Baseado em livro com o mesmo título escrito por Craig Henderson em 1981, Terra Tranquila (The Quiet Earth) é um dos bons exemplos do cinema neozelandês que, na década de 1980, parece ter se tornado mais popular internacionalmente e passou por uma revitalização com a criação de uma agência governamental para financiar as produções.
É um dos melhores filmes de ficção científica sobre um mundo após o apocalipse, com influência marcante do clássico O Diabo, a Carne e o Mundo (The World, the Flesh and the Devil, 1959), mas com visão e soluções diferentes.
Bruno Lawrence interpreta o cientista Zac Hobson que, ao acordar uma manhã, percebe que o está sozinho no mundo. As pessoas simplesmente desapareceram sem deixar qualquer sinal. Vagando pela cidade vazia, ele se dirige ao local onde trabalhava, envolvido num projeto chamado Flashlight, dirigido pelos norte-americanos e que foi responsável pelo “fim do mundo”.
Eventualmente, já próximo da loucura, Zac encontra mais dois sobreviventes, uma mulher e um soldado maori, e com o tempo eles percebem o que têm em comum e porque sobreviveram.
O interessante final não oferece soluções fáceis ou explicações pseudocientíficas, deixando em aberto várias possibilidades de interpretação, inclusive, como alguns críticos sugeriram, uma interpretação de natureza religiosa, diretamente relacionada à razão de Zac ter sobrevivido.
Entre outras coisas, o filme também é um exemplo de como é possível fazer ficção científica com orçamento minúsculo – no caso, cerca de um milhão de dólares, quantia ínfima mesmo para 1985 (e não 1983, como aparece na capa do DVD). E apesar de particularmente achar que o melhor título em português seria “Terra Silenciosa”, isso certamente não vai atrapalhar a apreciação do filme.
TERRA TRANQUILA (The Quiet Earth, 1985)
Nova Zelândia
Direção: Geoff Murphy
Roteiro: Bill Baer, Bruno Lawrence e Sam Pillsbury
Com Bruno Lawrence, Alison Routledge, Pete Smith.
DVD Cult Classic