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ENGENHARIA GENÉTICA

ESPECIAIS/VE CORPOS ALTERADOS

autorGilberto Schoereder
publicado porGilberto Schoereder
data22/03/2021
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O uso da engenharia genética na FC aumentou principalmente a partir dos anos 1950.

Ilustração de Richard Powers.
Ilustração de Richard Powers para Earthclan (Maré Alta Estelar e A Guerra da Elevação. Nelson Doubleday/ SFBC, 1987).

Antes mesmo do conto Proteus Island, de Weinbaum, citado na matéria anterior, os rudimentos da engenharia genética já surgiam no gênero. De certa forma, o que o Dr. Moreau fazia em sua ilha era um tipo de engenharia. Mas, segundo Brian Stableford e David Langford, os conceitos mais ambiciosos da FC envolvendo engenharia genética só surgiram após a publicação do ensaio do cientista britânico J.B. S. Haldane (1892-1964), Daedalus, or Science and the Future (1924), no qual ele “(...) olhou adiante de forma otimista, para um futuro no qual biólogos ‘inventariam’ uma nova espécie de alga para solucionar os problemas de alimentação mundial, e no qual crianças ‘ectogenéticas’ nascidas de úteros artificiais pudessem ser estrategicamente modificadas por seleção eugênica”.

Capa de Dennis Rolfe (Penguin Books, 1966).

Para Stableford e Langford, uma das primeiras histórias a seguir pelo caminho visualizado por Haldane foi Olaf Stapledon, no clássico Last and First Men (1930), livro cuja história abrange um período de tempo absurdo na história humana, com diferentes níveis de seres humanos evoluindo; os críticos citam a construção da nona linhagem de homens, para viverem em Netuno, de tal forma que “(...) prefigura o foco posterior da FC em modificar humanos por meio da engenharia genética para adaptar-se às condições de outros planetas”.

Ilustração de Frank R. Paul para a história de Julian Huxley, na publicação da Amazing Stories (1927).

Mais famoso tornou-se o livro de Aldous Huxley, também um clássico, Admirável Mundo Novo (Brave New World, 1932) (Ver mais na matéria Os Clássicos). Ainda segundo Stableford e Langford, a obra de Huxley é um desenvolvimento satírico das ideias apresentadas em Daedalus. E eles lembram que o biólogo Julian Huxley, irmão de Aldous Huxley e amigo de Haldane e de Wells, “(...) escreveu uma notável história de ficção científica e terror na mesma linha”. Trata-se de As Experiências do dr. Hascombe (The Tissue-Culture King), publicado originalmente em 1926, no Yale Review e em The Cornhill Magazine, sendo publicado em 1927 na Amazing Stories. No Brasil, com o título acima, foi publicado na coletânea A Sonda do Tempo, organizada por Arthur C. Clarke.
 

Capa de Hubert Rogers (1942), ilustrando a história Beyond This Horizon; capa de Cândido Costa Pinto, para a edição portuguesa (1956).

Stableford e Langford disseram que após as primeiras tentativas “(...) formas vagas e indefinidas de engenharia genética tornaram-se métodos padrões de criar super-homens na ficção científica pulp. O uso mais ousado da engenharia genética na fc dos anos 1940 foi na história Beyond This Horizon, de Robert A. Heinlein” – em 1942, com o pseudônimo Anson MacDonald. Em Portugal, como Gerações do Amanhã, na coleção Argonauta, em 1956 – “(...) a primeira história a descrever (de maneira não totalmente convincente) uma sociedade que utiliza rotineiramente tanto a eugenia quanto a engenharia genética para assegurar as aptidões física e mental da população, e também discute as questões morais que a situação levanta”.

                                     Capa de Barye Phillips (Berkley Medallion, 1961).

Os dois críticos entendem que o escritor James Blish foi o primeiro a “(...) cultivar uma compreensão mais acurada das possíveis técnicas da engenharia genética, e a primeira história a confrontar essas possibilidades com uma imaginação de longo alcance, mas disciplinada, foi Titan’s Daughter” (originalmente em 1952, com o título Beanstalk, em Future Tense; expandida em 1961), que apresenta uma raça de humanos gigantes criados por poliploidia.
O próprio James Blish ainda utilizaria o conceito de engenharia genética em uma série de histórias, que também desenvolveu o conceito de pantropia, reunidas em The Seedling Stars (1956).

 

 

 

VEJA A SEGUIR ALGUMAS HISTÓRIAS QUE LIDAM COM O TEMA

 


PASSAGEIROS PARA VÊNUS (The World Jones Made, 1956)

Philip K. Dick.

Capa de Robert E. Schulz (Ace Books, 1956).

Entre outros temas, o livro apresenta uma sociedade futura que se desenvolve após uma guerra nuclear com o surgimento de mutantes, alguns dos quais submetem-se a processos de engenharia genética que lhes permitem estabelecer-se em Vênus.
 

 

 

 


CALL ME JOE (1957)

Poul Anderson.

Capa de Frank Kelly Freas (1957).

História publicada originalmente em Astounding Science Fiction. Joe é uma criatura construída por meio de engenharia genética com o propósito único de sobreviver nas condições da atmosfera de Júpiter. No entanto, ele é controlado por Ed Anglesey, um humano em uma cadeira de rodas que se encontra em uma estação orbital, estabelecendo uma conexão telepática com Joe. Essa relação vai ficando cada vez mais profunda, até que Ed praticamente deixa de existir, preferindo ser Joe e viver em liberdade no novo ambiente.
Essa foi uma das inúmeras ideias que foram “emprestadas” pelo filme Avatar.
 

 

 


MASTERS OF EVOLUTION (1959)

Damon Knight.

Capa de Ed Emshwiller (Ace Books, 1959).

Publicado originalmente em Galaxy Science Fiction (1954), com o título Natural State. A história situa-se em um futuro em que a sociedade se divide entre os habitantes da cidade e do campo, os últimos sendo considerados inferiores pelos da cidade, mas que conseguem utilizar a engenharia genética como forma de substituição das máquinas.
 

 

 


INSTRUMENTALITY OF MANKIND

Cordwainer Smith.
 


OS OLHOS DE HEISENBERG (The Eyes of Heisenberg, 1966)

Frank Herbert.
(Ver mais na matéria Um Mundo de Distopias e Utopias)
 


O FILHO DO HOMEM (Son of a Man, 1971)

Robert Silverberg.
 


HELLSTROM’S HIVE (1973)

Frank Herbert.

Capa de Gerald Wood para a edição da Galaxy Magazine (1972); capa de David K. Stone (Nelson Doubleday/ SFBC, 1973).

Publicado originalmente com o título Project 40 (1972-1973) em Galaxy Magazine. O cientista Nils Hellstrom desenvolve um projeto para desenvolver o que ele imagina que possa ser uma sociedade melhor, com seres humanos mais desenvolvidos, vivendo em um complexo subterrâneo de túneis e cavernas.
A maioria dos críticos entende que é o trabalho mais importante de Herbert após Duna, e o título e parte do tema é derivado do filme A Crônica de Hellstrom (The Hellstrom Chronicle, 1971), mas o livro tem pouca relação com o filme. Segundo Malcolm Edwards, em The Science Fiction Encyclopedia, o livro apresenta, em detalhes convincentes, uma colônia subterrânea de humanos que procriam de forma seletiva, segundo o princípio de colmeia, com várias especializações sendo desenvolvidas. “Nessa sociedade, a existência individual é de menor importância; a continuação da colmeia como uma entidade funcional está acima de tudo. O romance acentua as contradições de uma sociedade que, em seus próprios termos, é uma utopia bem sucedida, mas de um ponto de vista humano externo é assustadora”.
David Pringlew disse que se trata de “Uma história poderosa que investiga a psicologia do comportamento de ‘colmeia’ em seres humanos”.
 


TRILOGIA LER (1975-1979)

M.A. Foster.

Capa de Frank Kelly Freas para The Warriors of Dawn (DAW Books, 1975); capa de Michael Whelan para The Gameplayers of Zan (DAW Books, 1977); capa de Michael Whelan para The Day of the Klesh (DAW Books, 1979).

Os livros da série marcam a estreia de M.A. Foster como escritor de ficção científica, segundo John Clute uma trilogia ambiciosa sobre uma raça de super-homens criados por engenharia genética, os Ler. Os livros são: Os Guerreiros da Madrugada (The Warriors of Dawn, 1975. Em Portugal, pela Publicações Europa-América, em 1982); Os Jogadores de Zan (The Gameplayers of Zan, 1977. Em Portugal, pela Publicações Europa-América, em 1984); The Day of the Klesh (1979). Na ordem cronológica, o primeiro livro vem depois do segundo, Os Jogadores de Zan, “(...) um romance muito longo construído formalmente seguindo o modelo de uma tragédia Elizabetana, que descreve um período de tensão climática entre os Ler e o resto da humanidade, e é situado na Terra. Os Guerreiros da Madrugada, publicado primeiro mas situado mais tarde, é uma space opera mais convencional na qual um homem humano e uma mulher Ler são forçados a unir forças para tentar solucionar um problema de pirataria interestelar com ramificações complexas”. No último livro, Ler e humanos encontram-se em um planeta onde deverão resolver suas diferenças.
Segundo John Clute, “Os livros são lentos na narração, mas impressionantemente detalhados em sua construção da cultura e linguagem dos Ler”.

Abaixo: as capas das edições portuguesas, com Os Jogadores de Zan dividido em duas partes.


 


OFIÚCO, O AVISO (the Ophiuchi Hotline, 1977)

John Varley.
(Ver também a matéria Hoje e Depois)
 


O INCIDENTE JESUS (The Jesus Incident, 1979)
O EFEITO LÁZARO (The Lazarus Effect, 1983)
O FACTOR DE ASCENSÃO (The Ascension Factor, 1988)

Frank Herbert e Bill Ransom.
 


WHEN WE WERE GOOD (1981)

David J. Skal.

Capa de Gerry Daly (Pocket Books, 1981).

O mundo inteiro sofre os efeitos da radiação, provocando esterilidade. Para consertar o estrago, cientistas desenvolvem um programa de engenharia genética para desenvolver uma nova raça de crianças hermafroditas. Segundo John Clute, o livro “(...) evoca um poderoso sentido de falta de esperança cultural, na história de um mundo estéril no qual hermafroditas geneticamente alterados falham em representar um símbolo de esperança para os remanescentes terminais da humanidade normal”.
 

 

 


O ESPAÇO DOURADO (The Golden Space, 1982)

Pamela Sargent.
 


A PRAGA BRANCA (The White Plague, 1982)

Frank Herbert.
 


UNIVERSO SHAPER/MECHANIST (1982-1985)

Bruce Sterling.

Capa de Ron Walotsky (Arbor House, 1985); edição portuguesa sem crédito de capa.

Uma série de histórias do autor que lidam, entre outros temas, com engenharia genética. São vários contos e um romance, Schismatrix: O Mundo Pós-Humano (Schismatrix, 1985. Em Portugal, pela Editorial Presença, em 2003). As histórias são: a noveleta Swarm (1982), publicado em The Magazine of Fantasy and Science Fiction; o conto Spider Rose (1982), na mesma revista; Cicada Queen (1983), publicado na coletânea Universe 13; o conto 20 Evocations (1984), na revista Interzone; e o conto Sunken Gardens (1984), na revista Omni.
As histórias seguem a expansão da humanidade pelo sistema solar, assim como sua transformação e divisão em dois grupos opostos. Os Shapers utilizam as técnicas de modificação genética para transformar seus corpos, e também se especializam em treinamento psicológico; os Mechanists preferem utilizar transformações cibernéticas com softwares de computador avançados.

Capa de Carl Lundgren, ilustrando o conto Swarm (1982); capa de Paul Chadwick, ilustrando o conto Spider Rose (1982).

George Mann (em The Mammoth Encyclopedia of Science Fiction) diz: “Essas duas culturas emergentes estão lutando pela predominância e, ao descrever o conflito entre elas, Sterling contribui efetivamente para o debate sobre como a raça humana irá usar a tecnologia para acelerar a evolução, lidando não apenas com as questões morais levantadas, mas também com os aspectos práticos”.
Já Colin Greenland e John Clute (em The Science Fiction Encyclopedia), dizem que Sterling troca a exorbitância fantástica de seu trabalho anterior por um realismo bem definido e extremamente detalhado, com especulação e extrapolação científicas bem informadas.
 


MARÉ ALTA ESTELAR (Startide Rising, 1983)
A GUERRA DA ELEVAÇÃO (The Uplift War, 1987)

David Brin.
 


INTRUSOS (Watchers, 1987)

Dean R. Koontz.
 


CYTEEN (1988)

C.J. Cherryh.
 


FALLING FREE (1988)

Lois McMaster Bujold.

Capa de Vincent Di Fate (1988), para edição da Analog; capa de Alan Gutierrez (Baen Books, 1988) para a edição em livro.

Originalmente publicado em quatro partes em Analog Science Fiction/ Science Facts, em 1987-1988. O livro faz parte da chamada Saga Vorkosigan e ganhou o Prêmio Nebula de Melhor Romance em 1988. Apresenta os seres conhecidos como “quaddies”, humanos que foram geneticamente adaptados para terem mais mobilidade em ambientes sem gravidade, com suas pernas sendo substituídas por braços adicionais.
Os seres são tratados praticamente como objetos, escravos, sujeitos às vontades de seus criadores, situação que se complica quando novas tecnologias de gravidade artificial são desenvolvidas e eles começam a se tornar obsoletos. Com o tempo, iniciam um movimento de libertação e instalam-se em um sistema planetário distante.
A história futura da raça e da sociedade que foi formada foi complementada no livro Diplomatic Immunity (2002), com ação situada 240 anos após sua fundação.
 


THE CHILD GARDEN (1989)

Geoff Ryman.

Capa de Dave McKean (Unwin Hyman, 1989).

Publicado originalmente como Love Sickness, em Interzone (1987), o livro ganhou o Arthur C. Clarke Award e o John W. Campbell Memorial Award por melhor romance, em 1990. Segundo John Clute, é um grande e rico romance sobre identidade, colocando-se como um dos mais vigorosos monumentos da ficção científica “humanista”. Para David Pringle, trata-se de “Uma história elegante, complexa e muito original de um escritor de considerável poder emocional”.
Na Londres do futuro apresentada – segundo alguns críticos, na verdade um universo paralelo – a engenharia genética é utilizada em todos os setores da vida, inclusive todos os tipos de máquinas e moradias, até mesmo espaçonaves. Nessa sociedade, as pessoas são controladas por vírus e, entre outros temas, lida também com drogas, distopia, ecologia, feminismo e mentes coletivas.

 


FATHER TO THE MAN (1989)

John Gribbin.

Capa de David B. Mattingly (Tor, 1990).

O primeiro livro solo de Gribbin, tido por alguns críticos como seu melhor trabalho e, segundo Brian Stableford, uma das histórias mais inteligentes sobre um ser meio-humano artificial. A história segue os estudos de um cientista sobre as relações genéticas entre humanos e chimpanzés em um mundo em que o fundamentalismo religioso se propaga. David Pringle classificou o livro como “Um tratamento bem informado e interessante sobre a irracionalidade e o preconceito, com uma virada inesperada”.
 

 

 


ESTAÇÃO DA GLÓRIA (Glory Season, 1993)

David Brin.
 


BEGGARS IN SPAIN (1993)

Nancy Kress.

Capa de Kenneth Jackson (AvoNova/ William Morrow, 1993).

Originalmente publicado em Isaac Asimov’s Science Fiction Magazine (1991) e em edição limitada no mesmo ano. A autora adicionou mais capítulos para o livro de 1993, o primeiro de uma série que ficou conhecida como The Sleepless, com as histórias: Beggars and Choosers (1994); Beggars Ride (1996) e Sleeping Dogs (1999). A história original de 1991 ganhou os prêmios Hugo e Nebula, e o livro foi indicado para os dois.
A história situa-se em um futuro em que a engenharia genética é amplamente aplicada, resultando no surgimento de supercrianças que não precisam dormir e que passam a ser vistas como ameaça pelos humanos que não sofreram alterações genéticas.
John Clute – que considerou a história mais curta de 1991 mais apropriada do que a versão mais longa – diz que o enredo organiza-se em torno de uma estrutura familiar à maioria dos leitores de FC: “(...) um grupo de crianças especialmente criadas que não necessitam de sono precisam unir-se para se defender do comportamento invejoso e opressivo dos humanos normais, que não confiam no que é considerado ser seus superpoderes. Dentro desse quadro, Kress entalha especulações não apenas sobre engenharia genética, mas também sobre as consequências éticas da ‘superioridade’ (...).” A versão mais longa “(...) expande o original em uma saga irônica parcialmente situada no espaço, e que certamente é seu melhor livro até o momento”.
Ainda segundo Clute, nos volumes seguintes, a sequência começa a adquirir a dimensão de uma genuína “história do futuro”.
 


LETHE (1995)

Tricia Sullivan.

Capa de Donato Giancola (Bantam Spectra, 1995).

A história situa-se no ano 2166, oito anos após uma guerra genética, Gene Wars, que arrasou a humanidade e originou uma série de novas formas de vida. O planeta passa a ser governado pelos Heads, cérebros humanos mantidos em tanques e que conseguiram manter alguns sobreviventes e tentam restaurar o meio ambiente. Nesse pano de fundo, a personagem Jenae Kim, uma mutante capaz de comunicar-se com os golfinhos e que encontrou uma informação importante não apenas sobre a origem da guerra devastadora, mas também sobre os portais, os stargates, descobertos nos limites do sistema solar. E, por alguma razão, o governo quer manter essas informações secretas, ameaçando a vida de Jenae.
George Mann classificou o livro como um thriller pós-cyberpunk, “(...) poético em sua prosa e detalhado em sua extrapolação tecnológica. (...) O livro é uma estreia excelente que desconstrói com sucesso o gênero cyberpunk e transplanta seus temas para algo contemporâneo”.

 


CROMOSSOMO 6 (Chromosome 6, 1997)

Robin Cook.
 


O EXPERIMENTO (The Experiment, 1999)

John Darnton.
 


MARÉ DE SANGUE (Bloodtide, 1999)
CANTIGA DE SANGUE (Bloodsong, 2005)

Melvin Burgess.
 


MUTAÇÃO (Mutation, 1989)

Robin Cook.
Ed. Record.
O cientista Victor Frank resolve criar um ser humano perfeito e cria seu próprio filho por meio de experiências genéticas, resultando em um garoto que logo começar a dar sinais de genialidade, conseguindo falar aos seis meses e de ler em 13. Só que, com o tempo, o rapaz mostra não possuir emoções e não compreender os valores morais da sociedade, além do que se transforma em um gênio do mal, matando quem se atravessa em seu caminho.
Segue um antigo pensamento das histórias do gênero segundo o qual qualquer supergênio criado artificialmente será um ser monstruoso.
 

 

 


ORYX E CRAKE (Oryx and Crake, 2003)

Margaret Atwood.
(Ver também as matérias Novos Finais de Mundo e Maddadão).
 


NATURAL HISTORY (2003)

Justina Robson.

Capa de Steve Stone (Macmillan UK, 2003).

O primeiro livro da série que teve sequência com Living Next-Door to the God of Love (2005), com a história mostrando um futuro em que a humanidade dividiu-se entre os “não desenvolvidos” e os “pós-humanos”, transformados por meio de engenharia genética e outras tecnologias. Esses últimos ramificaram-se em diversas formas, incluindo uma forma de mente coletiva.
 


 



LIFE (2004)

Gwyneth Jones.

Capa de Lea Lichty (Aqueduct Press, 2004).

O livro ganhou o Philip K. Dick Award em 2005. Segundo John Clute, a história traz questões feministas em um futuro próximo no qual os efeitos da engenharia genética nas questões de gênero são vistos como problemáticos, mas promissores. Brian Stableford e David Langford também destacam que a obra explora os impactos positivo e negativo da engenharia genética nas questões de gênero.
 


 


BORNE (2017)

Jeff VanderMeer.

Capa de Rodrigo Corral (MCD / Farrar, Straus and Giroux, 2017).

História situada em uma cidade devastada, repleta de produtos desenvolvidos pela Companhia por meio de engenharia genética ou bioengenharia. A cidade é dominada pela presença de um urso gigantesco chamado Mord, e nesse ambiente a personagem Rachel procura pelos remanescentes dos experimentos descartados pela Companhia, agora totalmente abandonada.
Em uma de suas explorações, ela encontra uma criatura que ela passa a chamar de Borne, uma forma esverdeada que, aos poucos, começa a crescer e desenvolver-se intelectualmente.
VanderMeer também escreveu Dead Astronauts, em 2019, que se diz ser vagamente situado no mesmo ambiente.