TARÂNTULA (Tarantula, 1955)
Direção de Jack Arnold.
(Universal International Pictures).
O filme também faz parte da série de produções dos anos 1950 apresentando animais gigantescos, e geralmente é tido como o melhor nessa linha, com o diretor Jack Arnold apresentando mais um bom trabalho depois de Veio do Espaço (It Came From Outer Space, 1953) e O Monstro da Lagoa Negra (Creature From the Black Lagoon, 1954), antecedendo sua obra-prima, O Incrível Homem Que Encolheu (The Incredible Shrinking Man, 1957).
O filme foi baseado no episódio No Food for Thought (1955) do seriado Science Fiction Theatre, também dirigido por Arnold e com roteiro de Robert M. Fresco, que aqui divide o roteiro com Martin Berkeley.
Leo G. Carroll interpreta um cientista que realiza experiências secretas com nutrientes especiais capazes de desenvolver os animais de maneira espetacular, mas um incêndio em seu laboratório faz com que uma tarântula com mais de 100 metros de altura consiga fugir para o deserto e comece a matar o gado e, eventualmente, pessoas. O cientista interpretado por John Agar – outro nome frequente em filmes de ficção científica na época – investiga as mortes e tenta resolver a situação. A aranha gigante acaba sendo morta pela força aérea, que joga napalm no bichão. O piloto de um dos caças é interpretado por Clint Eastwood, em início de carreira.
O crítico Phil Hardy viu o filme como um dos muitos filhos de O Mundo em Perigo, entendendo que se trata de uma produção convincente, não tanto pela história e mais pela assustadora utilização da paisagem do deserto, uma das marcas do diretor.
A ILHA DO PAVOR (Attack of the Crab Monsters, 1956)
Direção de Roger Corman.
(Los Altos Productions).
Um filme menor de Corman, apesar de ter sido um imenso sucesso comercial; realizado com um orçamento em torno de 70 mil dólares, rendeu mais de um milhão. Phil Hardy diz que aqui Roger Corman refinou seu estilo de direção, produzindo um filme no qual um choque, ou o medo de que um evento chocante irá ocorrer imediatamente, se dá em virtualmente todas as cenas. “Como resultado”, diz Hardy, “em contraste com outros filmes de monstros do período, nos quais existem longos trechos estéreis, geralmente cheios de muitas falas entre os ataques dos monstros, os filmes de Corman têm uma velocidade e objetividade que os torna atrativos ainda hoje”.
A história apresenta uma equipe que chega a uma ilha à procura de cientistas desaparecidos. O que eles encontram são caranguejos mutantes gigantes que atacam e comem as cabeças de suas vítimas. Ao fazerem isso, de alguma forma eles absorvem suas mentes e se tornam capazes de atrair mais vítimas utilizando as vozes dos que mataram. Para completar, a ilha está afundando aos poucos devido às escavações feitas pelos monstros.
O crítico Michael Weldon disse que os caranguejos gigantes parecem bastante realistas, “exceto por seus grandes olhos e os pés humanos que às vezes podem ser vistos debaixo deles”. Mas é divertido.
VEIO DO INFERNO (From Hell It Came, 1957)
Direção de Dan Milner.
(Milner Brothers Productions).
Terror, fantasia e um pouco de péssima ficção científica em um filme que certamente está num lugar de honra entre os piores de todos os tempos. A história sem pé nem cabeça situa-se em uma ilha do Pacífico e envolve um grupo de cientistas e uma tribo local. Um homem é condenado à morte e jura vingança, que surge quando ele retorna da morte na forma de um homem-árvore, mutação causada pela radiação de uma bomba nuclear que não explodiu.
O crítico Michael Weldon disse que o monstro-árvore, que atende pelo nome de Tabanga, parece o centro de um pesadelo de uma criança de seis anos, e um exemplo clássico dos monstros “vale tudo” dos anos 1950. E, de fato, o que um homem-árvore poderia fazer de tão ruim que um machado não resolvesse?
A ILHA MISTERIOSA (The Mysterious Island, 1961)
Direção de Cy Endfield.
(Ameran Films/ Columbia Pictures).
Provavelmente essa é a versão a mais conhecida da obra de Júlio Verne, de 1874, com efeitos especiais de Ray Harryhausen. Durante a Guerra Civil Americana, um grupo de prisioneiros do norte escapa de uma prisão Confederada em um balão. Levado pelos ventos em direção ao Pacífico, ele cai em uma ilha onde os soldados encontram duas mulheres sobreviventes de um naufrágio. E também encontram animais gigantescos com os quais têm muitos problemas. Os bichos cresceram devido às experiências realizadas pelo Capitão Nemo (Herbert Lom), em sua tentativa de resolver o problema da fome no planeta. O submarino Nautilus está escondido em uma caverna e, para complicar as coisas, o grupo é atacado por piratas. Ao final, uma explosão vulcânica acaba com os sonhos do capitão.
Os efeitos são o melhor do filme, que é bem divertido.
A ILHA DO TERROR (Island of Terror, 1966)
Direção de Terence Fisher.
(Planet Film Productions).
Também com os títulos Night of the Silicates e The Creepers. Mais uma vez Peter Cushing e Terence Fisher juntos, dessa vez em uma produção da Planet, e não da Hammer.
Cushing é um cientista que realiza experiências visando a cura para o câncer. Ele se isola em uma ilha, mas algo sai errado com os experimentos e ele acaba desenvolvendo um vírus mutante, um monstro rastejante que suga os ossos de suas vítimas.
É uma produção menor, mas tem seus atrativos, além da presença sempre marcante de Peter Cushing e a capacidade do diretor Fisher em criar climas aterrorizantes.
BRIDES OF BLOOD (1968)
Direção de Gerardo de Leon e Eddie Romero.
(Hemisphere Pictures).
Também com os títulos Grave Desires e Island of Living Terror. Esse é o primeiro de uma série de filmes péssimos realizados por Romero e de Leon nas Filipinas. A radiação causa mutações em animais e pessoas. Os monstros resultantes gostam de comer mulheres nuas; quer dizer, não como a maioria das pessoas, mas literalmente.
OCTAMAN (Octaman, 1971)
Direção de Harry Essex.
(Filmers Guild/ Heritage Enterprises Inc.).
Feito para a TV. O diretor Harry Essex foi o roteirista dos filmes Veio do Espaço e O Monstro da Lagoa Negra, entre outros, e a criatura que surge nesse filme foi construída por Rick Baker, um dos mais famosos na área de maquiagens e efeitos especiais no cinema de terror e ficção científica, vencedor de sete Oscar por maquiagens especiais.
No entanto, nenhuma dessas credenciais ajuda o filme, com produção conjunta México e EUA, com história sobre uma expedição científica que descobre traços de radiação em uma comunidade pesqueira no México. E, é claro, eles encontram a mutação do título, um polvo humanoide.
NASCE UM MONSTRO (It’s Alive, 1974)
Direção de Larry Cohen.
(Warner Bros./ Larco Productions).
Lenore Davis (Sharon Farrell) tem sua primeira gravidez em 11 anos, mas dá à luz um ser mutante. Ele é violento e ataca todos que estão na sala de parto, antes de escapar. O bebê mutante se arrasta pela cidade matando todos que parecem ameaçá-la, enquanto a polícia a persegue. Por instinto, o bebê retorna à casa dos pais e o marido (John P. Ryan), desiste de sua ideia inicial de matá-lo.
Esse é outro filme com maquiagens especiais de Rick Baker e um dos primeiros de Larry Cohen – que faleceu em março de 2019. É excelente, muito tenso, apresentando a proposta de que os bebês estariam nascendo como mutações em vários pontos do planeta como uma adaptação para poderem sobreviver à poluição e às dificuldades cada vez maiores da vida moderna.
O crítico Phil Hardy disse que o filme é um ensaio magistral sobre a paranoia, realizando uma verdadeira autópsia sobre os laços que amarram a vida familiar. “Cohen inverte impecavelmente a ‘invasão’ costumeira (de fora)”, disse Hardy, “fazendo a invasão vir de dentro”. Para Hardy, essa situação dá ao filme uma estrutura dupla poderosa: “nas ruas, o mutante é caçado, enquanto em casa o sólido relacionamento familiar de Ryan e Farrell é rompido quando ambos tentam chegar a um acordo sobre o que eles produziram”.
Certamente, é um dos principais filmes de monstros mutantes de sua época, e deu origem a duas sequências, ambas dirigidas por Cohen.
A primeira, A Volta do Monstro (It Lives Again, 1978), também é um filme muito bom, com a história situada em um futuro indeterminado, no qual as mutações genéticas estão ocorrendo em maior quantidade nos bebês. O que no primeiro filme parecia um caso isolado, aqui é apresentado como um fenômeno universal capaz de transformar a humanidade. A polícia já está preparada para tentar matar os bebês assim que nascerem ou, em alguns casos, até mesmo antes disso. No entanto, os pais se unem em uma associação, com auxílio de alguns especialistas, para tentar manter os seres mutantes vivos e aprenderem a conviver com eles.
A Volta do Monstro (Larco Productions).
Segundo Phil Hardy, “Sensatamente, Cohen apenas dá pistas do porquê e como os mutantes surgiram. Em vez disso, da maneira ainda que não ao estilo de Steven Spielberg, outro grande explorador contemporâneo da vida familiar no cinema americano, Cohen somente observa as agonias emocionais de seus personagens enquanto eles procuram superar as contradições entre suas tranquilas vidas familiares e os horrores que eles produziram, e aprender a amar, em oposição a todos que estão em sua volta”.
O terceiro filme na série foi A Ilha dos Monstros (It’s Alive III; Island of the Alive, 1987), inferior aos anteriores, tendo sido produzido diretamente para o mercado de vídeo e, no Brasil, apresentado na TV por assinatura. A existência dos bebês mutantes já é conhecida de todos e ocorre uma discussão em um tribunal para discutir sobre o direito dos bebês mutantes viverem, ou o direito do Estado em organizar grupos de extermínio dos seres. Michael Moriarty interpreta um dos pais de bebês mutantes, e ele consegue convencer o tribunal de que eles devem ser mantidos vivos, ainda que a decisão seja a de isolá-los em uma ilha. Anos mais tarde, cientistas retornam ao local para ver como os bebês se desenvolveram, e os seres conseguem escapar e retornar ao continente.
Ainda foi produzido mais um filme em 2009, Anjo Maldito (It’s Alive), com direção de Josef Rusnak, apresentado como uma refilmagem do original de 1974. Larry Cohen chegou a participar da elaboração do roteiro, junto com Paul Sopocy e James Portolese, mas teve pouco mais a fazer, chegando a criticar severamente o resultado final. E, de fato, o filme segue em uma direção completamente diferente da proposta original e, em vez de uma crítica à sociedade e uma observação às relações familiares, apresenta-se mais como uma crítica com um viés cristão ao aborto. Na verdade, nada funciona no filme.
ESTRANHAS MUTAÇÕES (The Mutations, 1974)
Direção de Jack Cardiff.
(Cyclone/ Getty Pictures Corp.).
Donald Pleasence interpreta um cientista doidão que realiza experiências para combinar seres humanos e plantas. Como resultado surgem as mutações do título, algumas das quais ele acaba vendendo para um show de excentricidades. Um filme bem ruinzinho.
CALAFRIOS (The Parasite Murders, 1975)
Direção de David Cronenberg.
(Canadian Film Development Corporation/ Cinépix/ DAL Productions).
Também com os títulos: They Came From Within; Shivers; Frissons. Um médico cria um novo tipo de parasita, uma mistura de afrodisíaco e doença venérea, o que estimula as pessoas a intensa atividade sexual, ao mesmo tempo em que as transforma em monstros. Um filme que foi mal recebido na época de seu lançamento e que, posteriormente, virou cult, como quase tudo o que Cronenberg fez.
Phil Hardy disse que, se por um lado o estilo visceral do filme difere dos trabalhos anteriores de Cronenberg (como Crimes of the Future, de 1970, e Stereo, de 1969), tematicamente Calafrios está de acordo com a “mescla obsessiva de repulsa puritana à atividade sexual que funciona em conjunto com a preocupação de que o homem perdeu contato com sua natureza física”.
No Brasil, foi lançado em VHS (F.J. Lucas) e depois em DVD (Continental) e em uma caixa com quatro filmes de Cronenberg (Versátil).
HERANÇA NUCLEAR (Damnation Alley, 1977)
Direção de Jack Smight.
(Zeitman-Landers-Roberts Productions/ Twentieth Century Fox).
Filme baseado no livro O Beco dos Malditos (Damnation Alley, 1969), de Roger Zelazny. Também com o título Na Trilha do Inferno Nuclear. A ação situa-se na América pós-holocausto nuclear, com um grupo de sobreviventes tentando realizar a travessia do país, da Califórnia a Nova York, enfrentando uma série de perigos no caminho, incluindo mutantes gigantescos. O livro não é dos melhores do excelente escritor Zelazny, e o filme apenas mediano.
ATAQUE FINAL (The Bees, 1978)
Direção de Alfredo Zacharias.
(A Bee One Productions/ New World Pictures/ Panorama Films).
Filme horroroso, uma produção mexicana, mas com atores americanos, sobre uma raça de abelhas mutantes, utilizadas por uma grande companhia americana que pretende comercializar seu mel. Levadas aos EUA, elas começam a causar devastação no país, ameaçando até o prédio da ONU. Nada funciona.
PIRANHA (Piranha, 1978)
Direção de Joe Dante.
Belinda Balaski, em Piranha (Piranha Productions/ New World Pictures).
Esse foi o filme que tornou o diretor Joe Dante bastante conhecido, abrindo caminho para outros sucessos como Grito de Horror (The Howling, 1981) e Gremlins (Gremlins, 1984). Os militares norte-americanos estavam desenvolvendo um projeto para transformar as piranhas em animais ainda mais vorazes, capazes de adaptar-se à vida no mar e pensando em jogá-las nos rios do Vietnã. O projeto foi esquecido quando alguém lembrou que os soldados americanos também tinham de atravessar os rios. Um grupo de jovens entra no laboratório abandonado para nadar na piscina que existe no local, que por acaso é onde as piranhas modificadas continuam existindo. Quando um dos jovens desaparece, os demais esvaziam a piscina para procurá-lo e, com isso, permitem que os peixinhos fujam para os rios próximos e iniciem sua trajetória em direção ao mar.
Segundo Phil Hardy, o filme sobreviveu devido à decisão de Joe Dante e do roteirista John Sayles de dirigir a história mais para o humor do que para o terror. Dessa forma, Dante conseguiu manter o suspense sem cair no ridículo e ainda por cima mandar farpas contra os políticos e militares, com um humor negro impecável.
Nas cenas iniciais no laboratório, a presença de alguns seres muito estranhos indica que os projetos então em andamento previam a elaboração de criaturas ainda mais tenebrosas.
Piranha 3D (Dimension Films).
Roger Corman, responsável pela produção, resolveu refilmar a história em 1995, em produção para a TV dirigida por Scott P. Levy, mas o resultado foi tenebroso. Antes disso, uma sequência foi dirigida por James Cameron em 1981, no início de sua carreira premiada, Piranha 2: Assassinas Voadoras (Piranha Part Two: The Spawning), e o filme é horrendo, com piranhas capazes de voar. Em 2010, foi a vez de Piranha 3D (Piranha 3D), com direção de Alexandre Aja. E, mais uma vez, nada funciona. É mais um daqueles filmes feitos às pressas e sem qualquer cuidado ou pretensão, apenas para aproveitar o público crescente dos novos sistemas de projeção 3D. E se não bastasse isso, ainda surgiu Piranha 2 (Piranha 3DD, 2012), com direção de John Gulager, e que, como o anterior, é quase um desrespeito ao original de Joe Dante, com uma série de mulheres peitudas e garotos pintudos sendo estraçalhados pelas piranhas pré-históricas. Um lixão.
A SEMENTE DO DIABO (Prophecy, 1979)
Direção de John Frankenheimer.
(Paramount Pictures).
Para quem conhece o diretor John Frankenheimer de filmes excelentes como O Homem de Alcatraz (The Birdman of Alcatraz, 1962), Sob o Domínio do Mal (The Manchurian Candidate, 1962), Sete Dias de Maio (Seven Days in May, 1964) ou o sensacional O Segundo Rosto (Seconds, 1966), este não chega aos pés de seus melhores momentos, ainda que não seja tão ruim quanto parte da crítica achou.
Segue a linha “vingança da natureza” que marcou boa parte da produção do gênero nos anos 1970, aqui lidando com o envenenamento de um rio com mercúrio, o que provoca mutações genéticas entre os indígenas da região e entre os animais. O maior problema é um urso gigantesco que mata muita gente antes do problema ser resolvido.
MONSTROS DO FUNDO DO MAR (Humanoids From the Deep, 1980)
Direção de Barbara Peeters.
(New World Pictures).
Também com os títulos Monster e Criaturas das Profundezas. Um filme tenebroso. Cientistas realizam experiências com salmões, usando hormônios para fazê-los crescer mais rapidamente. Alguns salmões escapam para o mar, onde são comidos por peixes maiores que, então, sofrem mutações, transformando-se nos humanoides do título original. Eles saem do mar e atacam mulheres, arrancando suas roupas e violentando-as para terem novos monstrinhos. Haja paciência.
O crítico Michael Weldon disse que esse é o primeiro filme de monstro no qual vemos as criaturas realmente fazendo o que era sempre implícito nas antigas cenas em que as mulheres eram carregadas pelos monstros, mas saíam de cena.
O filme teve a produção de Roger Corman que, em 1996, produziu uma refilmagem ainda pior para a TV, com direção de Jeff Yonis.
CROCODILO (Alligator, 1980)
Direção de Lewis Teague.
(Alligator Inc.).
Também com os títulos Alligator – O Jacaré Gigante e O Jacaré Assassino. Um filhote de crocodilo é despejado pela privada e vai parar no esgoto de Chicago e, por 12 anos, alimenta-se de animais descartados por um laboratório que realizava experiências com hormônios do crescimento. O bicho cresce muito e começa a causar problemas quando deixa seu habitat subterrâneo.
A história aproveita uma das famosas lendas urbanas a respeito de jacarés que vivem e crescem nos esgotos das grandes cidades, e o filme se desenvolve como uma recriação dos famosos monstros dos anos 1950, porém com um humor negro muito bom e diálogos interessantes, graças ao roteiro de John Sayles.
Uma sequência muito inferior foi produzida diretamente para o mercado de vídeo, Alligator II – A Mutação (Alligator II – The Mutation, 1991), com direção de Jon Hess. Na verdade, parece mais uma refilmagem ruim do que uma sequência, com elementos de Tubarão, com um empresário inescrupuloso não apenas causa a mutação do bichão, mas constrói um paraíso às margens de um lago onde a criatura mata pessoas.
O MONSTRO DO PÂNTANO (Swamp Thing, 1982)
Direção de Wes Craven.
(Swampfilms).
Baseado nas histórias em quadrinhos da Vertigo/DC Comics, o filme apresenta alguns momentos engraçados, ainda que essa não fosse a intenção. Um cientista realiza uma pesquisa secreta em um pântano, aprimorando a forma de crescimento dos vegetais. Sua fórmula é roubada por um cientista/vilão que tenta matá-lo, mas consegue apenas transformá-lo na “coisa do pântano”, um monstro bem mal construído, com um zíper nas costas, visível em algumas cenas. É um trabalho infeliz do diretor do excelente A Hora do Pesadelo (A Nightmare on Elm Street, 1984).
O filme teve uma sequência, A Volta do Monstro do Pântano (The Return of the Swamp Thing, 1989), dirigida por Jim Wynorski, com produção mais bem cuidada e, ainda assim, um filme pior. A história ainda rendeu um seriado, Swamp Thing (1990-1993), e outro com o mesmo título que está sendo apresentado em 2019.
PARASITA (Parasite, 1982)
Direção de Charles Band.
(Embassy Pictures).
Robert Glaudini interpreta um cientista que desenvolve um monstro com suas experiências em um mundo pós-holocausto. O parasita do título alimenta-se de seus hospedeiros. Um filme horroroso que tem como destaque a presença de Demi Moore em seu primeiro filme como artista principal, bem antes do estrelato. No mais, um lixo, apesar do trabalho de Stan Winston nos efeitos e maquiagens especiais.
A NOITE DO MEDO (The Being, 1983)
Direção de Jackie Kong.
(Bill Osco Productions).
Os veteranos Martin Landau, José Ferrer e Dorothy Malone parecem totalmente deslocados nesse filme pavoroso sobre um monstro à solta em uma pequena cidade dos EUA, matando pessoas violentamente. O mutante radioativo certamente desenvolveu-se devido à existência de um depósito de lixo nuclear, e ele deixa uma gosma verde como marca registrada.
CHUD – A CIDADE DAS SOMBRAS (C.H.U.D., 1984)
Direção de Douglas Cheek.
(C.H.U.D. Productions/ New World Pictures).
A sigla do título significa “cannibalistic humanoid underground dwellers”, ou seja, seres humanoides que habitam os subterrâneos de Nova York, desenvolvendo-se e passando por mutações devido à contaminação por material radioativo criminosamente estocado nos túneis existentes embaixo da cidade. Os seres transformam-se em monstros canibais e atacam pessoas, sendo combatidos quando começam a aparecer com maior frequência na superfície. Outro filme muito ruim, com história manjada, mal desenvolvida, com pouca criatividade e efeitos de maquiagem modestos. Só foi apresentado no Brasil em 1992. Nem precisava.
Ainda teve uma sequência, C.H.U.D. II: Bud the Chud (1989), dirigido por David Irving, que conseguiu ser ainda pior.
O VINGADOR TÓXICO (The Toxic Avenger, 1984)
Direção de Michael Herz e Samuel Weil.
Mitch Cohen (Troma Entertainment).
Produção minúscula da Troma Pictures, que se tornou famosa por seus filmes exagerados no sangue e violência realizados com pouco dinheiro, mas com bons resultados de público. Eles tentam fazer produções ruins para atrair o público que gosta de trash, dos filmes lixo, um público que aumentou muito a partir dos anos 1980.
Aqui, um sujeito tímido, sempre atacado pelos fortões de uma academia, cai em um tanque com produtos químicos e se transforma em um cara fortíssimos, um monstro que só pretende fazer o bem. Ele arrasa seus inimigos e ganha a consideração do povo.
Para quem gosta de filmes ruins, é um manjar.
RATOS, NOITE DE TERROR (Rats – Notte di Terrore, 1984)
Direção de Vincent Dawn (pseudônimo de Bruno Mattei) e Claudio Fragasso (não creditado).
(Beatrice Film).
Produção conjunta Itália-França em filme pavoroso, com história situada no ano 225 Após a Bomba, ou seja, a guerra nuclear que quase devastou o planeta. Jovens sobreviventes chegam a uma cidade e descobrem que está infestada de ratos inteligentes, que os atacam e devoram aos poucos. Filmagens horríveis, interpretações medíocres, erros de montagem inacreditáveis.
MUTANTE (Mutant, 1985)
Direção de John ‘Bud’ Cardos.
(Laurelwood Productions).
Também com o título Contaminação Mutante. Um tema explorado muitas vezes no cinema de ficção científica e terror, e geralmente com mais capacidade. Em uma pequena cidade dos EUA, seres humanos começam a sofrer mutações causadas por elementos químicos manipulados em uma fazenda. Os monstros resultantes tornam-se violentos e matam pessoas normais.
SUBTERRÂNEOS – A REVOLTA DOS MUTANTES (Underworld, 1985)
Direção de George Pavlou.
(Limehouse Productions/ Green Man Productions).
Também com o título Transmutations. Como se trata de um filme baseado em história e roteiro do excepcional autor britânico Clive Barker, esperava-se muito da produção inglesa, mas ela não correspondeu. A história gira em torno da existência de um mundo subterrâneo de Londres, habitado por seres mutantes, resultado de experiências realizadas por um cientista. Nada funciona, ainda que o filme tenha recebido algumas críticas favoráveis.
CREEPOZOIDS (Creepozoids, 1987)
Direção de David DeCoteau.
(Titan Productions/ Beyond Infinity/ Empire Pictures/ Urban Classics).
No lançamento em vídeo no Brasil nem se deram ao trabalho de tentar traduzir o título dessa porcaria com história situada em 1998, seis anos após um holocausto nuclear (sim, acreditem!), em uma Terra onde vivem os seres mutantes do título. No elenco, Linnea Quigley, famosa “scream queen” dos filmes lixões da época.
AS LESMAS (Slugs, Muerte Viscosa, 1988)
Direção de Juan Piquer Simón.
(Dister Group).
Criticado com razão, o filme de Simón apresenta um tema extremamente envelhecido na linha “vingança da natureza”, recebendo um tratamento igualmente envelhecido e, ainda por cima, apresentando seres ridículos: lesmas providas de dentes bem afiados que proliferam nos esgotos de uma cidade. Elas sofreram mutações devido a um depósito de material químico, e atacam os humanos utilizando-se da espantosa velocidade das lesmas. Nada que um pouco de sal não resolvesse.
O NINHO DO TERROR (The Nest, 1988)
Direção de Terence H. Winkless.
Terri Treas (Concorde Pictures).
Mais experiências genéticas sendo realizadas por uma empresa, utilizando baratas. Como resultado surgem baratas canibais, que deveriam eliminar os demais tipos de baratas, caso elas não passassem a comer outros animais e pessoas. As gerações seguintes apresentam vários tipos de mutações, combinando a barata e o que ela comeu. Como tantos outros no gênero, mistura péssima ficção científica e terror, sem criatividade.
IRA DE MUTANTES (The Terror Within, 1989)
Direção de Thierry Notz.
(Concorde Pictures).
Uma praga futura destrói a maior parte da humanidade, mas cientistas sobrevivem em um abrigo subterrâneo. Do lado de fora estão os gárgulas, mutantes que tentam entrar no abrigo. Uma sobrevivente é encontrada do lado de fora e levada para o abrigo, mas ela está grávida de um monstro e dá à luz um monstrinho que arrebenta sua barriga, cresce e ataca as pessoas no abrigo. Cópia descarada de Alien, mas com um monstro ridículo e produção capenga.
Por incrível que pareça, teve uma sequência, Ira de Mutantes 2 (The Terror Within 2, 1991), dirigido por Andrew Stevens, o astro do primeiro filme. Ambos tiveram produção de Roger Corman.
INFERNO SUBMARINO (The Rift, 1990)
Direção de Juan Piquer Simón.
(Dister Group).
Também com o título Endless Descent. Outro do diretor Simón, aproveitando a onda de filmes com histórias submarinas da época (como o imensamente superior O Segredo do Abismo). Exploradores fazem seu trabalho no fundo do mar quando surgem monstros para devorar as pessoas. Um submarino é enviado para descobrir o que destruiu outro submarino, e ficamos sabendo que os monstros são mutantes, resultado de experiências da Marinha. Fraquinho.
LEVIATHAN (Leviathan, 1989)
Direção de George Pan Cosmatos.
(Filmauro/ Gordon Company/ Metro-Goldwyn-Mayer).
Produção conjunta EUA-Itália, e mais um na linha dos filmes submarinos da época. Deveria ter se beneficiado de um orçamento maior do que o da maioria e do trabalho do roteirista David Webb Peoples que, alguns anos antes, tinha escrito o roteiro de nada menos do que Blade Runner. Mas a produção não foi o esperado.
Leviathan é o nome de um submarino soviético encontrado no fundo do mar por uma equipe de mineradores. Todos os tripulantes estão mortos, e um dos mineradores leva uma garrafa de vodca para sua base submarina, sem saber que o submarino fazia parte de uma experiência com objetivo de criar um novo vírus para guerra bacteriológica. O vírus faz suas vítimas e um monstro horrendo se desenvolve. Um filme muito, muito ruim.
A NOITE DOS FELINOS (Time of the Beast, 1989)
Direção de John R. Bowey.
(Cut Above Productions).
Também com o título Mutator. Mutações animais criadas por experiências genéticas realizadas por uma grande corporação. Um cientista sai da empresa por não concordar com as pressões para criar novos seres. Resolvendo lutar contra o que está acontecendo, entra no laboratório, e gatos gigantescos estão à solta, atacando e matando as pessoas. Horrível.
MUTAÇÃO MALIGNA (Metamorphosis, 1990)
Direção de George L. Eastman.
Gene LeBrock (Filmirage).
Outra produção EUA-Itália sobre cientista que faz pesquisas com DNA e resolve experimentar em si mesmo, transformando-se em um ser horripilante e violento. História manjadíssima, com tratamento lixo.
A SEMENTE DA MALDIÇÃO (The Suckling, 1990)
Direção de Francis Teri.
Uma jovem vai a um local hediondo para fazer um aborto. O feto é jogado pela privada abaixo, vai parar no esgoto e, adivinhem, sofre os efeitos de um produto tóxico, e se desenvolve imediatamente. Ele veda as saídas da casa, que também é um prostíbulo, e começa a matar pessoas de forma violenta. Filme extremamente moralista, com diálogos imbecis, situações óbvias e muitas cópias de filmes superiores. Uma bomba.
SHOCKING DARK (Terminator II, 1989)
Direção de Vincent Dawn (pseudônimo de Bruno Mattei).
(Flora Film).
Soldados e cientistas investigam pedidos de socorro vindos de uma cidade onde foram realizadas experiências com gases tóxicos. Apenas uma criança e um homem estão vivos, além, é claro, dos monstros mutantes locais. Produção italiana paupérrima em todos os sentidos.
A NINFA BÁRBARA NO INFERNO JURÁSSICO (A Nymphoid Barbarian in Dinosaur Hell, 1990)
Direção de Brett Piper.
(Troma Entertainment).
Só mesmo a Troma para produzir uma porcaria como essa. Uma guerra nuclear liquida o mundo em apenas um dia, mas é claro que algumas pessoas sobrevivem; alguns tornam-se mutantes, assim como animais de estimação que se transformam em seres gigantescos semelhantes a dinossauros. A “ninfa bárbara” do título enfrenta os perigos juntamente com o sujeito por quem se apaixona. Um horror.
O BEBÊ MALDITO (The Unborn, 1991)
Direção de Rodman Flender.
Brooke Adams (Califilm/ Concorde-New Horizons).
Mulher que não consegue ter filhos procura ajuda de um médico que resolve seu problema da pior forma possível, inseminando-a com um feto mutante, fruto de suas experiências na engenharia genética. No elenco, Lisa Kudrow, antes do sucesso como a Phoebe do seriado Friends. A música é de Gary Numan, conhecido músico da fase “New Wave”.
Como toda porcaria que se preze, o filme teve uma sequência, O Bebê Maldito II (The Unborn II, 1994), dirigido por Rick Jacobson, no qual descobrimos que o bebê nascido anteriormente não é o único que está solto no mundo. Roger Corman produziu os dois filmes. Perda de tempo total.
SKEETERS – ASAS DA MORTE (Skeeter, 1993)
Direção de Clark Brandon.
(August Entertainment/ K.A.R. Films/ New Line Cinema/ Team Players Productions).
O suprimento de água de uma cidade do interior dos EUA é contaminada pelo depósito de lixo tóxico, mas pior do que isso, desenvolve-se uma raça de mosquitos mutantes, gigantescos, que atacam o gado e a população. O tema “vingança da natureza” está entre os mais antigos do cinema de ficção científica e terror, e teve uma espécie de renascimento nos anos 1980 e 1990, mas com produções não muito felizes, como é o caso desse filme muito ruim.
TICKS, O ATAQUE (Ticks, 1993)
Direção de Tony Randel.
(First Look Pictures/ Republic Pictures).
Também com o título Infested. Como dizia, mais um na linha “vingança da natureza” que invadiu o cinema de baixa qualidade na época. Aqui trata-se, acreditem, de carrapatos mutantes que cresce, até atingir o tamanho de um rato devido à ação de um agrotóxico usado por plantadores de maconha. Jovens vão ao campo com dois adultos para aprenderem sobre a natureza e, tchan tchan tchan tchan, são atacados por carrapatões. Uma sucessão de imagens ridículas, algumas nojentas, e nada além disso.
MUTAÇÃO (Mimic, 1997)
Direção de Guillermo Del Toro.
(Dimension Films/ Miramax).
O primeiro filme de Del Toro nos EUA, antes de atingir o sucesso com A Espinha do Diabo (El Espinazo del Diablo, 2001). O filme é baseado em um conto de Donald A. Wolheim, publicado na revista Astonishing Stories, em 1942. Um vírus espalha-se por Nova York, matando milhares de crianças. Descobre-se que ele está sendo transmitido pelas baratas, e uma cientista (Mira Sorvino) desenvolve um tipo especial de inseto, geneticamente alterado, para exterminar as baratas. Três anos depois, os insetos, que deveriam morrer em alguns meses, sobreviveram, sofreram mutações e se transformaram em predadores gigantescos, capazes de se fazer passar por seres humanos.
Não é uma história muito inovadora e os melhores momentos ficaram mesmo com os efeitos visuais dos horrendos insetos. O diretor Del Toro disse que não gostou da edição do filme e, em 2011, pode lançar sua própria versão. Duas sequências foram produzidas; a primeira em 2001, Mutação 2 (Mimic 2), com direção de Jean de Segonzac; a segunda em 2003, Mutação 3 – O Sentinela (Mimic: Sentinel), com direção de J.T. Petty; ambos inferiores ao original.
HIDEOUS – CRIATURAS DO MAL (Hideous!, 1997)
Direção de Charles Band.
(Full Moon Entert.).
Um excêntrico colecionador de criaturas deformadas adquire um espécime inédito: um ser mutante criado a partir de detritos tóxicos. Quando o vendedor da criatura pede que o colecionador a devolva, inicia-se uma luta entre eles e, para piorar a situação, o mutante volta à vida e revive os demais espécimes da coleção, liderando um exército de monstros. Um filme inútil.
BARATAS ASSASSINAS (Bug Buster, 1998)
Direção de Lorenzo Doumani.
(Shoreline Entertainment).
Também com os títulos O Exterminador de Insetos e Some Things Never Die. Baratas mutantes e assassinas invadem uma cidadezinha. O xerife local pode estar envolvido no surgimento das baratas nojentonas e, para resolver a situação, os moradores chamam um exterminador de baratas. Mesmo entendendo que se trata de uma produção mais voltada para o humor, o filme é horroroso.
OS INSETOS MUTANTES (They Nest, 2000)
Direção de Ellory Elkayem.
(The Kushner-Locke Company).
Também com o título Hospedeiros – A Ameaça Interior. Insetos sofrem alterações genéticas não explicadas e invadem uma pequena cidade do Maine. Eles paralisam suas vítimas e usam seus corpos para depositar seus ovos. Os insetos parecem baratas imensas, mas não chegam a atingir as dimensões absurdas dos monstros dos anos 1950. Nada de excepcional, com um final mais do que manjado.
INFESTED – A INVASÃO (Infested, 2002)
Direção de Josh Olson.
(City Block Productions).
Seres mutantes, categoria mosca. Cinco amigos ficam presos em uma casa de campo infestada por moscas mutantes e carnívoras, que atacam suas vítimas uma a uma, usando seus corpos para depositar suas larvas. Haja paciência.
MALDITAS ARANHAS (Eight Legged Freaks, 2002)
Direção de Ellory Elkayem.
David Arquette e Eileen Ryan (Warner Bros./ Village Roadshow Pictures).
Depois de Os Insetos Mutantes, o director Elkayem volta ao tema, com uma aproximação comum a um tema dos mais antigos no cinema do gênero. Um carregamento de material tóxico cai acidentalmente de um caminhão, contaminando uma lagoa. Ali se desenvolvem aranhas mutantes gigantescas que aterrorizam uma pequena cidade do Arizona. A pequena diferença para os demais filmes similares da época é a utilização de humor. Mas não esperem grande coisa nesse aspecto também.
O ATAQUE DOS INSETOS (Bugs, 2003)
Direção de Joseph Conti.
Produção para a TV, mostrando insetos mutantes gigantes que tomam conta dos túneis do metrô de uma cidade, alegremente comendo os humanos que aparecerem pela frente. Uma bióloga junta-se a uma equipe de extermínio que tenta impedir que os bichos saiam para a superfície. Um lixão.