O VENTO PELA FECHADURA

Stephen King disse que, para os antigos leitores da série A Torre Negra, este livro é algo como o número 4,5, colocando-se entre Mago e Vidro e Lobos de Calla. Ele também disse que é possível acompanhar a história mesmo sem ter lido os volumes anteriores, mas não creio que esta seja uma boa ideia, ou mesmo que funcione dessa maneira. No volume 4, os personagens já estão definidos e os objetivos da aventura bem claros; quem não leu coisa alguma de A Torre Negra provavelmente não vai acompanhar com facilidade.
Por outro lado, para os que já conhecem a trama, é um imenso prazer poder voltar a um dos universos alternativos mais bem elaborados da literatura fantástica.
King aproveita a jornada do ka-tet – o grupo de pistoleiros formado pelo próprio Roland, e Eddie, Susannah e Jake, além do espertíssimo Oi, um animal com imensa dose de sabedoria – para fazer uma parada obrigatória que permite que Roland conte mais uma aventura do Mundo Médio, de uma época distante, quando ele ainda era jovem. Para tanto, ele conta uma história dentro de outra história, uma narrativa ancestral de seu mundo, que revela mais detalhes desse ambiente fantástico e dos momentos de transformação que começava a atravessar, e que resultaram, anos mais tarde, na necessidade absoluta de se encontrar a Torre Negra.
Quem gostou da série não vai se decepcionar. Quem ainda não leu A Torre Negra, ainda é tempo de se recuperar dessa falha imperdoável.