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ESPECIAIS/VE MUNDOS PERDIDOS

autorGilberto Schoereder
publicado porGilberto Schoereder
data22/05/2023
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Capa de Richard Powers (Permabooks, 1954).

Nada melhor do que uma história sobre um mundo perdido com o título de O Mundo Perdido, que é o caso do livro de Arthur Conan Doyle, The Lost World, publicado em 1912, e tido como um dos mais perfeitos exemplares do gênero, além de ser um dos mais populares. A história foi publicada originalmente em capítulo em The Strand Magazine e, ainda em 1912, em livro. Foi a primeira história na qual apareceu o personagem Professor Challenger, que se tornou um dos mais conhecidos do autor, só superado por Sherlock Holmes.
O professor lidera uma expedição científica à bacia do Amazonas, encontrando um platô no qual ainda vivem animais pré-históricos e uma tribo de homens-macaco, seres primitivos que acabam sendo praticamente dizimados.
O crítico George Mann disse que o livro de Conan Doyle inspirou um grande número de obras semelhantes sobre terras e povos perdidos, inclusive as obras de Edgar Rice Burroughs, mas há dúvidas de que Burroughs tenha buscado sua inspiração em Doyle e não em Haggard.

Ilustrações para The Lost World, em The Strand, de Harry Rountree (1912).

Na época do lançamento do livro, a crítica publicada no The New York Times Book Review, ainda que lançasse uma sombra negativa em seu final exagerado, perguntava se Conan Doyle pensou, ao escrever seu livro, que iria provar que Rider Haggard não havia esgotado as possibilidades da ficção estranha e maravilhosa; ou se ele havia usado ironia para escrever uma caricatura dos romances de aventura; ou ainda se ele havia utilizado toda sua imaginação científica e desenvolvido sua ideia central. “Qualquer que fosse sua intenção”, diz o texto, “ele produziu um conto altamente interessante de aventura bizarra do tipo de agitar os corações e despertar o espanto até mesmo dos leitores já cansados do tema. A paixão do autor pelos detalhes e sua habilidade para lidar com eles, além de seu conhecimento científico correto, faz com que tudo não apenas pareça possível, mas perfeitamente real”.

Capas de A. Pedro (Argonauta) e Rui Ligeiro (Presença). Edição brasileira da Francisco Alves.

O especialista na vida e obra de Conan Doyle, John Lellenberg, falando sobre o livro, lembrou que Conan Doyle queria escrever uma aventura no estilo das obras de Rider Haggard e que, a época em que estava escrevendo O Mundo Perdido também foi o período em que os “espaços vazios” no mapa mundial estavam diminuindo cada vez mais. Lellenberg diz que “Quando um personagem de O Mundo Perdido observa que ‘Os grandes espaços em branco no mapa estão todos sendo preenchidos e não há mais espaço para o romance em lugar nenhum’, Conan Doyle estava citando a si mesmo anonimamente, de uma palestra que ele dera no ano anterior em um almoço em honra do explorador do Ártico, Robert Peary”.

Como se vê, a história situa-se praticamente no limiar daquele mundo “aberto” ao qual os críticos se referiam na primeira matéria. Mas os autores ainda encontravam os espaços no “mundo fechado”, como fez Edgar Rice Burroughs com suas histórias situadas no mundo perdido de Opar, começando com A Volta de Tarzan, em 1913, e a partir de 1914, com as histórias sitiadas em Pelucidar, uma imaginária Terra Oca.
Os primeiros anos do século 20 continuaram a apresentar algumas histórias do gênero, como as de Henry Bedford-Jones, começando com The Buddha’s Elephant (1916), publicada em All Around com o pseudônimo Allan Hawkwood, na qual o autor apresenta uma região desconhecida da China que foi colonizada por gregos que se perderam do exército de Alexandre.

The Seal of John Solomon, capa de Modest Stein (1915); The Temple of the Ten, capa de Richard Robertson (1973, Donald M. Grant).

Bedford-Jones também criou uma série de livros com o personagem John Solomon nos quais surgem mundos e cidades perdidas, como em Solomon’s Quest, publicado originalmente em 1915 em People’s Magazine, e em 1924 com o pseudônimo Allan Hawkwood. No livro, a ação centra-se em Theopolis, um mundo perdido que é uma ilha cercada por areia movediça, e que mantém o corpo roubado de Maomé. Em 1915, na revista Argosy, ele publicou The Seal of John Solomon, história na qual ele apresenta uma sociedade de cruzados que se estabeleceu em um vulcão no deserto da Arábia, com a intenção de guardar um segredo. Em Gentleman Solomon (1915), publicada na People’s Magazine, ele apresenta uma raça desconhecida de anões brancos vivendo no Congo Belga. E ainda mais uma história de uma raça perdida em The Temple of the Ten (1921), publicada originalmente em Adventure Magazine e, posteriormente, em livro (1973), com um ensaio introdutório de Donald M. Grant.

Land of the Shadow People, capa de P.J. Monahan (1920, Frank A. Munsey).

Charles B. Stilson, um nome bem conhecido das revistas pulp da época, escreveu A Man Named Jones (1919) e a sequência Land of the Shadow People (1920), histórias publicadas em partes na revista All-Story Weekly (e, posteriormente, em livro). Geralmente, Stilson tem suas obras de ficção, fantasia e aventura tidas como sendo claramente inspiradas por Edgar Rice Burroughs. No caso dessas histórias, elas apresentam o personagem do título, Jones, em busca de uma misteriosa mulher que estaria prisioneira na Polinésia, local que seria a origem de uma esmeralda que ele obtém de forma desconhecida. Como John Clute explica, a história chega ao seu clímax com a descoberta de um povo não humano perdido em uma ilha do Pacífico, uma raça de camaleões que faz de tudo para manter sua existência em segredo.

                                                                                                                                                         Capa de David Ireland (Donald M. Grant, 1975).

Seguindo a linha do mundo perdido no qual vivem animais pré-históricos surgiu The Bowl of Baal (1916), de Robert Ames Bennet, originalmente publicada na revista All Around e, posteriormente, em livro (1975). Baal é o nome do local, situado em algum ponto do Oriente Médio. O personagem Larry O’Brien está fotografando o deserto na Península Arábica quando parte em uma aventura após encontrar uma mensagem com um pedido de ajuda para uma sacerdotisa chamada Istara, que estaria sendo oprimida pela sacerdotisa do mal, Tigra, ligada a um ser do mal, Dweller. Ele encontra uma civilização perdida, escondida em um cânion, as duas sacerdotisas, e o ser, Dweller, um réptil ancestral que se alimenta de carne humana. Também se envolve com a política local, encontra homens-macaco e outros animais pré-históricos.

(1918/ Frank A. Munsey).

Em 1918, a revista Argosy publicou Citadel of Fear, em sete partes, história de Gertrude Barrows Bennett, que usava o pseudônimo Francis Stevens, e que hoje é vista como uma das precursoras da fantasia e ficção científica, e uma das melhores escritoras de sua época. O livro apresenta a aventura de um irlandês e um americano que descobrem uma cidade perdida dos astecas, Tlapallan, na verdade um local mítico da cultura asteca. Na cidade, um dos aventureiros é dominado por um deus malévolo, enquanto o outro se apaixona por uma mulher local.
A história não termina com a descoberta, uma vez que os homens retornam para suas casas e o que foi dominado pelo ser do mal leva com ele uma monstruosidade para o mundo civilizado.
John Clute lembra que Bennett já havia publicado a história The Nightmare (1917), na revista All-Story Weekly, também situada em um mundo perdido situado em uma ilha do Pacífico, com um clima surreal e “um enredo que, às vezes, antecipa o da série de TV, Lost”.

Os críticos costumam dizer que Gertrude Barrows Bennett foi uma das grandes inspiradoras de A. Merritt. John Clute disse que “Uma similaridade em estilo e em imagens levou muitos leitores a acreditar que Francis Stevens fosse um pseudônimo de A. Merritt que, na verdade, desde cedo estava ciente do trabalho dela, foi influenciado por ele, e a elogiou diretamente”.

                                                                                                                                           Capa de Glen White (Frank A. Munsey, 1920).

Além de sua história mais conhecida, The Moon Pool (comentada na matéria As Sociedades da Terra Oca), Merritt escreveu The Metal Monster (1920), originalmente publicado em oito capítulos na revista Argosy All-Story Weekly, e que traz mais uma vez o personagem Dr. Goodwin, que havia aparecido em The Moon Pool. O cientista está participando de uma expedição botânica no Himalaia com alguns colegas quando observa um estranho fenômeno semelhante a uma aurora. Ao investigar, eles se veem cercados por inimigos e são salvos por uma mulher que se chama Norhala, capaz de controlar raios e metais, formas geométricas animadas.
Norhala salva o grupo e eles vão para um vale onde se encontra o Metal Monster, o monstro de metal, uma verdadeira cidade onde se encontram as coisas de metal, e que é governada pelo que chamam de Metal Emperor.
John Clute e Peter Nicholls disseram que “(...) a criatura, que tem uma assustadora e indeferente alteridade, claramente influenciou as visões posteriores de H.P. Lovecraft sobre o horror cósmico”.
Alexei e Cory Panshin (em The World Beyond the Hill: Science Fiction and the Quest for Transcendence) disseram que “Os maiores alcances da visão de Merritt simultaneamente científica e espiritual são encontrados em The Metal Monster”, entendendo que, no início, a história tem a aparência de um romance de povos perdidos, mas, no entanto, logo se desenvolve em uma história da descoberta de seres alienígenas.

Capa de Paul Stahr (Frank A. Munsey, 1930).

David Pringle lembra que “A. Merritt se tornou um dos escritores mais populares desse tipo de ficção, com uma sequência de romances fantásticos extremamente coloridos”, que vão desde o já citado The Metal Monster até The Face in the Abyss (1923) e The Dwellers in the Mirage (1932). O primeiro foi publicado originalmente na revista Argosy, e teve um complemento, The Snake Mother (1930), em sete capítulos, também na Argosy. Apresenta o engenheiro de minas americano Nicholas Graydon, que está procurando um tesouro inca perdido na América do Sul. Ele encontra Suarra, ajudante daquela que é chamada de Snake Mother of Yu-Atlanchi, e que leva Graydon a um local onde está aprisionado Nimir, Senhor do Mal. Como disse John Clute, esse é um dos trabalhos de Merritt que se afastaram de quaisquer explicações semelhantes às da ficção científica, descrevendo uma raça ancestral e quase extinta de seres semirreptilianos.

The Face in the Abyss, capa de Paul Stahr (Avon Book Co./ 1945); The Dwellers in the Mirage, capa de Robert A. Graef (Frank A. Munsey/ 1932).

The Dwellers in the Mirage foi publicado originalmente na revista Argosy, em seis capítulos, e apresenta o americano Leif Langdon, que descobre um vale aquecido no Alasca, habitado por duas raças. Uma adora um ser chamado Khalk’ru, uma espécie de kraken que eles evocaram de outra dimensão e à qual oferecem sacrifícios humanos.
David Pringle disse que as histórias de Merritt eram exuberantes e extravagantes, representativas das aventuras de povos perdidos entrando em sua fase final e “decadente”; eram histórias que já não podiam ter credibilidade como as antigas histórias de mundos e povos perdidos, e “(...) se tornaram perfeitas fantasias que podiam muito bem ser apresentadas em uma série de mundos paralelos”.

Veja a seguir mais algumas histórias do gênero.


THE WHITE WATERFALL (1912)

James Francis Dwyer.

(Frank A. Munsey/ 1912). The City of the Unseen, capa de C. D. Williams (Frank A. Munsey/ 1913).

História publicada na revista The Cavalier, situada em uma ilha do Pacífico sul, onde os exploradores encontram um povo com um estranho culto chamado Wizards of the Centipede (algo como “os magos da centopeia”).
Dwyer voltaria ao tema dos mundos perdidos com The City of the Unseen (1913), publicado na revista Argosy. Dessa vez, o mundo e o povo perdidos encontram-se na Arábia.

 


MARCHING SANDS (1919)

Harold Lamb.

Marching Sands (Frank A. Munsey/ 1919); The House of the Falcon (Reading Essentials/ 2019).; A Garden to Eastward (Doubleday/ 1947).

Publicado originalmente em 4 partes na revista Argosy, em 1919, e em livro, em 1920. Aqui, uma cidade perdida chamada Sungun existe no deserto de Gobi, na Ásia, e é habitada por descendentes dos cruzados. Em 1921, Lamb publicou The House of the Falcon que, segundo John Clute, apesar de não ser uma sequência, apresenta uma raça de adoradores do Sol, em um ambiente semelhante. Harold Lamb ainda publicaria A Garden to the Eastward (1947), na qual apresenta uma tribo que vive em um vulcão extinto no Curdistão.


THE GARDEN OF EDEN (1922)

Max Brand.

The Garden of Eden (Western Classic Press/ 2018); The Smoking Land, capa de Rudolph Belarski (Frank A. Munsey/ 1937).

Pseudônimo do escritor Americano Frederick Faust, mais conhecido por uma série de faroestes e pela série com o personagem Dr. Kildare, que gerou uma famosa série de TV. Poucas informações a respeito desse título, a não ser que John Clute o classificou como uma história de mundo perdido, misturada com faroeste.
Ele também publicou The Smoking Land (1937), na revista Argosy, com o pseudônimo George Challis, no qual, segundo Clute, ele apresenta outro mundo perdido de modo estereotipado, dessa vez no Ártico, com uma civilização com aparelhos futuristas.


THE PATHLESS TRAIL (1922)

Arthur O.Friel.

Capa de Jeff Jones (Centaur Press/ 1969).

O primeiro livro de uma série de aventuras com os personagens McKay, Ryan e Knowlton, com histórias situadas na América do Sul. No Peru, eles encontram as ruínas de um povo misterioso que viveu na região e que, ao contrário dos incas, tinha pele branca.


 

 


CITY OF WONDER (1922)

E. Charles Vivian.

City of Wonder, capa de David Ireland (Centaur Press/ 1973); Fields of Sleep, capa de Thomas Canty (Donald M. Grant/ 1979).

O povo perdido aqui é formado por sobreviventes da Lemúria, que vivem em um local chamado Kir Asa. Três exploradores vão à procura da cidade, para alguns a mais antiga do mundo, e acabam encontrando. Os habitantes dizem que não foram eles que a construíram, mas uma raça ainda mais antiga, e que agora o local está em decadência.
Vivian também escreveu Fields of Sleep (1923), referente a sobreviventes da Babilônia que estão presos em um vale na Malásia devido a uma estranha planta com um aroma que, quando inalado, faz com que as pessoas precisem permanecer no local ou morrer.


THE ODYSSEY OF HUSKY HILLIER (1924)

F.A.M. Webster.
O autor inglês publicou várias histórias sobre povos e mundos perdidos, geralmente voltados para o público infantil, começando com The Odyssey of Husky Hillier, no qual surge uma mulher na linha de Ela, de Haggard, que é a governante de toltecas que ainda vivem no Mato Grosso. Existem também seres pré-históricos e metais desconhecidos da ciência da época.
Posteriormente, ele publicou o que ficou conhecido como a sequência Star Lady, iniciando com Star Lady (1935) e depois com Son of Abdan (1936). As histórias situam-se na África e, mais uma vez, uma mulher semelhante a Ela governa uma raça de pigmeus.
Outros livros envolvendo mundos perdidos incluem: The Ivory Talisman (1930); Gold and Glory (1932); Lost City of Light (1934), situado no Tibete; Second Wind (1934); Mudenbi Girl (1935), com um povo com poderes paranormais que vive dentro de um vulcão extinto; The Trail of the Skull (1937); e The Land of Forgotten Women (1950), no qual uma civilização de amazonas vikings é descoberta na África.


THE PURPLE SAPPHIRE (1924)

John Taine.
Pseudônimo de Eric Temple Bell. O primeiro romance do autor, com história situada no Tibete, apresentando um povo antigo que possui o segredo do poder atômico.


THE CITY IN THE SEA (1926)

H. De Vere Stacpoole.
Uma história de um mundo perdido sobre uma antiga cidade grega que sobrevive debaixo do mar.


THE GOLD TOOTH (1927)

John Taine.
Mais uma história de mundo perdido de Taine, dessa vez situada na Coréia, onde um povo perdido é descoberto. Eles também têm um segredo, a transmutação do metal; o segredo quase chega ao conhecimento do Japão, mas exploradores europeus impedem que isso aconteça e acabam tornando-se capitalistas de sucesso.


THE ISLAND OF CAPTAIN SPARROW (1928)

S. Fowler Wright.
A primeira de quarto histórias do autor envolvendo mundos perdidos e, segundo John Clute, essa deliberadamente lembra A Ilha do Dr. Moreau, de H.G. Wells, apresentando uma ilha habitada por seres meio humanos, meio animais, semelhantes a sátiros, que são atacados por descendentes de piratas, mais especificamente do Capitão Sparrow do título, “(...) e apresenta também um garota selvagem, a primeira de várias personalidades semelhantes, usadas por Wright para observar o estado da natureza em oposição à brutalidade dos homens ‘civilizados’.”


THE MOON GODS (1930)

Edgar Jepson.
A história diz respeito a aviadores que, no século 20, descobrem uma cidade cartaginesa no deserto africano. Em 1932, foi publicada em duas partes na Blue Book Magazine.


BEYOND THE RIM (1932)

S. Fowler Wright.
Outra das quatro histórias de Wright em mundos perdidos. Aqui, viajantes ingleses encontram uma civilização perdida na Antártida, descendentes de religiosos fanáticos do século 17, e enfrentam problemas com os habitantes, que os têm como heréticos. Ele ainda escreveria mais duas, consideradas semelhantes e sem tanta importância: The Screaming Lake (1937) e The Hidden Tribe (1938).


HORIZONTE PERDIDO (Lost Horizon, 1933)

James Hilton.


GOLDEN BLOOD (1933)

Jack Williamson.
História publicada originalmente em seis partes na revista Weird Tales e, posteriormente, em livro. A história apresenta uma expedição que parte em busca de uma suposta cidade perdida em algum lugar da Península Arábica e que, segundo informações do organizador da expedição, tem como habitantes seres de ouro, que ele deseja para si, é claro. Dessa forma, o grupo vai fortemente armado e, um dia, veem uma miragem de um imenso tigre com um homem e uma mulher montados nele.
Posteriormente, um dos integrantes da expedição tenta ajudar uma mulher que encontram pelo caminho, e acabam descobrindo a cidade e os estranhos seres que nela vivem.


DIAN OF THE LOST LAND (1935)

Edison Marshall.
Exploradores dirigem-se à Antártida à procura de um vale secreto que apenas um ser humano conseguiu visitar e retornar. Um dr. Adam Weissmann ouve a fala incoerente do homem a respeito da existência de terras verdejantes no polo sul e, junto com o professor Belgrade, exploram a região. Encontram animais e um povo primitivo, além de Dian, a mulher do título, tida pelos habitantes como uma deusa e responsável por defender seu povo.


THE VAMPIRE OF N’GOBI (1936)

Ridgwell Cullum.
Pseudônimo de Sidney Groves Burkhard, mais conhecido por escrever farostes. Este é sobre um mundo perdido situado na Ásia central e, como era comum na época, apresentando uma mulher semelhante a Ela, e que suga o sangue de suas vítimas.


HAWK OF THE WILDERNESS (1936)

William L. Chester.
O escritor ficou conhecido por criar o personagem Kioga, semelhante ao Tarzan, um garoto que sobreviveu a um navio naufragado e que cresceu em um mundo perdido no Círculo Ártico, em algum lugar da Sibéria, e que era aquecido por fontes termais. Ele consegue sair do local na companhia de ursos e de um leão das neves chamado Mika. As histórias foram publicadas originalmente em The Blue Book Magazine: Hawk of the Wilderness (1936); Kioga of the Wilderness (1936); One Against a Wilderness (1937); e Kioga of the Unknown Land (1938).


JONGOR OF LOST LAND (1940)

Robert Moore Williams.
Mais um personagem do tipo Tarzan, com aventuras em um mundo perdido na Austrália. Jongor, o herói, combate monstros e um tipo de ciência ancestral. As aventuras surgiram nas histórias: Jongor of the Lost Land (1940), The Return of Jongor (1944) e Jongor Fights Back (1951), todas na revista Fantastic Adventures.


THE MAN WHO MISSED THE WAR (1945)

Dennis Wheatley.
Mais um mundo perdido encontrado na Antártida, em um local onde o clima é adequado para a vida. Um homem e uma mulher chegam ao local depois que seu bote é deixado à deriva e, em vez de chegarem à Europa, chegam à Antártida, o que é um desvio é tanto. No local, existe um povo perdido que oferece alguns perigos aos dois.


UNCHARTED SEAS (1938)

Dennis Wheatley.
Marinheiros perdidos no mar ficam presos no Mar de Sargaços e são atacados por um polvo imenso, sendo salvos por um integrante da ilha perdida onde desenvolveu-se uma civilização de 250 anos, formada por navegantes que ficaram presos no local. A história foi levada ao cinema com O Continente Esquecido (The Lost Continent, 1968).


THE CITY OF FROZEN FIRE (1950)

Vaughan Wilkins.
O mundo perdido aqui chama-se Quivera, na América do Sul, habitada por descendentes galeses que aqui estiveram no século 12.


THE LOST ISLAND (1954)

Graham McInnes.
Um aviador canadense cai com seu avião em uma ilha que, originalmente, tinha sido descoberta pelo navegador inglês Francis Drake e, agora, povoada por seus descendentes. Pelas informações, é um lugar idílico com uma fonte que pode ser a fonte da juventude.


THE LOST ONES (1961)

Ian Cameron.
Pseudônimo do escritor ingles Donald Gordon Payne. A história situa-se em um local aquecido do polo norte, onde ainda vivem vikings. Ela foi adaptada para o cinema em A Ilha no Topo do Mundo. Ele ainda escreveu mais uma história de povo perdido em The Mountains at the Bottom of the World (1972; também com o título Devil Country), com história situada nos Andes, onde descobre-se um “elo perdido”. Segundo John Clute, os enredos desses livros de Cameron são geralmente convencionais e, no caso do segundo livro, deriva especificamente de Arthur Conan Doyle.


THE ROSE OF TIBET (1962)

Lionel Davidson.
Uma aventura que foi muito bem recebida pela crítica e por outros autores na época, narrando a tentativa de um homem de encontrar seu irmão, em algum lugar do Tibete nos anos 1950. A história tem aspectos fantásticos, com alguns eventos tendo sido profetizados há um século, e ainda envolve um amor impossível e um tesouro em esmeraldas.


THE WINTER PEOPLE (1963)

Gilbert Phelps.
A história é apresentada na forma do diário do Coronel John Parr que, em 1895, descobriu um vale nos Andes, a mais de 5 mil metros de altitude, e habitado por um povo que ele chamou de Winter People, o povo do inverno. Além do diário, a história é acrescentada com comentários do sobrinho-neto do aventureiro. Os habitantes do local são apresentados como vivendo em uma espécie de utopia; uma vez que não possuem memória, eles não podem lembrar do ódio e não têm necessidade de violência.


CONGO (Congo, 1980)

Michael Crichton.
Uma história de mundo perdido que, segundo os críticos Peter Nicholls, David Langford e John Clute, é uma espécie de H. Rider Haggard atualizado, com muitos traços de Edgar Rice Burroughs.
Uma expedição ao Congo, à procura de um tipo específico de diamante para ser utilizado como semicondutor, é atacada por uma espécie desconhecida de gorila. Outra expedição é enviada ao local, descobrindo a cidade perdida de Zinj; também ficam sabendo que os gorilas são híbridos com chimpanzés e humanos, criados pelos antigos habitantes do local para proteger suas minas.
Segue mais ou menos o tipo de aventura do autor, com muita ação e a utilização de um jargão científico (ou pseudocientífico) que parece dar credibilidade ao que está acontecendo.
A história foi filmada em 1995 por Frank Marshall.


THE UNDYING LAND (1985)

William Gilmour.
Um aviador perde-se na África e descobre uma civilização perdida, repleta de criaturas monstruosas e homens ainda em estado de barbárie.


THE MOUNTAIN MADE OF LIGHT (1992)

Edward Myers.
O título é o primeiro de uma sequência que ainda teve Fire and Ice (1992) e The Summit (1994), que, segundo John Clute, revisa convenções das histórias de mundos perdidos há muito fora de moda. Segundo o crítico, ainda que primeiramente seja situada nos anos 1920 e os elementos de fantasia tenham dominado os dois livros seguintes, a trilogia pode ser vista como uma demonstração de como formas ultrapassadas podem servir às necessidades modernas se forem repensadas.
O mundo perdido em questão, Xirrixir, situa-se nos Andes, e o povo perdido é formado por antigas raças locais, com a história seguindo na linha de O Horizonte Perdido, de James Hilton, apresentando o local como um repositório de conhecimento que o Ocidente perdeu ou nunca possuiu.


EMBER FROM THE SUN (1995)

Mark Canter.
Segundo John Clute, a história combina elementos da ficção científica pré-histórica e de mundos perdidos. Um médico descobre o corpo de uma mulher neanderthal grávida recentemente falecida no Alasca. Ele implanta o feto em uma mulher humana, e ele nasce, recebe o nome de Ember e, além de ser imune ao frio, apresenta sinais de atividade paranormal. Eventualmente, ele encontra seu povo, que estava escondido.
Mark Canter ainda publicou outro livro na linha dos mundos perdidos, geralmente considerado inferior: Down to Earth (1997), que apresenta um povo perdido nas florestas da América do Sul contemporânea, e eles são descendentes de chineses.