Artigos

A ATLÂNTIDA

ESPECIAIS/VE MUNDOS PERDIDOS

autorGilberto Schoereder
publicado porGilberto Schoereder
data22/05/2023
fonte
A mais conhecida e procurada civilização perdida serviu de enredo e inspiração para as mais variadas histórias da ficção e fantasia.

Roy Hunt.
(Edipro/ 2012).

Certamente não existe mundo perdido mais conhecido e comentado do que a Atlântida. Desde que Platão falou sobre sua suposta existência em um passado remoto nas obras Timeu e Crítias, escritas por volta de 360 a.C., o súbito desaparecimento do continente, ou cidade, passou a povoar a imaginação de inúmeros escritores e pesquisadores; alguns entendendo que a civilização ancestral realmente existiu em algum lugar do planeta, originando buscas que se estendem até hoje; outros, utilizando-a como fonte de inspiração para obras de ficção e fantasia.
Os filósofos gregos posteriores a Platão entendiam que não havia fonte histórica confiável sobre a existência de tal civilização – que, aliás, não surge em nenhum outro documento antigo de outras civilizações locais – e dessa forma eles interpretavam o texto como uma alegoria ou uma metáfora.

                                                                    Página do título da segunda edição (1628).

No entanto, a Atlântida passou a surgir em diversas histórias de ficção, com variadas intenções. Possivelmente, a mais antiga ficção nesse sentido tenha sido a obra Nova Atlântida (1627), de Francis Bacon, que imaginava os sobreviventes da Atlântida como fundadores de uma utopia na América.
Everett Franklin Bleiler (em The Encyclopedia of Fantasy) lembra que a quantidade de estudos (muitos pseudocientíficos) a respeito da Atlântida foi imensa, com muitos documentos sendo produzidos desde a Idade Média até o século 19.

(Dover Publications/ 2011).

Mas o mais influente de todos foi certamente Atlantis, the Antedilivuan World (1882), de Ignatius Donnelly. David Pringle, Peter Nicholls e David Langford dizem que, “Ao contrário de Platão e de Bacon, que trataram a Atlântida como uma parábola exemplar, Donnelly estava convencido de que o continente tinha existido e tinha sido a origem de toda a civilização. Na verdade, o livro de Donnelly foi um criador de mitos, possivelmente a inspiração para todos os textos de pseudociência do século 20, e a inspiração de muitos trabalhos de ficção”.
Provavelmente, além do livro de Donnelly, outra postura também teve parte na popularização do mito da Atlântida, como lembra Bleiler, com a obra de Helena Blavatsky, a fundadora da Sociedade Teosófica, que entendia que a Atlântida tinha existido e era habitada por gigantes, e que eles tinham uma superciência baseada em poderes ocultos. Os habitantes do continente acabaram destruindo a si mesmos e ao próprio continente devido a sua obsessão com a magia negra, o que teria ocorrido há centenas de milhares de anos.
David Pringle, Peter Nicholls e David Langford dizem que o auge das histórias sobre Atlântida foi entre 1885 e 1930. “Antes um subgênero das histórias de mundos perdidos, às vezes das histórias utópicas, às vezes de ambas, talvez tenha sido mais frequentemente o veículo para especulação ocultista sobre poderes espirituais e, dessa forma, apenas marginalmente considerada fc”.
Everett Franklin Bleiler também destaca esse aspecto. “Particularmente forte na ficção”, ele diz, “é a ênfase no aspecto mágico de Atlântida, tanto como um local de magia como ela própria como uma origem de magia. Atlântida, como um local de encanto, pode se tornar esperança, perfeição, aspiração e promessa. Por exemplo, em Der Goldne Topf (1814), de E.T.A. Hoffmann, a Atlântida é uma terra dos sonhos maravilhosa, o centro do êxtase, o local da poesia, onde um jovem candidato a poeta aventura-se espiritualmente”.

Ilustração de Alphonse de Neuville, com Nemo e Aronnax observando as ruínas da Atlântida (J. Hetzel/ 1869). (Zahar/ 2011).

Na ficção, Atlântida surge na obra de Júlio Verne, em Vinte Mil Léguas Submarinas (Vingt Mille Lieues Sous les Mers, 1869-1870). Não é o ponto central da obra, mas em uma cena o Capitão Nemo e o professor Aronnax exploram as ruínas submarinas da Atlântida.
Em 1886, a escritora Ann Eliza Brainerd Smith, com o pseudônimo Mrs. J. Gregory Smith, publicou Atla: A Story of the Lost Island, com história situada na época do Dilúvio, e apresenta a Atlântida como uma civilização com tecnologia avançada, também apresentando os sobreviventes da catástrofe seguindo em direção à América Central.

(Aziloth Books/ 2017).

Uma obra mais voltada para a fantasia e o espiritualismo, seguindo a linha inspirada pelos teosofistas, foi Um Habitante de Dois Planetas (A Dweller on Two Planets, 1894. No Brasil, publicado pela AMORC), assinada por Phylos the Thibetan, pseudônimo do escritor americano Frederick Spencer Oliver. Segundo algumas fontes, o livro só foi publicado em 1905, seis anos após a morte de Spencer. Já na introdução, Oliver afirma que a história foi canalizada pelo espírito chamado Phylos the Thibetan, que lhe contou a história ao longo de três anos, abordando aspectos da cultura atlante, com tecnologia avançadíssima que incluía aeroplanos movidos a antigravidade, televisão, telefonia sem fio e muito mais. Lida com temas como reencarnação e viagens fora do corpo e para Vênus.

The Lost Continent, capa de Dean Ellis (Ballantine Books/ 1972); Atlântida, o Continente Perdido, capa com reprodução da obra Salomé Tatouée (1890), de Gustave Moreau (Devir).

O livro Atlântida, o Continente Perdido (The Lost Continent, 1900), de C.J. Cutcliffe Hyne, foi um dos mais famosos de sua época, originalmente publicado em seis partes em Pearson’s Magazine, em 1899. Segundo Bleiler, é fortemente baseado nas ideias de Donnelly e nos romances de H. Rider Haggar, “apresentando um romance dinástico enfadonho que, hoje, é ocasionalmente ridículo”.
O livro usa a técnica do “frame story”, ou narrativa moldura, que apresenta uma narrativa inicial para introduzir outra história. No caso, a história secundária, que é a principal, é narrada por Deucalião, um sacerdote guerreiro da antiga Atlântida, e segue os momentos que antecederam a queda da Atlântida que, após estabelecer colônias por todo o planeta, entrou em decadência devido a corrupção.
Aqui também entra em cena o aspecto mágico do continente perdido, conforme destacaram alguns críticos, afirmando que os sacerdotes locais conseguiam canalizar os poderes elementares do universo.

Outras obras surgiram nos anos seguintes, e até o século 20, e apresentamos algumas a seguir.


POSEIDON’S PARADISE: THE ROMANCE OF ATLANTIS (1892)

Elizabeth G. Birkmaier.
No romance da autora americana, a Atlântida é uma ilha que afunda após um terremoto. Os governantes são corruptos e quase ninguém sobrevive; sobram duas crianças europeias que tinham sido raptadas e que conseguem fugir para o que viria a ser a Grécia, civilização que elas começam a construir utilizando os conhecimentos obtidos na Atlântida.


A QUEEN OF ATLANTIS: A ROMANCE OF THE CARIBBEAN (1898)

Frank Aubrey.

(Forgotten Books/ 2018).

Aubrey reapresenta o personagem Monella, que surgiu no livro The Devil Tree of El Dorado, comentado na matéria Os Exploradores. Esse livro apresenta eventos anteriores, incluindo a descoberta de uma raça com poderes telepáticos vivendo no Mar de Sargaços.


 



THE SCARLET EMPIRE (1906)

David Maclean Parry.

(Grosset & Dunlap, New York/ 1906).

Uma sátira política apresentando uma distopia antissocialista cuja intenção, segundo John Clute, “é claramente ir em oposição a Daqui a Cem Anos (Looking Backward, 1888), de Edward Bellamy.
Um jovem socialista tenta suicidar-se afogando-se no mar, mas é salvo por um habitante da Atlântida, que ainda existe no fundo do mar protegida por uma redoma. A civilização segue um socialismo extremo que faz com que o jovem comece a mudar de opinião a respeito da “ditadura do proletariado”.
Clute lembra que o governo também utiliza uma droga nos cidadãos que antecede o que Aldous Huxley apresentaria em Admirável Mundo Novo. Além disso, aqueles que se mostram incapazes de conviver dentro dos parâmetros impostos na sociedade são fornecidos como alimento a um kraken, o monstro mitológico, que vive fora da redoma protetora.
Eventualmente, o jovem consegue escapar, destruir o monstro e romper a redoma da Atlântida, destruindo tudo.


POLARIS OF THE SNOWS (1915)

Charles B. Stilson.
Primeira parte de uma trilogia que teve sequência com Minos of Sardanes (1916) e Polaris and the Goddess Glorian (1917; depois com o título Polaris and the Immortals), todas publicadas originalmente na revista All-Story Weekly. Segundo John Clute, apresenta o personagem Polaris Janess, ao estilo de Tarzan, mas que passa sua infância na Antártida e, na vida adulta, enfrenta aventuras em um mundo perdido que é composto por uma colônia de gregos e sobreviventes da Atlântida, com conhecimentos avançados.

Abaixo: Polaris of the Snows, em All-Story Weekly, capa de P.J. Monahan (Frank A. Munsey/ 1915); em livro, capa de Gray Morrorw (Avalon Books/ 1965); Minos of Sardenes, em All-Story Weekly, (Frank A. Munsey/ 1916); em livro, capa de Gray Morrow (Avalon Books/ 1966); Polaris and the Goddess Glorian, em All-Story Weekly (Frank A. Munsey/ 1917); Polaris and the Immortals, capa de Gray Morrow (Avalon Books/ 1968).


L’ATLANTIDE (1919)

Pierre Benoit.
Um dos mais conhecidos de sua época e, até onde pesquisei, o livro do autor francês só está disponível em português pela editora portuguesa Minerva. Situa a história em 1896, no Saara da Argélia, então sob o domínio francês. Dois oficiais investigam o desaparecimento de outros oficiais e acabam sendo raptados e levados à terrível rainha Antinea, descendente dos governantes da Atlântida, que mantém seus 53 ex-amantes conservados em uma caverna. O objetivo dela é chegar a 120, quando então poderá descansar para sempre. Como seria de se esperar, um dos oficiais se apaixona por ela.

Abaixo: Edição original de L'Atlantide (Albin Michel/ 1919); capa de Jean-Claude Forest (Le Livre de Poche/ 1971); capa de Guido Crepax (Garzanti/ 1966); (Ace Books/ 1964).


PEOPLE OF THE DARKNESS (1924)

E. Charles Vivian.

People of the Darkness (Hutchinson/ 1924); The Lady of the Terraces (Ramble House/ 2010).

Esse aborda tanto o tema da Atlântida quanto o dos mundos perdidos subterrâneos, apresentando uma raça de pessoas com tentáculos, que originariamente eram escravos na Atlântida.
Outros dois livros do autor também fazem referência à Atlântida: The Lady of the Terraces (1925) e A King There Was (1926), ambos apresentando um grupo de sobreviventes do período pré-incaico.


 


WINE OF DEATH (1925)

Anthony Armstrong.

(Stanley Paul & Co./ 1925).

Com o título completo Wine of Death: A Tale of the Lost Long-Ago. David Langford e John Eggeling dizem que se trata de uma história sangrenta a respeito de uma comunidade de sobreviventes da Atlântida, governados por um monstro com um cérebro imenso e um corpo pequeno, e com nenhum senso de moral.

 



A CIDADE SUBMARINA (The Maracot Deep, 1927)

Arthur Conan Doyle.
História publicada originalmente em cinco partes em The Strand Magazine, entre outubro de 1927 e fevereiro de 1928, em em livro, em 1929. No Brasil, lançado pela Melhoramentos (1958), e em Portugal pela Argonauta (1992), com o título O Mundo Perdido no Fundo do Mar. Segundo John Clute e Brian Stableford, a história começa de forma promissora, com a descoberta da Atlântida, possuidora de alta tecnologia, com seus cidadãos morando em uma espécie de cidade submersa, mas que passa a lidar com divindades sobrenaturais e violações de tabus, e faz isso de uma forma que, um século depois, poderia parecer uma mistura consciente de gêneros narrativos, “mas aqui parece abandonar a coerência”.
O professor Maracot faz uma exploração submarina na costa africana, usando uma batisfera, entendendo ter encontrado a fossa mais profunda do Atlântico. Ele vai em companhia de Headley, o narrador da história, e quando se aproximam da borda da fossa, um crustáceo imenso corta a linha que sustentava o aparelho, e eles caem na fossa, sendo resgatados pelos atlantes, os últimos sobreviventes da Atlântida.
Headley narra suas aventuras no local e como retornaram à superfície, e também fala de um ser sobrenatural, relacionado ao deus fenício Baal, que levou os atlantes ao desastre.

Abaixo: The Maracot Deep, em The Strand Magazine (George Newnes/ 1927); em livro (Belmont Books/ 1970); a edição brasileira; a edição da Argonauta, capa de A. Pedro (1992).


THE SUNKEN WORLD: A ROMANCE OF ATLANTIS (1928)

Stanton A. Coblentz.

Capa de Roy Hunt (Fantasy Publishing Company, Inc./ 1948); ilustração interna de Frank R. Paul, para a publicação na Amazing Stories Quarterly (1928).

História publicada originalmente na Amazing Stories Quarterly. Um submarino americano na Primeira Guerra Mundial é capturado por um redemoinho e levado para o fundo do oceano, onde colide com uma imensa redoma. Claro que se trata da civilização da Atlântida, uma sociedade utópica cujos habitantes salvam a vida dos tripulantes. John Clute disse que se trata de uma obra com observações sarcásticas sobre a sociedade igualitária dos atlantes e também sobre a América contemporânea, “(...) apesar de que o narrador obtuso (do tipo encontrado em muitas utopias) tende a obscurecer algumas dessas questões”.
Também como é costume acontecer nessas histórias, o comandante do submarino acaba por se apaixonar por uma garota atlante e escapa com ela quando o domo da Atlântida é destruído.


KULL DE ATLÂNTIDA ou KULL, O CONQUISTADOR (1929)

Robert E. Howard.

Capa de Roy G. Krenkel (Lancer Books/ 1967).

Personagem desenvolvido por Robert E. Howard em uma série de contos, antes de desenvolver o seu personagem mais famoso, Conan. A primeira história publicada foi The Shadow Conqueror (1929), em Weird Tales. O personagem é apresentado como tendo nascido na Atlântida em 10.000 a.C., antes do cataclismo que a destruiu. Posteriormente, o personagem deixa a Atlântida e se torna Kull da Valusia.
Apenas três histórias de Kull foram publicadas antes da morte de Howard, em 1936; além da já citada, também The Mirrors of Tuzun Thune (1929) e Kings of the Night (1930), ambas em Weird Tales. As demais histórias foram publicadas mais tarde e reunidas em outros volumes, como em King Kull (1967), com edição de Lin Carter.


 



THEY FOUND ATLANTIS (1936)

Dennis Wheatley.

(J. B. Lippincott/ 1936).

Uma expedição submarina encontra por acaso a civilização da Atlântida no fundo do mar. Trata-se de uma mistura de ficção científica com fantasia, caindo para o aspecto místico que tantas histórias do gênero seguem. Os atlantes, por exemplo, passam meses dormindo e, nesse período, seus corpos astrais podem se locomover pela superfície do planeta e observar a vida das pessoas. Os atlantes vivem centenas de anos e são atormentados por uma raça de seres humanoides cegos.

 


ELAK OF ATLANTIS (1938-1941)

Henry Kuttner.
Série de quatro histórias com o personagem Elak, publicadas originalmente na revista Weird Tales e, posteriormente, reunidas em único volume com o título Elak of Atlantis (1985), trazendo ainda vários ensaios e ilustrações, inclusive um mapa da Atlântida. As histórias seguem a linha da “espada e feitiçaria” e são: Thunder in the Dawn (1938); Spawn of the Dagon (1938); Beyond the Phoenix (1938); Dragon Moon (1941).

Abaixo: capa de Andrew Hou (Paizo Publishing/ 2007); capa de Virgil Finlay para Spawn of the Dagon, em Weird Tales (Popular Fiction Publishing Co./ 1938); capa de Margaret Brundage para Beyond the Phoenix, em Weird Tales (Popular Fiction Publishing Co./ 1938); capa de Harold S. De Lay para Dragon Moon, em Weird Tales (Weird Tales/ 1941).


A MALDIÇÃO DA ATLÂNTIDA (The Atlantic Abomination, 1960)

John Brunner.


SÉRIE CIJA (1963/1977)

Jane Gaskell.
Os livros que compõem a série são: The Serpent (1963; posteriormente publicados em duas partes: The Serpent e The Dragon, ambos 1975); Atlan (1965); The City (1966); Some Summer Lands (1977).
Cija é o nome da personagem central, do continente chamado Atlan – que se supõe seja a Atlântida. Ela é mantida isolada do mundo até os 17 anos, até que é entregue como refém ao líder dos guerreiros meio humanos, meio répteis, que invadem a nação.
David Pringle, Peter Nicholls e David Langford disseram que a série é “expressiva e inventiva, mas escrita em uma prosa muito emotiva”, e que “forma a autobiografia de uma princesa de Atlântida, contém uma quantidade considerável de fantasias sexuais, e está mais próxima do romance popular do que da fc propriamente”. John Clute disse que “(...) sexo e feitiçaria abundam, e cientistas loucos espreitam extravagantemente. (...) Em termos de gênero, a série – às vezes de modo constrangedor, mas outras com desenvoltura – casa a fc com o romance popular; é repleta de invenção vigorosa e exuberante e, ocasionalmente, uma prosa quente demais”.

Abaixo: The Serpent, capa de Denvil (Hodder & Stoughton/ 1963); Atlan, capa de Denvil (Hodder & Stoughton/ 1965); The City, capa de Frank Frazetta (Paperback Library/ 1970); Some Summer Lands, capa de Boris Vallejo (Pocket Books/ 1979).


O ROMANCE DA ATLÂNTIDA (Romance of Atlantis, 1975)

Taylor Caldwell e Jess Stearn.

Capa de Tom Miller (Ed. Record).

A escritora ficou conhecida por uma série de romances best-sellers com ambientação histórica, e aqui situa a ação na Atlântida. Diz-se que a história surgiu a ela em uma série de sonhos quando tinha 12 anos de idade, mas seu pai não acreditou que ela pudesse ter escrito e, assim, o livro ficou inédito até 1975, quando publicou com a ajuda de Jess Stearn.
Apresenta a Atlântida governada pela Imperatriz Salustra, que tem um casamento arranjado com o governante de um império bárbaro ao norte. Apesar de possuir avançada tecnologia, a Atlântida se vê ameaçada pelos vizinhos e por uma série de desastres ecológicos.


A QUEDA DA ATLÂNTIDA 1: A TEIA DE LUZ (Web of Light, 1983)
A QUEDA DA ATLÂNTIDA 2: A TEIA DE TREVAS (Web of Darkness, 1983)

Marion Zimmer Bradley.

(Imago/ 1987).

Bradley apresenta a vida em Atlântida, misturando romance e magia. Existem dois poderes antagônicos na Casta dos Sacerdotes, uma delas dedicando-se à magia negra, a outra os guardiões das forças naturais e poderosas que, se forem mal utilizadas, podem ameaçar o mundo.
Posteriormente, os dois livros foram publicados em volume único com o título The Fall of Atlantis.
 


DECIPHER (2001)

Stel Pavlou.

(Simon & Schuster UK/ 2001).

Mais uma vez a Atlântida é descoberta na Antártida durante uma perfuração em busca de petróleo, que não é encontrado, mas sim um tipo especial de diamante com hieróglifos gravados. Ao mesmo tempo ocorrem explosões solares fora do normal e um tipo incomum de energia vinda do subsolo da Antártida. Os especialistas chamados para analisar a situação descobrem que o mesmo tipo de energia vem sendo detectado por satélites, emanando de locais antigos em todo o planeta.
A história envolve a possibilidade de estar para acontecer um evento catastrófico que se repete a cada 12 mil anos. Como o livro foi lançado em 2012, que se dizia ser o ano do apocalipse maia, é possível imaginar que a intenção do autor tenha sido aproveitar o momento.


OS ANCESTRAIS DE AVALON (Ancestors of Avalon, 2004)

Diana L. Paxson.

Capa de Dominic Harman (Ed. Rocco/ 2005).

A escritora elaborou o livro a partir de ideias deixadas por Marion Zimmer Bradley (falecida em 1999), que pretendia unir a história da Atlântida à de Avalon e da Grã-Bretanha, contada em seu livro mais famoso, As Brumas de Avalon.
A história situa-se em 2.500 a.C., quando o continente atlante está para ser destruído e um casal escapa em navios. A sacerdotisa Tiriki e seu marido Micail, também sacerdote, escapam em navios diferentes e chegam às ilhas de Tin, que são a Inglaterra, e ficam em pontos distantes, cada um acreditando que o outro está morto.
A sacerdotisa e outros atlantes cultuam a Grande Deusa, e o povo que habita o local adere a eles, formando uma nova religião. O sacerdote, em outro local, constrói um grande círculo de pedras, que será conhecido como Stonehenge, e tenta transformar o povo local em escravos.


ATLANTIS (Atlantis, 2005)

David Gibbins.

Capa de Lee Gibbons (Planeta/ 2006).

O arqueólogo submarino David Gibbins tornou-se um romancista de sucesso, utilizando seu conhecimento em pesquisas submarinas. Em Atlantis (lançado no Brasil em 2006, pela Editora Planeta), o arqueólogo Jack Howard encontra ruínas submersas que podem ser da Atlântida, e se vê em perigo quando mercenários ficam sabendo da descoberta.

 



SÉRIE: RAISING ATLANTIS (2005) – THE ATLANTIS PROPHECY (2008) – THE ATLANTIS REVELATION (2009)

Thomas Greanias.

(Pocket Books/ 2020).

A série de livros apresenta o dr. Conrad Yeats, especialista em arquitetura megalítica, chamado para analisar a descoberta do governo norte-americano: quando realizavam uma escavação na Antártida, eles acabaram descobrindo a civilização perdida da Atlântida. Ele descobre fatos que podem ameaçar a existência da humanidade e que se estendem pelos livros seguintes, envolvendo inclusive antigos segredos dos nazistas.

 



SÉRIES WARRIORS OF POSEIDON E POSEIDON’S WARRIORS (2007-2020)

Alyssa Day.

Capa de Judy York (Berkley Sensation/ 2007); (Holliday Publishing/ 2018).

Aparentemente, uma combinação de romance paranormal com o mito da Atlântida, em histórias voltadas para jovens mulheres, em um estilo que ficou conhecido como “chick lit”, com ênfase nos relacionamentos. O público alvo fica bem nítido quando se vê as capas dos livros.
Os eventos ocorrem 11 mil anos atrás, antes da Atlântida afundar no mar, quando Posseidon designou guerreiros especialmente escolhidos para serem sentinelas para os humanos, ainda que fossem proibidos de ter desejos por eles.
A série Warriors of Poseidon é formada pelos livros: Atlantis Rising (2007); Wild Hearts in Atlantis (2007); Atlantis Awakening (2007); Shifter’s Lady (2008); Atlantis Unleashed (2009); Atlantis Unmasked (2009); Atlantis Redeemed (2010); Atlantis Betrayed (2010); Vampire in Atlantis (2011); Heart of Atlantis (2012); Halloween in Atlantis (2016).
A série Poseidon’s Warriors é formada pelos livros: Christmas in Atlantis (2016); January in Atlantis (2018); February in Atlantis (2018); March in Atlantis (2018); April in Atlantis (2018); May in Atlantis (2019); June in Atlantis (2019); July in Atlantis (2020).


O CÓDIGO DE ATLÂNTIDA (The Atlantis Code, 2009)

Charles Brokaw.

(Planeta/ 2012).

Esse é o primeiro livro do autor apresentando o personagem Thomas Lourds, antropólogo e linguista, que tem como missão tentar interpretar o significado de inscrições encontradas em uma relíquia com 20 mil anos de idade, e que podem dar indicações sobre a localização das ruínas da Atlântida. Também interessado na descoberta está um grupo secreto ligado à Igreja Católica.