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08 Terror E MAIS ESSES FILMES

ESPECIAIS/VE FILMES DE TERROR E FANTASIA PARA REVER

autorGilberto Schoereder
publicado porGilberto Schoereder
data31/03/2022
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A ORGIA DA MORTE (The Masque of the Red Death, 1964)

Direção de Roger Corman.

Vincent Price, como a Morte Vermelha (Alta Vista Productions).

O sétimo filme no ciclo de filmagens de histórias de Edgar Allan Poe realizadas por Corman, e um dos melhores, com fotografia de Nicolas Roeg.
Vincent Price é o Príncipe Próspero, vivendo no mesmo castelo utilizado em outros cenários de filmes do ciclo. Enquanto a Morte Vermelha assola o país, o príncipe refugia-se em seu castelo, não permitindo a entrada dos pobres e divertindo-se com os nobres. A Morte Vermelha, uma espécie de peste, assume a forma humana para apresentar-se no castelo do príncipe e matar seus convidados e ele próprio.

Vincent Price, como o Príncipe Próspero.

Um filme excelente, com cenas maravilhosas e surrealistas, como o baile de máscaras ao final, quando todos encaram a presença da Morte, e o encontro dos representantes da Morte que assolaram o mundo, vindos de várias partes. Vincent Price, como sempre, está ótimo, exagerando quando tem de exagerar e contendo-se quando necessário, possibilitando um toque de humor bastante comum nas filmagens de Corman. Como sempre, a adaptação é bastante livre, mas o resultado é um dos melhores filmes de terror da época.
Phil Hardy disse que “Onde muitos filmes dessa natureza tendem a simplesmente exagerar no sangue, aqui existe um genuíno calafrio de um mal intelectual porque Price, iniciando torturas com um característico ar de exultação sádica, também apresenta uma verdadeira curiosidade filosófica com relação aos territórios desconhecidos aos quais sua busca pelo mal pode levá-lo. Podemos acreditar imediatamente nesse seu mundo, onde o Bem e o Mal não são apenas palavras, mas ideias a serem testadas e, talvez, serem consideradas insuficientes”.
No Brasil, lançado em DVD.
 


TERROR NA PENUMBRA (Nothing But the Night, 1973)

Direção de Peter Sasdy.

Peter Cushing e Christopher Lee (Charlemagne Productions).

Mais uma produção inglesa com a dupla Peter Cushing e Christopher Lee. Um filme que tem uma trama um tanto complicada e, às vezes, com alguns diálogos um tanto confusos, mas que ainda assim vale a pena assistir.
O que realmente está acontecendo é cuidadosamente ocultado do espectador até as cenas finais. O ponto principal são as crianças de um orfanato em uma ilha da Escócia, controlado por um grupo de curadores. Um policial (Lee) resolve investigar o caso das mortes súbitas de alguns curadores. Uma das meninas do orfanato envolve-se na investigação quando, após um acidente de ônibus em que o motorista morre, ela é internada em um hospital e, sob hipnose, revela detalhes da vida da fundadora do orfanato, já falecida.
O policial e o médico (Cushing) acreditam que alguém esteja querendo apossar-se do dinheiro da fundação, mas o que parecia ser um crime financeiro acaba se revelando algo muito maior, envolvendo os curadores da fundação, que encontraram uma forma de prolongarem suas vidas transferindo suas personalidades.
No Brasil, lançado em VHS e em DVD.
 


O TEMPLO DAS TENTAÇÕES (Something Wicked This Way Comes, 1983)

Direção de Jack Clayton.

(Walt Disney Productions/ Bryna Productions).

Baseado em história de Ray Bradbury, com roteiro dele mesmo. Não chega a captar na totalidade o clima de fantasia presente em suas histórias, mas é um bom filme de Jack Clayton, diretor do excepcional Os Inocentes (The Innocents, 1961).
Um circo chega a uma pequena cidade dos EUA, maravilhando dois jovens amigos. Mas é um circo diferente, mágico e perverso, dando às pessoas o que elas mais desejam, mas recebendo muito mais em troca. As pessoas se tornam como escravas dos seres do circo, que também possuem um carrossel que gira ao contrário, rejuvenescendo as pessoas. Os dois amigos e o pai de um deles lutam para salvar a cidade do terror que se instalou.
O detalhe da produção é que o próprio Ray Bradbury escreveu o roteiro e, segundo se diz, escolheu Jack Clayton para dirigir, talvez pensando em seu trabalho em Os Inocentes. O filme tem momentos de puro terror, ainda que possa ser considerado uma fantasia, ou o que os americanos chamam de “dark fantasy”. Como em tantas histórias de Bradbury, a inocência das crianças encontra o Mal em pessoa e tenta vencê-lo da melhor forma possível.
A produção da Walt Disney é excelente, com cuidado técnico para efeitos especiais e visuais, para a trilha sonora de James Horner e a fotografia de Stephen H. Burum (o mesmo de Enigma do Mal). E o elenco ajuda muito, com a presença de Jason Robards, Jonathan Pryce, Diane Ladd e Royal Dano.

 


OLHOS DE FOGO (Eyes of Fire, 1983)

Direção de Avery Crounse.

(Elysian Pictures).

História situada na América do Norte em 1750, ainda dividida entre Inglaterra e França. Em um pequeno vilarejo de colonos ingleses e irlandeses, uma mulher se cansa de esperar que o marido desaparecido retorne e se une a um pastor. Este protege uma mulher jovem tida como louca que possui estranhos poderes, e que viu sua mãe queimar na fogueira. A população local não gosta disso e eles precisam fugir.
Perseguidos também por índios, entram em um vale habitado por seres demoníacos. Segundo a lenda, o demônio nasce da terra, o sangue dos mortos vai para a terra e flui para um mesmo local, onde se forma o ser demoníaco. Ele está, então, em todas as coisas, nas árvores, no chão, e assim que ele aparece tenta dominar os sobreviventes do grupo fugitivo.
Um filme interessante, com bonita fotografia, não tanto aterrorizante quanto fantástico, procurando mais os momentos de fantasia do que de terror. Os efeitos são simples, mas eficientes, e a história ganha um clima de alucinação ao ser narrada pelas crianças que sobreviveram ao massacre do grupo. O único problema parece ser uma certa dificuldade no roteiro ao esticar demasiadamente certas cenas, outras vezes cortando abruptamente.
No Brasil, lançado em VHS (Jaguar).
 


A COMPANHIA DOS LOBOS (The Company of Wolves, 1984)

Direção de Neil Jordan.
 


DELÍRIOS MORTAIS (Nomads, 1986)

Direção de John McTiernan.

Pierce Brosnan e Lesley-Anne Down (Cinema VII/ Producers Sales Organization).

O filme recebeu o prêmio do público no Festival Internacional do Filme Fantástico e de Ficção Científica de Paris, mas a crítica nem sempre reagiu tão bem. Porém, trata-se de um bom filme e uma abordagem curiosa de um estudo antropológico levado às últimas consequências pelo professor francês (Pierce Brosnan), que aparece no hospital para o qual é levado, às portas da loucura. Ao falar ao ouvido da médica que o atende (Lesley-Anne Down) antes de morrer, ele lhe transmite todo o seu conhecimento, sua memória sobre o que aconteceu, e ela revive tudo.
Ele estava atrás de um grupo de nômades, ou o que ele considerava os nômades modernos, pessoas que não têm lugar certo para morar. Ao reviver suas experiências, ela fica sabendo que ele havia fotografado esse grupo, mas as pessoas não apareciam nas fotos, confirmando uma velha teoria levantada por ele de que os nômades, existentes em todo o mundo, eram espíritos demoníacos dos inuit, que teriam a capacidade de habitar corpos humanos e de levar à loucura as pessoas que os perseguissem. O antropólogo, quanto mais os persegue e tenta estudá-los, mais louco fica, e chega a conclusão de que ele próprio é um deles. Muito bem feito, com bons diálogos e fotografia.
No Brasil, lançado em DVD (Abril).
 


MARCAS DE UMA PAIXÃO (Siesta, 1987)

Direção de Mary Lambert.



UMA PAIXÃO SEM PASSADO (The Girl in a Swing, 1988)

Direção de Gordon Hessler.