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FUGINDO PARA A TERRA

ESPECIAIS/VE ALIENÍGENAS NA TERRA

autorGilberto Schoereder
publicado porGilberto Schoereder
data15/06/2018
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Não se sabe muito bem o motivo, mas parece que a Terra é um ótimo refúgio para alienígenas perseguidos.

(Merton Park Studios).
A Invasão (1966).

Por alguma razão desconhecida para nós, pobres terráqueos, alguns alienígenas dos mais variados rincões do universo às vezes precisam fugir de alguma perseguição em seus planetas de origem e escolhem a Terra como seu esconderijo.
Nosso planeta deve ser algo como um paraíso fiscal ou o terceiro mundo entre os demais mundos da galáxia, um local no qual marginais espaciais sintam-se à vontade, confiantes que não serão encontrados após perpetrar suas barbaridades extraterrestres.
Mas nem sempre é assim. Frequentemente, até mesmo para que tenhamos uma história a ser contada, policiais alienígenas vêm atrás dos bandidos, e a Terra passa a ser palco de confrontos violentos. Às vezes, o confronto é entre aliens malvados e outros bonzinhos que procuram alguma coisa que está na Terra, e estendem seu conflito até nós.
Esse tipo de história tornou-se comum no cinema de FC e, no que diz respeito à produção dos filmes, é uma ideia excelente, porque é mais barato filmar na Terra do que ter de gastar milhões de dólares com efeitos especiais.
Infelizmente para nós, malditos terráqueos, que vamos assistir a esses filmes (em alguns casos, de preferência não), nenhum deles parece ser digno de crédito, com raríssimas exceções.
A seguir, apresentamos uma pequena listagem das produções para o cinema e televisão, sem qualquer ordem específica.

 

TERMINAL FORCE – O DESAFIO (Terminal Force, 1995)
Direção de William Mesa.

Brigitte Nielsen e John H. Brennan (Interlight/ Morphosis Production Inc./ Prism Entertainment Corporation).

Também com os títulos: Galaxis; Galactic Force; Star Crystal. Podreira total seguindo (de muuuuito longe) a trilha de Guerra nas Estrelas, com um grande império malvadão que quer conquistar tudo e todos. Para isso, precisam obter dois cristais que contêm enorme poder e que se diz terem sido criados ao mesmo tempo que o universo. Durma-se! Um deles, é claro, está na Terra, uma vez que estava em propriedade dos incas. Acreditem. A imensa e gostosa Brigitte Nielsen é a guerreira que vem à Terra tentar pegar o cristal antes do malvado de plantão. Um lixão, disfarçado com efeitos especiais e aquelas naves que fazem ruídos no espaço e raios luminosos, etc, etc.

 

A INVASÃO (Invasion, 1966)
Direção de Alan Bridges.

                                                                                                                                                      (Merton Park Studios).

Seres alienígenas chegam à Terra e vão parar num hospital inglês. Um deles é policial e o outro é seu prisioneiro, e o médico terrestre protege o prisioneiro enquanto o conflito extraterrestre continua, envolvendo o hospital num campo de força. Não chega a ser um clássico, é claro, mas também não é daqueles terríveis demais. Dá para assistir, apesar do enredo sem sentido.

 

 


 

O IRMÃO QUE VEIO DE OUTRO PLANETA (The Brother From Another Planet, 1984)
Direção de John Sayler.

Joe Morton (Anarchist's Convention Films/ UCLA Film and Television Archive/ A-Train Films).

Apresentado no Brasil originalmente na 9ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, em 1985. Um alien negro e mudo (Joe Morton) surge em Nova York fugindo da perseguição de homens brancos em seu planeta, e vai viver no Harlem, onde é ajudado por muitas pessoas quando os seres do planeta chegam à sua procura. Filmado com pouco dinheiro e muita criatividade por Sayles, veterano em roteiros de filmes (como Piranha), e com muito bom humor.

 


 

AMEAÇA DO ESPAÇO (The Borrower, 1990)
Direção de John McNaughton.

                                                                                                                                                                        (Cannon Pictures).

Num planeta distante, uma raça de criaturas semelhantes a insetos pune os criminosos transformando-os em humanos e enviando-os à Terra. Um desses é deixado numa reserva florestal da Terra e começa a reverter ao seu estado original. Ele faz vítimas, uma vez que precisa da cabeça dos humanos para continuar vivendo.


 

 

AMOR DO FUTURO (Starcrossed, 1985)
Direção de Jeffrey Bloom.

(Fries Entertainment).

Feito para TV (também com o título Visitantes das Estrelas). Belinda Bauer é uma alienígena que chega à Terra fugindo dos homens que tomaram conta de seu planeta e instalaram um regime de terror. Eles vêm atrás dela, mas ela conhece o jovem terrestre James Spader, por quem se apaixona. Ele a ajuda e, depois de muitas dificuldades, inclusive a prisão deles por cientistas e militares que desejam estudá-la, ela consegue subir em sua nave e retornar ao planeta. Nada demais.


 

ALIENÍGENAS NA TERRA (Laserblast, 1978)
Direção de Michael Rae.

(Selected Pictures).

Produção de Charles Band, que tentou se tornar o Roger Corman dos anos 1980, mas nunca chegou perto. Dois aliens perseguem um criminoso e matam-no num deserto da Terra, perto de uma pequena cidade dos EUA. Só que se esquecem de recuperar a arma que ele utilizava, por sua vez encontrada por um jovem do local. Ele passa a utilizá-la para seus próprios interesses, mas aos poucos vai se transformando num ser semelhante ao criminoso, até que os aliens percebem o erro e retornam ao planeta para destruí-lo. Os efeitos especiais são razoáveis, e só.

 

ARTE DE AMAR, ARTE DE MATAR (The Love War, 1970)
Direção de George McCowan.

(Thomas/Spelling Productions).

Feito para TV. Lloyd Bridges é um argoniano e Angie Dickinson uma ziniana, alienígenas que travam um combate na Terra, considerando o planeta um território neutro. Assumem a forma humana, é claro, mas em vez de lutarem, apaixonam-se. Segundo informações, esse foi o primeiro filme feito para TV a apresentar alienígenas, mas não chega a entusiasmar.


 

O ESCONDIDO (The Hidden, 1987)
Direção de Jack Sholder.

                                                                  (New Line Cinema).

Entre os filmes do tipo que estâo sendo comentados aqui, este está entre os melhores, se não for "o" melhor, sendo premiado no Festival de Cinema Fantástico de Avoriaz. Inicia como um filme policial bastante violento, quando um homem alucinado realiza um roubo num banco e foge pela cidade sendo perseguido pela polícia e matando dezenas de pessoas, num ritmo de ação arrasador. Kyle MacLachlan entra em cena como um investigador do FBI, sendo ajudado por um policial da cidade que percebe que ele não é exatamente o que parece ser, e que a pessoa que procuram não é um ser humano. Na verdade, são vários, e são alienígenas com a capacidade de se infiltrar em corpos humanos. Os perseguidos são violentíssimos e odeiam os antarianos como MacLachlan, que os impedem de tomar conta dos outros mundos. O policial alien e o terrestre desenvolvem uma grande amizade e respeito. Um dos bons filmes de FC da época.
Em 1993, uma sequência totalmente desnecessária foi produzida, O Escondido II (The Hidden II), com direção de Seth Pinsker. Parte da suposição de que o agente alienígena do primeiro filme não matou totalmente o ser maléfico. Uma parte dele foi pega por um cachorro e ficou 15 anos se desenvolvendo num local que é transformado num clube de dança. Uma mensagem foi enviada e outro alien chega à Terra para combater os seres que se desenvolvem. Fraquíssimo.

 

ALIENATOR – A EXTERMINADORA INDESTRUTÍVEL (Alienator, 1989)
Direção de Fred Olen Ray.

(Amazing Movies).

Fred Olen Ray é um dos diretores que tentou, na década de 1980, tornar-se um digno seguidor de Roger Corman, fazendo filmes com pouco dinheiro e muita criatividade. Ficou no pouco dinheiro. Não há qualquer notícia, nem mesmo boato, de algum filme bom que ele tenha realizado. A alienator do título é uma unidade de extermínio, uma androide extraterrestre que vem à Terra em perseguição ao violento ser chamado Kol. Aqui travam uma batalha de vida e morte. Também é mais um da lista interminável de filmes de FC e terror que, no Brasil, mantém o nome original, seguido de um título nacional qualquer. Um lixo completo.

 

CRIATURA INFERNAL (Something Is Out There, 1988)
Direção de Richard A. Colla.

                                                                                                                              Maryam D'Abo e Joe Cortese (Columbia Pictures Television).

Minissérie com Maryam D'Abo como a alienígena que chega à Terra na perseguição a um monstro assassino. Aqui ela se alia ao policial terrestre Joe Cortese, e eles vão à luta. No Brasil foi lançado em vídeo com metade da duração e, na TV, como minissérie completa com o título Força Diabólica. O mesmo título foi usado no seriado que se originou dessa minissérie, mas que teve curta duração devido a baixos índices de audiência.


 

O GRANDE ANJO NEGRO (Dark Angel, 1990)
Direção de Craig R. Baxley.

Mimi Cochran e Matthias Hues (Vision PDG).

Também com o título I Come in Peace. Dolph Lundgren interpreta um policial que encontra um traficante de drogas intergaláctico, fortão como ele, mas com armas poderosíssimas. Além do traficante que chega à Terra para retirar a droga do cérebro dos seres humanos, um policial alien vem atrás dele. A ação até que é razoável, mas é só. Muita pancadaria.

 

 

ABRAXAS – O GUARDIÃO DO TEMPO (Abraxas - Guardian of the Universe, 1990)
Direção de Damian Lee.

                                                                                                                                        (Phoenix Entertainment Group/ Rose & Ruby Productions).

Poderíamos perguntar: por que “guardião do tempo” se no título original está “guardião do universo”?; por que a Terra é chamada de “o quarto planeta depois do Sol”?; o que seria uma “equação antivida” de que tanto se fala no filme; por que alguns diretores e produtores insistem em fazer porcarias malcheirosas como essa? É uma droga mesmo. Abraxas é um policial intergaláctico com 10 mil anos de idade que vem à Terra para enfrentar Secundus, um policial renegado que pretende dominar o universo, sabe-se lá como. Parte do plano dele inclui ter um filho com uma humana, o que ele faz colocando a mão em sua barriga. Ah, se ele conhecesse o velho método... mas que universo que nada! Claro que eles preferem entrar em combate na Terra, onde os efeitos especiais custam mais barato. Vade retro, filme ruim! Ainda é conhecido pelo título Abraxas – O Guardião do Futuro, o que é muita responsabilidade para alguém com um nome tão estranho.

 

CAÇADA ALIENÍGENA (Peacemaker, 1990)
Direção de Kevin S. Tenney.

(Gibraltar Entertainment/ Mentone Pictures).

Dois alienígenas humanoides chegam à Terra; um deles é um assassino intergaláctico, o outro uma espécie de policial, o peacemaker. Ambos dizem ser o policial, sendo igualmente violentos. Tentam obter a ajuda de uma mulher esperando que ela possa ajudar a encontrar uma nave que sobreviveu à queda na Terra.


 

 

FUGA DAS ESTRELAS (Princess Warrior, 1989)
Direção de Lindsay Norgard.

                                                                                                                                                                                                   (Vista Street Entertainment).

Porcaria totalmente dispensável. Começa no planeta Vulkaria, governado por mulheres e onde a rainha-mãe, ao morrer, passa o reino para a filha mais nova, enquanto a mais velha – que é má, é claro –, tenta tomar o reino dela. Ela foge através de um portal e vem parar na Terra, onde é mais barato filmar. Aqui, se envolve num concurso de seios, conhece um sujeito com quem transa, foge da irmã malvada que vem atrás dela, e retorna ao seu planeta com seu amado terrestre. Uma babaquice inacreditável.

 

O FATOR ALIENÍGENA (The Alien Factor, 1977)
Direção de Donald M. Dohler.

(Cinemagic Visual Effects).

Produção modesta e ruim sobre quatro alienígenas que chegam à Terra, sendo que apenas um deles é bom. O problema dos terrestres é decidir em qual deles podem confiar. Mas, se não dá para saber nem em que terrestre confiar, o que dizer de aliens?

 


 

ALIEN FORCE (Alien Force, 1997)
Direção de Ron Ford.

                                                                                                                                                                                                    (Wildcat Entertainment).

Uma espécie de ovo espacial cai na Terra trazendo milhões de seres malévolos alienígenas. Um alien do bem vem atrás do ovo para destruí-lo antes que o alien do mal consiga pegá-lo e soltar a bicharada. O herói do espaço conhece artes marciais, de modo que sobra porrada prá todo lado. Uma coisinha horrenda, grotesca, fedorenta e mal feita. E ainda tem Burt Ward, ex-garoto prodígio da série Batman da TV, aqui já cinquentão e interpretando um personagem com o incrível nome de Omnipresent Praxima.


 

O INVASOR (The Invader, 1997)
Direção de Mark Rosman.

(Spectacor Films).

Ben Cross é o alien que vem à Terra em paz para dar um filho a Sean Young, que não é fértil. Só que eles são perseguidos por um ser (Nick Mancuso) de uma raça que se diz superior e não aceita a miscigenação. Não é a primeira vez que isso acontece. Pelo contrário, é uma tentativa antiga dos aliens, pelo menos desde os anos 1950.

 

 

 

EU SOU O NÚMERO QUATRO (I Am Number Four, 2011)
Direção de D.J. Caruso.

                                                                                                             Alex Pettyfer (DreamWorks/ Reliance Big Entertainment/ Bay Films).

O filme foi baseado no livro Eu Sou o Número Quatro (I Am Number Four, 2010. Ed. Intrínseca), de Pittacus Lore (pseudônimo de James Frey e Jobie Hughes), o primeiro de sete livros da série “Os Legados de Lorien” visando o público chamado “jovens adultos”.
Foi uma produção cara (em torno de 60 milhões de dólares), que segue a vida de jovens alienígenas do planeta Lorien que se encontram na Terra fugindo dos aliens que invadiram e destruíram seu planeta, os Mogadorians. O número quatro do título é John Smith, um dos jovens aliens, protegidos por um Guardião, uma vez que os Mogadorianos querem matar os fugitivos. Aqui na Terra ele desenvolveu alguns poderes, o que irá ajudá-los nos momentos difíceis que terá pela frente.
Esses invasores só podem matar os aliens que vieram para a Terra numa determinada sequência. E, adivinhem... ele é o número quatro, e chegou sua vez. Como tantas histórias recentes escritas para esse público “jovens adultos”, não vai a lugar nenhum e é repleto de clichês e soluções fáceis.

 

OUTLANDER: GUERREIRO vs PREDADOR (Outlander, 2008)
Direção de Howard McCain.

(The Weinstein Company/ Virtual Films/ Ascendant Pictures).

Dois alienígenas chegam à Terra numa espaçonave que cai em um lago em algum ponto da Escandinávia, na época dos vikings. Um deles, Kainan (Jim Caviezel), é um humanoide; o outro é um Moorwen, uma criatura violenta que, na verdade, estava buscando vingança da raça de Kainan que invadiu seu planeta e matou bilhões.


 

 

 

TRACKER (2001–2002)
Criação de Gil Grant.

                                                                                                                                                                             (Tracker Productions/ Future Films).

Um alienígena chega à Terra vindo do planeta Cirron para capturar 218 prisioneiros foragidos que assumiram identidades terrestres. Originalmente, os prisioneiros eram formas de energia, e quando o alien os captura consegue mantê-los presos num aparelho que trouxe consigo. A série durou 22 episódios.
 

 

APRISIONADOS NO PLANETA TERRA (Stranded, 1987)
Direção de Tex Fuller (pseudônimo de Fleming B. Fuller).

(New Line Cinema).

Também com o título Perigo no Paraíso. Alienígenas chegam à Terra fugindo de um ser monstruoso que ameaça seu mundo. São ajudados por duas mulheres terrestres e um xerife, mas o monstro nem era tão terrível assim.