", com os livros: Profiteer (1995); Partisan (1995); Revolutionary (1996). A segunda é "Apotheosis", com os livros: Prophets (2009); Heretics (2010); Messiah (2011).
As histórias situam-se no século 24, com os humanos já tendo colonizado vários mundos com os quais entram em contato por meio de “buracos de minhoca”, estabelecendo uma espécie de confederação. Segundo John Clute, a primeira série é uma space-opera que apresenta várias espécies, com a Confederação Terrana sendo dominante e concebida de forma ambivalentemente libertária, ao mesmo tempo sustentando a anarquia, porém com corporações interestelares, totalmente livres de controle, criando prisões para obter lucro. Na segunda série, as raças humanas e pós-humanas passam pelo período que Poul Anderson descreveu como a “Longa Noite”, após a queda do sistema de governo.



SÉRIE CoDOMINIUM

A Spaceship for the King (capa de Frank Kelly Freas, 1971).

Jerry Pournelle.

Longa série de histórias situadas no mesmo ambiente, começando pela formação do CoDominium na Terra, uma aliança entre os Estados Unidos e a União Soviética, que partem juntos para a colonização interestelar. É inventado um aparelho que permite viagens quase imediatas abrangendo anos-luz. As histórias mostram a Terra perdendo sua influência, a formação de um império galáctico liderado por outro planeta, uma série de guerras de independência e a formação de um segundo império.
A primeira história, Peace With Honor, foi publicada em 1971, na revista Analog Science Fiction/ Science Fact e as demais estenderam-se até atualmente, com a participação de outros escritores como Larry Niven, S.M. Stirling e John F. Carr. Elas também foram divididas em diferentes sequências, ou arcos de histórias, como as que estão ligadas ao gênio militar Falkenberg, personagem que surge em sua primeira história e em algumas mais.
Analisando a história A Spaceship for the King, publicada em três partes na revista Analog (1971/1972) – posteriormente ampliada com o título King David’s Spaceship (1981) – o crítico John Clute disse que também apresenta um gênio militar “(...) cuja semelhança com Falkenberg é obviamente de importância temática já que, na sequência, Pournelle sustenta implicitamente que a civilização só pode ser mantida por meio de uma estrutura hierárquica da sociedade que – talvez magicamente – consegue evitar a esclerose burocrática, e por meio da manutenção de virtudes militares como honra e lealdade”.



TERRO-HUMAN FUTURE HISTORY

Omnilingual (capa de Frank Kelly Freas, 1957).

H. Beam Piper.

Série de histórias abrangendo um período de seis mil anos, o que inclui a devastação da Terra por uma guerra nuclear e o surgimento de uma Federação Terrana, com expansão para outros mundos. A Federação entra em colapso e a galáxia passa por um período de guerras interestelares e por um período sem um governo central. Depois disso, surgem vários impérios galácticos que governam sucessivamente por cerca de quatro mil anos.
Algumas histórias foram desenvolvidas por outros escritores após a morte de Piper em 1964, e algumas foram publicadas em coletâneas póstumas de contos.
Posteriormente, as histórias foram divididas em diferentes sequências dentro da “história do futuro” iniciada por Piper. Assim, temos a “Era do Império”, “Federação” e “Space Vikings”, sendo que a sequência Federação ainda tem subdivisões com as sequências “Fuzzy” e “Poictesme”. Entre as primeiras histórias publicadas estão Ullr Uprising (também com o título Uller Uprising, 1952), Omnilingual (1957, na revista Astounding Science Fiction) e The Edge of the Knife (1957, na revista Amazing Stories).