No sensacional ensaio A alma do homem sob o Socialismo (The soul of man under Socialism, 1891), Oscar Wilde escreveu: “Qualquer um que ponha as mãos sobre mim para me dominar é um usurpador, um tirano, e eu o considero meu inimigo”. E olhem que ele estava falando de seres reais, humanos.
A ficção científica ampliou o leque de criaturas querendo por as mãos sobre nós para nos dominar: alienígenas; terrestres; senhores do Mal; cientistas loucos; outros cientistas nem tão loucos, mas com sérios problemas de relacionamento. Eles nos invadem e conquistam, ou tentam, com os mais diferentes propósitos, da fecundação com fins de sobrevivência da espécie até o mais puro prazer de dominar. Eles também nos destroem, talvez porque nos conheçam muito bem e queiram acabar com o problema antes que o problema chegue até eles; ou talvez apenas porque gostam de destruir coisas.
Os que tentam nos dominar chegam até a nos usar como alimento, por mais sem sal e/ou venenosos que sejamos.
E, é claro, os robôs não ficaram de fora desse arranjo literário. Eles tanto são utilizados pelos caras do Mal para descer o cacete em nós, como surgem para atrapalhar nossas vidas por conta própria, porque são robôs e não gostam de humanos. Ou porque são robôs “e” alienígenas.
A desconfiança e/ou medo do desconhecido, do diferente, do outro, que surge de diversas maneiras na ficção científica, estende-se aos robôs, é claro; seres mais fortes do que nós, cuja linha de pensamento e ação não é totalmente compreendida por nós, é um prato cheio para o surgimento desse temor.
Em “Robôs para todo gosto” já havia comentado que, em The Science Fiction Encyclopedia (1979), Brian Stableford ressalta a ambivalência com relação aos robôs nas primeiras histórias do gênero publicadas, e ele também lembra que essa situação estendeu-se aos primeiros contos publicados nas revistas de ficção científica, tão comuns a partir dos anos 1930.
Vemos um exemplo disso no conto Rex (Rex, 1934. No Brasil, publicado em Máquinas que Pensam, L&PM, 1985), de Harl Vincent, no qual um robô tenta não apenas dominar o mundo, mas transformar o ser humano à imagem dos robôs.
O cinema da época seguiu de perto essa tendência e, até onde pude pesquisar, um dos primeiros filmes a apresentar robôs sendo utilizados para o mal foi a produção alemã Der Herr der Welt (também conhecido pelos títulos em inglês Master of the World e Ruler of the World, 1934). A direção foi de Harry Piel, conhecido ator alemão e ligado ao partido nazista e à SS. O enredo é básico nesse tipo de história: um cientista maluco quer dominar o mundo e constrói um exército de robôs que, por sua vez, são controlados por trabalhadores cuja única função é apertar alguns botões.
Os robôs a serviço do mal continuariam a pipocar aqui e ali nos filmes dos anos 1930 e 1940, como aqueles utilizados pelo malévolo imperador Ming, no seriado Flash Gordon (Flash Gordon, 1936).
Um exemplo de robôs alienígenas está no péssimo Invasão do Mundo (Target Earth, 1954), filme dirigido por Sherman A. Rose, baseado na história Deadly City, de Ivar Jorgensen. Na verdade, Jorgensen foi um pseudônimo utilizado por vários escritores para a Ziff-Davis Publishing Co., no início dos anos 1950, incluindo Paul Fairman (que escreveu esta história em particular), Robert Silverberg, Harlan Ellison e Randall Garrett.
Os robôs vêm de Vênus e, quando a história inicia, uma mulher acorda para descobrir que a cidade de Chicago está praticamente deserta. Ela encontra outras pessoas que, aos poucos, percebem que algo de muito grave aconteceu. Claro, foram os robôs alienígenas, que disparam raios mortais de suas cabeças. Na verdade, os robôs poderiam perfeitamente estar naqueles listados em “Os ridículos”, com seus corpos quadrados e mal feitos.
Tão ridículo quanto os seres de metal é a solução de um cientista para eliminar a ameaça, que também mata todo o restante da população humana. Com exceção, é claro, do casal central.
Em 1957, outro robô vem ameaçar o planeta em Kronos, o Monstro do Espaço (Kronos), dirigido por Kurt Neumann. Ele é chamado de Kronos pelos terrestres e parece um imenso prédio quadrado. Ele desce na costa do México e imediatamente começa a absorver toda a energia do planeta, dirigindo-se para Los Angeles. Nem mesmo uma bomba nuclear consegue acabar com o robozão, que absorve a energia, crescendo cada vez mais. Sabe-se que ele foi enviado por uma raça extraterrestre que esgotou suas fontes de energia e resolveram reabastecer na Terra, esse gigantesco posto Ipiranga da ficção científica. Ao final, um cientista consegue salvar a humanidade ao conseguir reverter o processo do ser – sabe-se lá como – e causar uma implosão do robô.
Kronos (Regal Films/ 20th Century Fox).
O filme é bem melhor do que poderia se esperar de uma pequena produção em preto e branco da época, com efeitos especiais que chegaram a ser saudados por críticos pela inventividade, especialmente numa produção que custou cerca de 160 mil dólares. O crítico Phil Hardy disse que “Os efeitos especiais são soberbos, apesar do pequeno orçamento, e a fotografia (de Karl Struss) dá a impressão de um orçamento muito maior...”.
Robôs também são utilizados como ponta de lança de uma invasão alienígena em I Pianeti Contro di Noi (1962, com os títulos em inglês: The Planets Against Us; Hands of a Killer; The Man With the Yellow Eyes), dirigido por Romano Ferrara. Eles são construídos com o mesmo rosto, o de Michael Lemoine, filho de um cientista, e claro que querem dominar o planeta. Para nossa sorte, eles eram renegados, e os próprios alienígenas vêm para cá para resolver o problema e destruir os rebeldes. Senão, nós teríamos que encontrar uma solução impossível por nós mesmos, como sempre.
Outros robôs utilizados para nos aniquilar surgem em The Earth Dies Screaming (1964), produção inglesa dirigida por Terence Fisher, mais conhecido por seus trabalhos para a famosa produtora Hammer. Apesar do título, a Terra não chega a morrer completamente, e também, é claro, não grita. O filme é uma mistura improvável de invasão alienígena, robôs e zumbis, mas foi razoavelmente bem recebido pela crítica.
The Earth Dies Screaming (Lippert Films).
Um piloto de testes (Willard Parker) volta de um voo e percebe que a Inglaterra foi devastada. Junto com poucos sobreviventes, dirige-se a Londres e encontra robôs que podem matar as pessoas com apenas um toque; e, se não bastasse, podem revivê-las como zumbis. Claro que os robôs são controlados, de muito longe, por alienígenas, esses malvados que sempre querem o que é nosso ou, no caso, dos ingleses. O piloto descobre como desativar os robôs e impede que a Terra morra, gritando.
A Louca Missão do Dr. Schaeffer (Paramount).
Em 1967, A Louca Missão do Dr. Schaeffer (The President’s Analyst) usou o tema dos robôs como dominadores, em clima de paranoia e alucinação. Dirigido por Theodore J. Flicker, traz James Coburn como o psicanalista do presidente dos Estados Unidos, sendo perseguido pelo FBI, pela CIA, por agentes chineses e soviéticos, todos querendo saber o que se passa na cabeça do chefe da nação. O psicanalista tem um ataque de nervos diante da pressão de ter de ouvir os problemas secretos que o presidente tem de enfrentar, sem ter com quem conversar sobre isso, e resolve fugir, encontrando refúgio na casa de uma família um tanto disfuncional.
O clima é de humor, mas ainda assim a paranoia e os perigos reais que envolvem o analista criam uma tensão considerável. Ele acaba descobrindo que quem realmente dirige os Estados Unidos é a Companhia Telefônica, que por sua vez é comandada por robôs que pretendem implantar telefones em miniatura nos cérebros de todos os humanos, para controlar o mundo, é claro.
Na época, o filme não foi bem nas bilheterias, mas teve boa recepção da crítica, sendo ainda mais considerado ao longo dos anos, apesar de continuar pouco conhecido do público. O crítico John Brosnan, escrevendo o verbete sobre o filme para a The Science Fiction Encyclopedia, disse que o filme “é mais relevante agora (1979) do que quando foi feito”. Phil Hardy, em The Encyclopedia of Science Fiction Movies, entende que o filme manteve seu poder de chocar e divertir ao longo dos anos, ainda que ele também veja uma certa falta de sentido em alguns momentos. Por outro lado, a “certa falta de sentido” parece ter sentido, uma vez que esse é o objetivo da trama.
Em termos cinematográficos – seja no cinema ou na TV – as ameaças robóticas seguintes de peso ocorreram com a série Galáctica (Battlestar Galactica, 1978/1979), com Jornada nas Estrelas (Star Trek – The Motion Picture, 1979) o primeiro longa-metragem originado da série Jornada nas Estrelas (Star Trek, 1966/1969) e com O Exterminador do Futuro (The Terminator, 1984). Galáctica e O Exterminador, em suas diferentes versões, já foram comentados na matéria “Os famosos”.
Já o longa de Jornada gerou comentários variados, às vezes sendo bastante criticado pelo ritmo lento da direção de Robert Wise (1914-2005), um diretor com uma história gigante no cinema mundial, outras vezes sendo saudado por ter dado mais atenção à trama em si do que à ação. Phil Hardy comentou que o filme segue o ambiente reflexivo do seriado, que teve seus melhores momentos quando o aspecto central era mais a imaginação do que a ação – exatamente o contrário do que está sendo feito com os novos filmes da série. Ainda assim, Hardy entende que o filme falhou na transposição da tela pequena para a tela grande, perdendo “o conforto doméstico” do original.
A tripulação da Enterprise encontra o centro de V'ger, em Jornada nas Estrelas - O Filme (Paramount).
Claro que, analisado do ponto de vista da maioria dos filmes de fc atuais – inclusive os já citados filmes modernos da série Jornada, agora rebatizados Star Trek, por razões que ninguém consegue explicar razoavelmente – o filme de Robert Wise é lento. Mesmo na época do lançamento parte da crítica pensou o mesmo; mas ainda assim o filme de Wise é muito bem feito.
Persis Khambatta como Ilia, tripulante da Enterprise que passa a ser representante da civilização V'ger entre os humanos.
Assim como em Galáctica, trata-se de uma civilização inteira de robôs. A Enterprise prepara-se para encontrar um objeto gigantesco que se dirige à Terra, entrando em contato com uma ração alienígena que chama a si mesma de V’ger. Eles são robôs e construíram toda sua civilização em torno da antiga sonda terrestre Voyager, que eles encontraram vagando no espaço. Eles vêm querendo encontrar o “deus-construtor”, o local de origem da V’ger. Como não tinham sinais de resposta da Terra, ameaçam o planeta de destruição.
Outros filmes com robôs usados para dominação.
A INVASÃO DOS ANDROIDES (The Human Duplicators, 1965)
Direção de Hugo Grimaldi.
Uma produção conjunta Estados Unidos-Itália, o que não ajuda em nada o filme, chatíssimo. O gigantesco Richard Kiel – mais conhecido como o Jaws, dos filme de James Bond – interpreta um alienígena enviado à Terra como parte de um plano de destruição. Aqui, ele desenvolve androides iguais aos humanos. Muito ruim.
O ANIQUILADOR (The Annihilator, 1986)
Direção de Michael Chapman.
Produção para a TV, pretendendo tornar-se um seriado. Não deu certo, por uma razão muito simples: era muito ruim. Um jornalista descobre que seres humanos estão sendo substituídos por robôs, como parte de um plano alienígena de invasão.
MUTANT HUNT, O EXTERMINADOR DE HUMANOIDES (Mutant Hunt, 1986)
Direção de Tim Kincaid
Um cientista cria androides, e outro cientista os transforma em assassinos, querendo, adivinhem? Dominar o mundo, ou algo do gênero. Não importa, porque o filme é ridículo. O diretor Kincaid ficou mais conhecido por produzir e dirigir filmes adultos para o público gay.
MUTANTES CARNÍVOROS (Robot Holocaust, 1987)
(Taryn Prod./ Empire Pictures).
Direção de Tim Kincaid.
Outro filme horroroso de Kincaid, com história situada num futuro em que a Terra sofreu uma revolta dos robôs, que passaram a dominar uma parte do planeta. A pobreza da produção é algo que só vendo para acreditar que chegou a ser lançado nos cinemas (na Itália) e em vídeo em vários países, inclusive no Brasil. Parece ter sido rodado num terreno baldio, com personagens imbecis sem ter o que fazer a não ser lutar. E para piorar, a tradução brasileira para o título só piora as coisas, uma vez que não existem mutantes carnívoros.
O EXTERMINADOR DE ANDROIDES (Nemesis, 1992)
Direção de Albert Pyun.
Outro que não consegue decolar. Os produtores ainda tiveram a desfaçatez de apresentá-lo como “o Blade Runner dos anos 90”, o que ele só é no sentido de copiar descaradamente algumas ideias do clássico de Ridley Scott. Tem um exterminador de androides que quer abandonar sua profissão e que, aos poucos, vai sendo transformado em androide, com partes de seu corpo sendo substituídas por equivalentes mecânicos e eletrônicos. E existem, é claro, os androides, que planejam uma rebelião para substituir os humanos, enquanto androides mais bonzinhos tentam impedi-los. O filme inaugurou uma série, com as produções seguintes apresentando histórias totalmente sem sentido.
A EXTERMINADORA (Knights, 1993)
Direção de Albert Pyun.
Mais um do infalível Pyun, diretor capaz de fazer um filme ruim atrás de outro. Aqui, os ciborgues formam um exército para manter a paz, mas passam a ser assassinos que precisam de sangue humano para prolongar suas vidas. A questão é: o que Kris Kristofferson e Lance Henriksen estavam pensando quando concordaram em participar dessa coisa?
APEX (A.P.E.X., 1993)
Direção de Philip J. Roth.
Outra história sem pé nem cabeça sobre robôs do futuro, conhecidos como APEX, enviados em viagens no tempo. Um mau funcionamento no “portal do tempo” faz com que vários robôs sejam enviados ao passado, iniciando uma guerra entre eles e os humanos.
A MALDIÇÃO: OMEGA DOOM (Omega Doom, 1995)
Direção de Albert Pyun.
Não querendo ser repetitivo, mas... é ele de novo! Pyun, o diretor das mil porcarias. E tem Rutger Hauer, o replicante de Blade Runner como, adivinhem... um androide. Ele percorre o mundo devastado por uma guerra total entre robôs e humanos, tentando liquidar os robôs maus. Todo o filme se passa num mesmo ambiente, uma espécie de fundo de quintal repleto de quinquilharias, ou seja, cenário perfeito para um lixo de filme.
EYEBORGS (2009)
Direção de Richard Clabaugh.
Os eyeborgs do título são robôs que observam tudo o que acontece na sociedade, aparentemente para ajudar a controlar a violência. Na verdade, tudo o que ocorre na sociedade está sendo controlado por um complexo chamado ODIN, que inclusive inventa candidatos à presidência e cria falsas imagens do presidente. Os robôs foram modificados e pretendem controlar completamente a humanidade. Não chega a ser um grande filme, mas é interessante.
MEIO FORA DE CONTROLE
É certo que a ficção científica é repleta de histórias em que os robôs assumem a função de humanos, muitas vezes para o mal. Menos comuns, talvez, são as histórias de robôs que, de uma forma ou de outra, perdem o controle e, assim, ameaçam os seres humanos.
Imaginar robôs perdendo o controle e ameaçando a integridade, a liberdade ou a vida de seres humanos é uma situação que está inserida no pensamento já apresentado na matéria “Robôs para todo gosto”. Na verdade, pode ser vista como uma vertente das histórias que apresentam os robôs como seres ameaçadores.
A diferença entre os robôs “meio fora de controle” e aqueles que atingem uma inteligência e comportamento quase humano é que os primeiros, quase sempre, perdem o controle por ação dos humanos, seja por imperícia ou, mais comumente, por um desejo de utilizar os seres mecânicos para cumprir seus próprios interesses.
As histórias apresentando esse tipo de situação parecem estar mais presentes no cinema do que na literatura do gênero. Apresento a seguir algumas delas.
GOG, O MONSTRO DE CINCO MÃOS (Gog, 1954)
Direção de Herbert L. Strock.
Gog foi filmado originalmente em 3-D, mas segundo informações não existe mais qualquer cópia nesse sistema. O Gog do título faz parte com Magog, dois robôs que são controlados pelo computador NOVAC que, por sua vez, é controlado por sabotadores que pretendem explodir o laboratório onde está sendo construída uma estação espacial. Richard Egan é o sujeito enviado ao local para investigar as mortes que estão ocorrendo, e acaba salvando o dia.
O filme não é grande coisa e ficou datado, além de ter vários minutos com explicações “técnicas” ridículas e totalmente dispensáveis.
Além do que, quem é que, em sã consciência, daria aos dois robôs nomes que, na Bíblia, estão associados à destruição, ao mal e ao fim dos tempos?
Os robôs Gog e Magog (Ivan Tors Productions/ United Artists).
O filme foi produzido por Ivan Tors para a United Artists, para quem também produziu O Monstro Magnético (The Magnetic Monster, 1953) e A Caminhho das Estrelas (Riders to the Stars, 1954), ambos bem fraquinhos. No Brasil, seus trabalhos mais conhecidos foram as séries de televisão Aventuras Submarinas (Sea Hunt, 1958-1961), Flipper (Flipper, 1964-1967) e Daktari (Daktari, 1966-1969).
O MONSTRO DE NOVA YORK (The Colossus of New York, 1958)
Direção de Eugène Lourié.
O diretor Eugène Lourié ficou conhecido como diretor de arte, em especial por sua colaboração com o diretor francês Jean Renoir e com Charles Chaplin (em Luzes da Ribalta), entre outros. E ele gostava bastante de monstros. Também são dele: O Monstro do Mar (The Beast from 20.000 Fathoms, 1953), baseado num conto de Ray Bradbury e tido por alguns críticos como o iniciador do ciclo de “monstros revividos” que invadiu o cinema nos anos 1950; O Monstro Submarino (Behemoth, The Sea Monster, 1959); e Gorgo (Gorgo, 1961).
O robô de O Monstro de Nova York, bem menor do que o cartaz prometia (Paramount).
Não há dúvida de que realizou ótimos trabalhos, tanto no departamento de arte quanto de efeitos especiais e direção, mas não é exatamente o caso aqui. O filme é fraco, apesar de alguns momentos visualmente interessantes.
Um cientista famoso, prestes a ser premiado por seu trabalho humanitário, morre num acidente de carro. Querendo preservar seu trabalho, seu irmão consegue transplantar seu cérebro para um robô gigantesco. O problema ocorre algum tempo depois, quando corpo e mente se dissociam e o robô começa a apresentar comportamento violento, além de desenvolver algumas capacidades inéditas, como disparar raios pelos olhos.
A produção ainda tem os efeitos especiais de John P. Fulton, um dos inovadores do gênero, iniciando nos anos 1920/ 30, como nos clássicos Frankenstein (Frankenstein, 1931) e O Homem Invisível (The Invisible Man, 1933).
FORA DE CONTROLE (Runaway, 1984)
Tom Selleck, ameaçado por aranhas robôs, em Fora de Controle (TriStar Pictures).
Direção e roteiro de Michael Crichton.
Como é comum nas histórias de Michael Crichton, o filme tem bastante ação e não é ruim. Nem muito bom. Dá pro gasto. A história se passa num futuro em que os robôs se tornaram comuns, mas alguns sempre dão algum defeito; são os chamados “runaways” (fugitivos), de modo que é criada uma divisão especial da polícia para tratar desses casos. Tom Selleck, o astro da série Magnum, é o sargento que se junta à divisão e tem como missão lidar com o primeiro homicídio realizado por um robô. Claro que os robôs estão sendo modificados pelo malévolo doutor Luther, interpretado por ninguém menos do que Gene Simmons, do grupo Kiss.
CHOPPING MALL (1986)
Fugindo dos robôs (Concorde Pic.).
Direção de Jim Wynorski.
Dessa vez os robôs não são controlados por humanos, mas entram em frenesi assassino depois que o computador central que os controla perde o controle sobre eles após uma tempestade elétrica. Os robôs são a segurança de um shopping center, e eles atacam os jovens que permaneceram no local após seu fechamento, pensando em fazer uma festinha. Um filme horrendo, de um diretor que se especializou em filmes muito ruins.