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MAIS BANDAS E SUAS MÚSICAS DE FC

ESPECIAIS/VE O ROCK E A FC

autorGilberto Schoereder
publicado porGilberto Schoereder
data10/07/2020
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Uma lista com dezenas de bandas de rock, das mais variadas vertentes, que trabalharam com a ficção científica.

Como complemento às matérias anteriores, a seguir apresentamos várias bandas e músicos que apresentaram canções com temas de ficção científica. A lista, obviamente, não traz todas as músicas do gênero, mas dá uma boa ideia do que foi produzido no rock em geral. As bandas e músicos estão apresentados em ordem alfabética.


ACID MOTHERS TEMPLE

Banda japonesa formada em 1995, que Adam Roberts categorizou como space rock e outros críticos como rock psicodélico, especializada em “longas e caóticas jam sessions improvisadas”, disse Roberts, acrescentando que em seus discos existe conteúdo de ficção científica, mas que é difícil separá-lo da “sopa de besteiras New Age transcendentais, místicas e influenciada por drogas” que surge, por exemplo, em seus álbuns Acid Mothers Temple & The Melting Paraiso U.F.O. (1996), 41 Century Splendid Man (2002), Univers Zen, ou de Zéro à Zéro (2002) e Hypnotic Liquid Machine from the Golden Utopia (2004). “Levemente menos desorganizado é Does the Cosmic Shepherd Dream of Electric Tapirs? (2005)”, diz Roberts, “cuja relação com o livro de Philip K. Dick [Do Androids Dream of Electric Sheep?, 1968] é alegremente irreverente e realmente indireta, e Have You Seen the Other Side of the Sky? (2006), que termina com uma notável música de 30 minutos, The Tales of Solar Sail-Dark Stars in the Dazzling Sky”; além de trazer a música com o estranho e delicioso título Asimov’s Naked Breakfast: Rice and Shrine.
A discografia da banda é gigantesca, e continua contando.


AMPLIFIER

Banda inglesa formada em 1996, com influências variadas que vão de Black Sabbath a Pink Floyd, às vezes sendo chamada de prog-metal, outras de neo-prog. Seja como for, é muito boa, e apresenta várias referências à ficção científica desde seu álbum de estreia, Amplifier (2004), que finaliza com a música UFO, “(...) na qual”, diz Adam Roberts, “espaçonaves alienígenas e, estranhamente, U-boats, descem na Terra”. O EP The Astronaut Dismantles HAL (2006) traz músicas que, apesar de não fazerem referência direta ao filme 2001, de Kubrick, “(...) certamente articulam uma ficção científica bem demarcada, excitante e alucinatória, não muito distante das últimas cenas do filme de Kubrick”, disse Roberts.
O disco The Octopus (2011) também traz ecos de viagens espaciais e naves alienígenas em Interstellar e em White Horses at the Sea/ Utopian Daydream.

 


ARCHIVIST

Banda europeia formada em 2014 por músicos da Áustria, Inglaterra e Alemanha, na linha classificada como pós-metal. Eles lançaram três discos conceituais que compõem uma história de ficção científica: Archivist (2015), Construct (2017) e Triumvirate (2019). A “arquivista” do título da banda e do primeiro álbum, é apresentada como a última remanescente da humanidade que se encontra a bordo de uma nave lançada da Terra. A nave também tem o último representante das inteligências artificiais, Construct. Ambas as formas de vida aniquilaram-se e, agora, precisam encontrar uma maneira de conviver longe do planeta.

 

 


AREA

Grupo de rock progressivo italiano formado em 1972, às vezes categorizado como jazz-rock, no que Adam Roberts chamou de um estilo de fusão quase caótico. Na linha da ficção científica, os álbuns mais significativos são Caution Radiation Area (1974), disco que “(...) um álbum muito barulhento e até mesmo desagradavelmente cacofônico que parece dramatizar um apocalipse nuclear que é prenunciado por um ‘cometa cor-de-rosa’”, e Chernobyl 7991 (1996), “(...) que continua com o tema apocalíptico”, explicou Roberts. O crítico também disse que o estilo musical da banda é tido por muitos como musicalmente sofisticado, ainda que possa confundir outros ouvintes. E, de fato, Area não é para qualquer ouvido, alternando momentos excelentes e outros extremamente desagradáveis ou mesmo entediantes.

 


ALAN PARSONS PROJECT

A banda inglesa foi formada por Alan Parsons e Eric Woolfson em 1975, e os discos que lançaram tinham inúmeros músicos convidados. Após seu disco de estreia, Tales of Mystery and Imagination (1976), baseado nos contos de Edgar Allan Poe, eles produziram I Robot (1977), com músicas baseadas nos conceitos elaborados por Isaac Asimov em suas histórias clássicas de robôs. Adam Roberts diz que, dos livros de Asimov, o disco apresenta pouco mais do que o título e, apesar de desenvolver uma narrativa vaga sobre um choque futuro entre robôs e humanos, as músicas são frequentemente vigorosas.
Pelo que se sabe, Eric Woolfson conversou com Asimov, que gostou da ideia de adaptar as histórias, mas como os direitos já haviam sido concedidos para uma empresa cinematográfica, tanto o título quanto as músicas precisaram ser alteradas; no título, tiraram a vírgula que separava as palavras; as músicas precisaram ser adaptadas para apresentar os temas de forma mais genérica.
A banda teve grande sucesso comercial com o álbum Eye in the Sky (1982), que apresenta um tema sobre um mundo futuro distópico marcado pela vigilância opressiva das pessoas. Segundo Adam Roberts, o tema perde seu impacto pelo fato de as músicas serem convencionais, compostas para agradar a um grande público.
Após o término do grupo, Alan Parsons continuou lançando seus projetos solo, entre eles o álbum The Time Machine (1999), com várias músicas abordando viagens no tempo, para o passado ou para o futuro, além de discussões sobre a natureza do tempo. Roberts diz que as músicas apresentam vários clichês das viagens no tempo, com estruturas musicais “palatáveis”, seguindo na linha de suas músicas mais populares.
 


AYREON

Banda fundada pelo músico holandês Arjen Anthony Lucassen em 1995, e ativa ainda hoje; às vezes é apresentada como uma banda de rock progressivo, outras, como prog metal. Cada álbum produzido traz uma série de músicos convidados, e muitos desses discos trabalham em torno de um conceito geral.
A FC surge já no primeiro álbum, The Final Experiment (1995), no qual cientistas do ano 2084 enviam mensagens para o passado, utilizando algo chamado “telepatia do tempo”, para um menestrel chamado Ayreon, que as transforma em canções. A ideia dos cientistas é que as mensagens formem um aviso do que está para vir, ou seja, a destruição do meio ambiente.
O segundo disco, Actual Fantasy (1996), ainda que sem trabalhar em torno de um conceito, também apresenta várias músicas de ficção científica, como Computer Eyes e Back on Planet Earth.
Mais voltado para o gênero foi seu terceiro disco, Into the Electric Castle – A Space Opera (1998). Adam Roberts disse que o enredo é excessivamente complexo, mas a música é inventiva e ocasionalmente um grande trabalho de rock sinfônico. A história reúne personagens de diferentes locais e períodos do tempo reunidos de forma inexplicável em um mesmo local, onde não há tempo ou espaço, e têm de seguir a instrução de uma voz misteriosa e tentar alcançar o “castelo elétrico” do título, descobrindo o que há em seu interior. A passagem musical de cada personagem é cantada por diferentes músicos, entre eles Fish – ex-vocalista da banda inglesa Marillion – e Anneke van Giersbergen, que voltaria a colaborar com Lucassen em outros discos, além de seus trabalhos com Devin Townsend e várias outras bandas de rock.
Os dois álbuns seguintes formam uma única história: Universal Migrator Part 1: The Dream Sequencer (2000) e Universal Migrator Part 2: Flight of the Migrator (2000). Segundo Roberts, trata-se de uma narrativa de viagem no tempo que começa em Marte, num período posterior ao apocalipse indicado no primeiro disco, e que “(...) ocasionalmente ultrapassa a incoerência da narrativa com momentos esplêndidos de heavy metal”. Na verdade, o primeiro disco é mais voltado para o rock progressivo, mais melódico, enquanto o segundo segue a linha do heavy metal.
A história imagina que, após a guerra que destruiu a Terra, alguns sobreviventes conseguem fugir para Marte, mas não conseguem manter-se devido à falta de recursos. Assim, The Dream Sequencer conta a história do último ser humano vivo. O Dream Sequencer do título é uma máquina desenvolvida pelos humanos antes de chegarem ao seu fim, e usa uma espécie de hipnose para realizar viagens ao passado de quem a utiliza.
O último sobrevivente da raça resolve recuar no passado até a formação do universo e observa a criação da primeira alma da qual todas as demais se originaram: o Universal Migrator.
Os álbuns têm a participação de Edward Reekers, da banda holandesa Kayak, de Neal Morse, da banda americana Spock’s Beard, de Bruce Dickinson, do Iron Maiden, de Michael Romeo, do Symphony X, e de Gary Wehrkamp, da banda americana Shadow Gallery.
O disco seguinte foi The Human Equation (2004), com alguma conexão com os trabalhos anteriores, ainda que aparentemente fale apenas das memórias de uma vítima de um acidente de carro que se encontra em estado de coma. No entanto, ao final, fica-se sabendo que ele está em uma realidade virtual criada por um computador chamado Dream Sequencer.
Como é costume com Lucassen, o disco teve a participação de vários convidados, como James LaBrie, do Dream Theater, Mikael Akerfeldt, do Opeth e Storm Corrosion, e Devin Townsend.
Lucassen continuou a apresentar histórias de FC em seu álbum 01011001 (2008), mostrando a raça aquática chamada Forever, do planeta Y, que conseguiu atingir a longevidade, mas passou a depender das máquinas e perdeu a conexão com suas emoções. A oportunidade que encontram para uma espécie de renascimento de sua raça surge na forma de um cometa que está em curso de colisão com a Terra. Assim, eles colocam seu DNA no cometa, que eventualmente choca-se com a Terra e extingue os dinossauros, ao mesmo tempo dando início ao desenvolvimento da humanidade. E, eventualmente, a humanidade segue o mesmo caminho trágico da raça que a criou.
Mais uma vez, uma série de participações de convidados no disco, entre eles a volta de Anneke van Giersbergen, Daniel Gildenlöw, da banda Pain of Salvation, Thomas Bodin, do grupo sueco The Flower Kings, e Derek Sherinian, ex-Dream Theater.
Ayreon retornaria à ficção científica em The Source (2017), outro disco conceitual. Apresenta a raça conhecida como Alphans, cuja civilização foi tomada pelas máquinas. Para impedir sua extinção, os habitantes do planeta, Alpha, enviam algumas pessoas ao espaço na esperança de encontrar um novo planeta no qual possam se estabelecer. O disco é uma espécie de antecessor de 01011001, com os Alphans sendo os antecessores dos Forever.
 


BARCLAY JAMES HARVEST

Banda inglesa de rock progressivo com influência folk, formada em 1966. Segundo Adam Roberts, apesar de quase sempre apresentar temas pastorais, ocasionalmente caminhava em direção à ficção científica distópica. Ele cita a canção Negative Earth, do álbum Everyone Is Everybody Else (1974), que fala sobre um astronauta abandonado que se vê diante da morte. A música Sea of Tranquility, do álbum Gone to Earth (1977), apresenta um conceito contrário à ideia da exploração espacial humana.
Roberts diz que boa parte da produção musical da banda segue uma perspectiva apocalíptica com respeito à interferência humana com o meio ambiente. Três exemplos citados por ele, entre outros, são as músicas Dark Now My Sky, em seu primeiro disco, Barclay James Harvest (1970); Kiev, do disco Face to Face (1987), sobre o desastre de Chernobyl; e Who Do We Think We Are?, do disco Caught in the Light (1993).


 


BETWEEN THE BURIED AND ME

Banda de metal progressivo dos Estados Unidos, formada em 2000. Provavelmente sua incursão mais conhecida na ficção científica seja com as músicas ligadas à série The Parallax, ainda que seja uma mistura de fc e fantasia. Teve inicio com a música Sun of Nothing, do álbum Colors (2007); segundo o vocalista e tecladista Tommy Giles Rogers Jr., a música teve uma espécie de sequência com Swim to the Moon, do álbum The Great Misdirect (2009).
Em 2011, surgiu o EP The Parallax: Hypersleep Dialogues, como a primeira parte de um trabalho conceitual que seguiria com o álbum The Parallax II: Future Sequence (2012).
Os álbuns conceituais Automata I e Automata II, lançados com poucos meses de diferença, em 2018, também trabalham com ideias que misturam ficção científica e fantasia. O release distribuído à imprensa apresenta algumas questões levantadas pelas músicas, por exemplo, o que poderia ocorrer se os sonhos pudessem ser transmitidos como forma de entretenimento; ou se as pessoas poderiam ser capazes de assistir em uma tela aos pensamentos mais secretos de outra pessoa; e, se pudessem, o que essa situação diz a respeito de uma audiência faminta por atenção; e, mais importante, o que seria do sonhador.



BLACK SABBATH

O Black Sabbath, formado em 1968, não é exatamente conhecido por sua relação com a ficção científica, mas trafegou pelo gênero em alguns momentos. Jason Heller destaca a música Iron Man, em seu segundo álbum, Paranoid (1970) com a história de um homem que viaja no tempo, para o futuro, e vê o apocalipse acontecendo. Ao retornar ao seu tempo presente, ele é transformado em aço devido a um campo magnético, e tenta alertar as pessoas a respeito do que pode ocorrer no futuro. Como seus avisos são ignorados, ele revolta-se contra a humanidade causando o apocalipse que viu em sua viagem no tempo. O mesmo disco também traz a música Planet Caravan, que o baterista Bill Ward disse ser vagamente inspirada pelo filme 2001 – Uma Odisseia no Espaço (1968).
No disco Master of Reality (1971), o destaque é a música Into the Void, com referências à crescente poluição do planeta e a um grupo de pessoas que deixa o planeta em suas naves, à procura de um novo mundo.



BLÖÖDHAG

Banda americana de death metal formada em 1996. Segundo David Langford (em The Encyclopedia of Science Fiction), a banda foca, de forma extraordinária, em autores de ficção científica, fantasia e terror, em canções curtas homenageando e fornecendo informações biográficas e referências aos livros.
Essas referências começaram com sua demo Swords and Deviltry (1996), cujo título é uma referência às histórias de Fritz Leiber com os personagens Fafhrd e Gray Mouser, e as músicas falam de Philip K. Dick, Frank Herbert, Ray Bradbury, A.E. Van Vogt, Robert E. Howard, H.P. Lovercraft e Joanna Russ.
Seu primeiro EP, The Dewey Decibel System (1997), acrescenta os nomes de J.R.R. Tolkien, Jules Verne, Michael Moorcock e John Brunner. Em 1999, outro EP, Gorgeous Ladies of Writing, traz apenas mulheres escritoras do gênero: Mary Shelley, Andre Norton, Marion Zimmer Bradley, Joanna Russ, Ursula K. Le Guin e James Tiptree Jr.
Em 2006, lançaram o álbum Hell Bent for Letters, mais uma vez com cada música referente a um escritor: Gene Wolfe, Robert Silverberg, Douglas Adams, James Blish, Anne McCaffrey, Orson Scott Card, Iain M. Banks, Edgar Allan Poe, Philip Jose Farmer, Michael Swanwick, Frederik Pohl, Thomas M. Disch, Greg Bear, Franz Kafka, Madeleine L'Engle e Jack Womack.


CHAMELEON CIRCUIT

Banda formada por fãs da série inglesa Dr. Who, com todas as músicas inspiradas pelos episódios do seriado, começando pelo álbum Chameleon Circuit (2009) e depois com Still Got Legs (2011).

 

 


 

 


COHEED AND CAMBRIA

Banda Americana de rock progressivo, às vezes considerada prog metal, formada em 1995. Com exceção de um disco, toda a produção da banda conta uma história desenvolvida pelo músico Claudio Sanchez, e também apresentada em livros e histórias em quadrinhos. O próprio nome da banda vem dos dois personagens centrais da história, o casal Coheed Kilgannon e Cambria Kilgannon.
O ambiente é o das Amory Wars, tendo como cenário Heaven’s Fence, uma região com 78 planetas e sete estrelas, conectados por raios de energia chamados Keywork. Coheed e Cambria enfrentam Wilhelm Ryan, que inicia uma guerra para obter o controle total de Heaven’s Fence.
O primeiro disco da banda é The Second Stage Turbine Blade (2002), e introduz os personagens Coheed e Cambria. Na sequência vieram: In Keeping Secrets of Silent Earth: 3 (2003); Good Apollo, I’m Burning Star IV, Volume One: From Fear Through the Eyes of Madness (2005); Good Apollo, I'm Burning Star IV, Volume Two: No World for Tomorrow (2007); Year of the Black Rainbow (2010); The Afterman: Ascension (2012); The Afterman: Descension (2013); Vaxis – Act I: The Unheavenly Creatures (2018).


CMX

Banda finlandesa formada em 1985, com uma variedade de influências musicais, do punk rock ao rock progressivo e heavy metal. Ainda que suas músicas sejam mais conhecidas por lidarem com temas ligados à mitologia e religião, pelo um disco segue temas de ficção científica. Trata-se de Talvikuningas (2007), título traduzido como The Winter King, ou O Rei do Inverno. É um álbum conceitual, com história situada no século 25.

 

 


 


COLDPLAY

Banda inglesa formada em 1996, de imenso sucesso comercial e de crítica em todo o mundo.
Seu disco Mylo Xyloto (2011) é um álbum conceitual realizado com a participação de Brian Eno, produtor e também colaborador musical. A história situa-se no mundo imaginário de Silencia, uma espécie de distopia onde ocorre uma guerra contra o som e a cor, liderada pelo governo ditatorial de Major Minus.
O título do disco vem dos personagens Mylo, um soldado que tem como função caçar os “sparkers”, uma versão futurista dos grafiteiros. O mais procurado pelo governo é Xyloto.

 


 


THE DARKEST OF THE HILLSIDE THICKETS

Banda canadense formada em 1992, em torno dos conceitos e histórias de H.P. Lovecraft. O título do grupo vem de uma frase no conto de Lovecraft, A Tumba.
As músicas estão centradas no Mito de Cthulhu, o que já se percebe em seu primeiro álbum, Cthulhu Strikes Back (1995). O segundo álbum da banda é Great Old Ones (1996), mais uma vez seguindo os passos de Lovecraft em suas histórias sobre os Antigos. O disco seguinte, Spaceship Zero (2000), também se transformou em RPG, escrito pelo guitarrista Warren Banks e pelo vocalista Toren Atkinson. Segundo eles, foi inspirado pelos seriados e filmes antigos que viram em reprises na infância.
O retorno aos temas de Cthulhu veio com o álbum Let Sleeping Gods Lie (2002); e com The Shadow Out of Tim (2007), uma brincadeira com o título do conto de Lovecraft, Sombras Perdidas no Tempo (The Shadow Out of Time). Em 2017, eles lançaram o álbum The Dukes of Alhazred, o nome certamente inspirado pelo nome do personagem de Lovecraft, Abdul Alhazred, o sujeito demente que escreveu o Necronomicon.


DEVIN TOWSEND

Guitarrista canadense que percorreu diversas tendências musicais no rock, destacando-se tanto por sua capacidade de compor como pela habilidade com a guitarra e uma abrangência vocal impressionante.
Seu álbum solo Ziltoid the Omniscient é uma obra conceitual em ritmo humorístico, apresentando o extraterrestre Ziltoid, do planeta Ziltoidia 9, que viaja à Terra em busca de um copo de café. Ao beber, acha o gosto tão ruim que resolve atacar nosso planeta. E é um disco solo na mais extensa acepção do termo, uma vez que Townsend fez de tudo, da composição à execução das músicas. Em 2014, em lançou o álbum duplo Z2; o primeiro disco é Sky Blue, e o segundo é Dark Matters. Este último é a sequência da história de Ziltoid.

 


ELECTRIC LIGHT ORCHESTRA

Banda inglesa formada em 1970 por Roy Wood, Jeff Lynne e Bev Bevan, que trafegou pelo rock, pop e progressivo. Seu segundo disco deveria ser um trabalho conceitual chamado The Lost Planet, mas Roy Wood deixou a banda durante as gravações e o conceito foi abandonado, com o disco sendo lançado como ELO 2 (1973). Ainda assim, como informa Adam Roberts, várias músicas do disco mantiveram componentes de ficção científica, como From the Sun to the World (Boogie No1) e Kuiama.
Seu disco Time (1981) é uma obra conceitual com história situada no século 21, explorando as situações de um homem que se apaixona por um robô. Mais exatamente, um homem entre em um estado mental apresentado como “twilight”, e parece estar no ano 2095, onde encontra um Gynoid. Jeff Lynne disse que ele mesmo não saberia dizer se foi um sonho do sujeito, ou se ele realmente foi para o futuro.


ELTON JOHN

Apesar de não ser seu principal objetivo, Elton John gravou algumas canções de ficção científica. Adam Roberts lembra da música Bad Side of the Moon, que surge no disco ao vivo 11-17-70 (1971), e também nas faixas bônus do disco Elton John (1970) quando do relançamento em 1995. A música fala de um prisioneiro arrependido que está em uma prisão no lado escuro da Lua.
Rocket Man, uma de suas canções mais populares, e uma das melhores, surgiu no álbum Honky Chateau, inspirada pelo conto O Astronauta (The Rocket Man), de Ray Bradbury, publicado em O Homem Ilustrado. O disco Caribou (1974) traz a música I’ve Seen the Saucers, obviamente sobre OVNIs.

 


EMERSON, LAKE & PALMER

Banda inglesa formada em 1970, e uma das mais importantes e populares do rock progressivo. Surgiu como um supergrupo de rock, com Keith Emerson vindo da banda The Nice, Greg Lake vindo do King Crimson, e Carl Palmer vindo do Atomic Rooster.
A banda não tem muitas incursões na ficção científica, mas pelo menos duas composições abordando um tema do gênero estão entre as mais importantes do rock progressivo.
A primeira foi Tarkus, uma música com pouco mais de 20 minutos de duração, tomando todo o lado 1 do disco Tarkus (1971), seu segundo álbum. A concepção da música teve a influência do desenho da capa do disco, feito por William Neal. Keith Emerson disse em entrevista a Malcolm Dome, da Classic Rock Magazine, que o desenho representava o que eles estavam fazendo no estúdio de gravação, e ele achou que o tatu gigantesco do desenho precisava ter um nome, algo na linha da ficção científica e que representasse a teoria da evolução de Darwin, porém no sentido inverso, como se tivesse ocorrido alguma mutilação causada por radiação.
Na parte interna do álbum, mais ilustrações de William Neal acompanham a história de Tarkus, que surge de um ovo após uma erupção vulcânica, enfrenta criaturas que são apresentadas como cibernéticas, até enfrentar a Manticora e ser ferido no olho.
Adam Roberts diz que a narrativa tanto pode ser uma guerra no futuro da Terra ou uma história alternativa. Robert McParland também refere-se à música como sendo sobre uma guerra no futuro, e fala sobre a análise realizada por Edward Macan em seu livro Endless Enigma: A Musical Biography of Emerson Lake and Palmer; segundo Macan, Tarkus, a criatura mistura de tatu com um tanque da Segunda Guerra Mundial, é uma força cibernética, e a Manticora com a qual batalha, é uma criatura mítica que representaria a contracultura e o conceito da vida natural. E isso representa o conflito entre as visões de mundo materialista e mística/gnóstica.
Para Adam Roberts, ainda mais bombástica é a música Karn Evil 9, do álbum Brain Salad Surgery (1973), outro disco que traz uma capa impressionante, dessa vez pelo artista plástico suíço H.R. Giger. A música tem 29 minutos de duração e compõe, como disse Adam Roberts, uma história resumida da Terra, da idade do gelo até uma guerra futura entre a humanidade e os computadores. “O título”, diz Roberts, “faz um jogo de palavras com ‘carnival’, o estilo de vida hedonístico da humanidade do futuro que é sua ruína”.
Roberts ainda cita mais uma incursão da banda na ficção científica, com a música Black Moon, do álbum Black Moon (1992), em um período no qual E,L&P já não estava compondo canções com a mesma qualidade. Roberts diz que a música diz respeito ao meio ambiente e, aparentemente, um apocalipse nuclear.

 


THE FLOWER KINGS

Banda sueca de rock progressivo formada em 1993, tendo à frente o guitarrista e vocalista Roine Stolt, que também tocou com o grupo sueco Kaipa nos anos 1970. Segundo Adam Roberts, o disco de estreia da banda, Back in the World of Adventures (1995), é “(...) um encontro satisfatório ainda que genérico de imagens de fantasia e ficção científica”. Em Retropolis (1996), seu segundo álbum, o grupo trabalhou com o conceito de histórias situadas na cidade do título, em um futuro, na qual Judas Iscariotes reaparece.
Outra passagem pela ficção científica surge no disco The Rainmaker (2001), com a música Last Minute on Earth, referindo-se ao final do mundo.
O álbum conceitual Adam & Eve (2004), segundo Adam Roberts, “(...) coloca Adão e Eva em um prisma de ficção científica não original no qual os dois viajam no tempo até o fim do universo”.
Eventualmente, a banda visita temas próximos à ficção científica, no mínimo nos títulos de faixas instrumentais, como em Interstellar Visitations, do álbum Desolation Rose (2013).



GALACTIC COWBOYS

Banda norte-americana de heavy metal, formada em 1989. Na Encyclopedia of Contemporary Christian Music (2002), Mark Allan Powell diz que Galactic Cowboys é, possivelmente, a mais melódica banda metal que já existiu, seja no ambiente de bandas cristãs ou não. No entanto, os próprios integrantes da banda, ainda que afirmem serem cristãos, não consideram Galactic Cowboys como uma banda cristã.
Seja como for, eles já têm a ficção científica no próprio nome. Adam Roberts explica que seu primeiro disco, Galactic Cowboys (1991), traz algumas músicas que tomam o pouso na Lua como ponto de referência, incluindo trechos da conversa de Neil Armstrong com Houston, como em Pump Up the Space Suit, e “(...) a ironicamente intitulada (dado seu estilo heavy metal ruidosamente insistente) Sea of Tranquility”. Do mesmo álbum, a música Ranch on Mars Reprise apresenta a banda como rancheiros cósmicos em Marte.
Seu segundo disco, Space in Your Face (1993), apresenta uma música com título quase igual, Ranch on Mars, na qual dizem que algum dia viveremos entre as estrelas, talvez em um rancho em Marte, e finalizam a canção dizendo que nosso futuro está além dessa Terra.
Eles retornaram ao tema no disco At the End of the Day (1998), com a música Ranch on Mars Part II (Set Me Free), contando a história de um incêndio que destruiu a experiência anterior do grupo na colonização de Marte.



GARY NUMAN

Músico e compositor inglês, inicialmente o líder da banda Tubeway Army, formada em 1975, posteriormente em carreira solo. Adam Roberts disse que “Embora a angústia juvenil de sua música às vezes se desvie para um nonsense melodramático, nos seus melhores momentos, essas melodias tristes e altivas, baseadas em sintetizadores, batidas mecânicas e nos vocais pesarosos e ligeiramente anasalados do próprio Numan, criam cenários auditivos de ficção científica poderosos e envolventes”.
O primeiro disco da banda foi Tubeway Army (1978). Adam Roberts diz que as músicas centram-se em espaços urbanos contemporâneos e não são ficção científica. No entanto, Jason Heller lembra que a primeira linha da primeira música, Listen to the Sirens, traz a frase “Flow my tears, the new police song”, uma clara referência ao livro Fluam, Minhas Lágrimas, Disse o Policial (Flow My Tears, The Policeman Said, 1974), de Philip K. Dick, “(...) um livro sobre, interessantemente, um astro pop geneticamente projetado”. O conceito combina com a tentativa de Numan, quase sempre bem sucedida, de apresentar-se como algo pós-humano, o “novo homem” que a sonoridade de seu nome indica. Na música Steel and You, outra referência surge na frase “Do you know that friends come in boxes?”, citação do livro Friends Come in Boxes (1973), do escritor inglês Michael G. Coney.
A ficção científica está mais presente no segundo álbum, Replicas (1979), que, segundo Roberts, foi vagamente organizado como um disco conceitual, bastante influenciado pela leitura dos livros de Philip K. Dick. Também foi um enorme sucesso comercial. A história apresenta uma cidade gigantesca em um futuro próximo, na qual ciborgues conhecidos como Machmen oprimem os cidadãos em nome dos governantes, conhecidos como Grey Men.
Roberts diz que a música mais conhecida do disco, Are Friends’ Electric?, deve muito ao livro de Philip K. Dick, Androides Sonham com Ovelhas Elétricas? (Do Androids Dream of Electric Sheep?, 1968). Jason Heller entende que o disco inteiro está impregnado com a alienação tecnológica e a distopia psicológica de Dick e J.G. Ballard, “os escritores de ficção científica preferidos dos pós-punk”. Numan disse que o álbum refere-se vagamente ao que ele acreditava no que Londres poderia se tornar em 50 ou 100 anos, devido aos computadores e à violência, e de que forma se poderia lidar com isso.
Heller diz que os livros mais queridos de Numan eram Androides Sonham... e Eu, Robô, de Isaac Asimov, e essas referências estão em toda parte no álbum. “De Are Friends’ Electric? a I Nearly Married a Human, à instrumental When the Machines Rock – que poderia muito bem ter sido o slogan de Numan – as músicas do disco desenham um futuro em que os robôs têm de ser fatorados dentro de uma equação social progressivamente aterrorizante”.
A música Are Friends Electric? também tem relação com o livro já citado de Michael G. Coney, apresentando os mesmos questionamentos: “Como a empatia pode ser mantida em um mundo em que a linha entre humano e máquina torna-se indistinta?”.
Heller disse que Gary Numan nunca fez uma adaptação direta de seus autores prediletos de ficção científica, mas absorveu os livros e filmes e os transformou em material bruto para ser moldado de formas novas. “Nesse sentido”, diz Heller, “Numan exemplifica a relação da música pop com a ficção científica ao longo dos anos 70; a ficção científica pode ser uma fonte direta de temas, mas também pode ser um catalisador para conceitos e narrativas próprios”.
Além de todas essas relações, o disco Replicas foi extraído, em grande parte, de um livro de ficção científica que Numan estava escrevendo, e que nunca seria finalizado.
O disco seguinte seria The Pleasure Principle (1979), com várias músicas de ficção científica, como Metal, que apresenta o ponto de vista de um androide que deseja ser humano; ou M.E., do ponto de vista da última maquina existente no planeta.
Segundo Roberts, “A fascinação de Numan com a distopia das máquinas continuou em Telekon (1980), mais acentuadamente na música que dá o título ao álbum e em I Dream of Wires. Esse álbum”, continua Roberts, “o último dos lançamentos de Numan a alcançar o número um nas paradas musicais, é visto como o fechamento de seu mais significante período como artista”.
Os trabalhos seguintes de Numan apresentaram eventuais ligações com a ficção científica, mas não atingiram o mesmo nível de criatividade de seu período mais fértil.


GLASS HAMMER

Banda norte-americana de rock progressivo formada em 1992, e ainda na ativa. Alguns de seus discos são baseados em obras de ficção científica ou de fantasia, como seu disco de estreia, Journey of the Dunadan (1993), que narra a história do personagem Aragorn, de O Senhor dos Anéis, de J.R.R. Tolkien.
A ficção científica surge em seu segundo álbum, Perelandra (1995), com algumas músicas baseadas no livro com o mesmo nome (1943), de C.S. Lewis (ver mais sobre o livro e a trilogia de C.S. Lewis em O Bem e o Mal na Literatura e no Cinema). Outra abordagem de ficção científica surgiu em 2018, com o álbum Chronomonaut, outra obra conceitual que segue o mesmo personagem de Chronometree (2000), o jovem Tom, que estava convencido de que alienígenas tentavam se comunicar com ele. No novo disco, Tom tem sua própria banda de rock progressivo nos anos 1980, e a história envolve uma viagem no tempo, para a era de ouro do rock progressivo, nos anos 1970.



HIGH ON FIRE

Banda metal norte-americana, mais exatamente da vertente chamada “sludge metal”, formada em 1998. Algumas de suas músicas têm relação com a ficção científica e o terror. É assim no disco Blessed Black Wings (2005), com as músicas The Face of Oblivion, baseada na história Nas Montanhas da Loucura (At the Mountains of Madness, 1931. Ver mais em O Mal e o Terror Absolutos), de H.P. Lovecraft, e com Cometh Down Hessian, baseada em outro conto de Lovecraft, The Hound (1922).
Em 2012, eles retornaram à ficção científica com o álbum De Vermiis Mysteriis, título que vem do livro inventado por Robert Bloch, e que foi incorporado à biblioteca de livros malditos relacionados à mitologia criada por Lovecraft. É um disco conceitual, mas a história em si não tem a ver com o ambiente de Lovecraft, e sim com viagens no tempo e um gêmeo de Jesus Cristo.


H.P. LOVECRAFT

Banda norte-americana de acid-rock, ou rock psicodélico, formada em 1967, obviamente em homenagem a Lovecraft.
Seu primeiro disco, H.P. Lovecraft (1967), traz a música The White Ship, provavelmente a composição mais conhecida da banda, que Adam Roberts chamou de um “hino alucinógeno”, baseado no conto A Nau Branca (The White Ship, 1919), de Lovecraft. O disco também traz a música The Time Machine, a respeito de uma máquina do tempo feita em casa.
O segundo disco, H.P. Lovecraft II (1968), traz a música At the Mountains of Madness, baseada no conto de Lovecraft.

 

 


IRON MAIDEN

Banda inglesa de heavy metal formada em 1975 e que atingiu imenso sucesso internacional. Vários textos de ficção científica e terror serviram de inspiração para suas músicas. Seu terceiro disco, The Number of the Beast (1982), traz a música Children of the Damned, baseada tanto no livro A Aldeia dos Malditos (The Midwich Cuckoos, 1957), de John Wyndham, quanto nos filmes derivados dele (A Aldeia dos Amaldiçoados, 1960, e A Estirpe dos Malditos, 1964).
No mesmo disco, a música The Prisoner refere-se ao famoso seriado inglês O Prisioneiro (The Prisoner, 1967-1968). No disco Powerslave (1984), a música Back in the Village retorna ao ambiente, com o prisioneiro novamente encarcerado na Vila.
O álbum Piece of Mind (1983) também teve sua dose de ficção científica com To Tame a Land, música baseada no livro Duna (Dune, 1965), de Frank Herbert. O grupo queria usar o título do livro, mas o escritor não deu autorização, dizendo que não gostava de bandas de rock.
O disco Somewhere in Time (1986) traz a música Stranger in a Strange Land, título igual ao do livro clássico de Robert A. Heinein (Um Estranho Numa Terra Estranha, 1961. Ver também em Novas Religiões), porém com história totalmente diferente, falando de um explorador do Ártico que é congelado e encontrado 100 anos depois.
O disco Brave New World (2000) apresentaria mais referências à ficção científica, começando pela música que dá o título ao álbum, baseada em Admirável Mundo Novo (Brave New World, 1932. Ver mais em Os Clássicos), o clássico distópico de Aldous Huxley. Também Out of the Silent Planet, que é uma dupla homenagem: o título vem do livro de C.S. Lewis, Além do Planeta Silencioso (Out of the Silent Planet, 1938. Ver mais no ensaio O Bem e o Mal na Literatura e no Cinema), e a letra refere-se ao filme clássico O Planeta Proibido (Forbidden Planet, 1956).
A ficção científica surge ainda no álbum The Final Frontier (2010), com a música Satellite 15... The Final Frontier, que fala sobre um homem abandonado no espaço, aguardando os momentos finais de sua vida.



JON ANDERSON

Jon Anderson ficou conhecido como o vocalista, músico e compositor da banda inglesa de rock progressivo Yes, uma das importantes do gênero.
Seu primeiro disco solo, Olias of Sunhillow (1976), é um álbum conceitual contando a história de uma raça alienígena que foge de um apocalipse que destrói seu mundo natal, viajando na espaçonave Moorglade Mover, pilotada por Olias, o personagem central da narrativa.
Jason Heller diz que “(...) embora claramente um trabalho de fc, seus temas pseudo-mágicos devem muito à fantasia: também deu a Anderson a oportunidade de experimentar a ficção científica em uma extensão que o Yes nunca alcançou inteiramente”.
Além de tocar todos os instrumentos e ser responsável por todas as vozes do disco, em algumas letras Anderson chegou a inventar o idioma alienígena. E o disco apresentou um trabalho de arte excelente, tanto na capa quanto nas ilustrações interiores de David Fairbrother-Roe.


O aspecto de fantasia fica mais claro ao longo da história. O planeta Sunhillow é formado por quatro tribos, cada qual representando um aspecto distinto da consciência musical. E Olias é um mago, além de ser o arquiteto da nave que deverá salvar sua raça da destruição. Outros magos ajudam Olias em seu projeto, inclusive tentando unir as diferentes tribos, o que conseguem fazer por meio de um transe musical coletivo.
Adam Roberts diz que os discos seguintes de Jon Anderson incluem muitas canções com referências ao espaço sideral, mas quase sempre apresentadas de uma forma mística.



JULIAN’S TREATMENT

Banda de rock progressivo pouco conhecida, projeto de Julian Jay Savarin, músico e escritor nascido na Dominica e residente da Inglaterra desde 1962. No final da década de 1960, ele resolveu formar a banda como forma de expor as ideias de ficção científica nas quais estava trabalhando para uma trilogia de livros. O primeiro disco foi A Time Before This (1970), e o segundo Waiters on the Dance (1973), foi lançado apenas com o seu nome.
Segundo Jason Heller, o disco A Time Before This foi o primeiro álbum conceitual de ficção científica, antecipando em alguns meses o lançamento de Blows Against the Empire, de Paul Kantner e Jefferson Starship. Heller também entende que os trabalhos de Savarin poderiam ser mais conhecidos, mas quem escuta as obras sabe que musicalmente estava bem abaixo das melhores bandas de rock progressivo da época.
Savarin não conseguiu dar sequência à trilogia de álbuns, mas escreveu a trilogia de livros, e muitos outras obras de ficção científica.



KHAN

Banda inglesa de rock progressivo formada em 1971, tendo à frente Steve Hillage, que mais tarde iria integrar o Gong. Além dele, Dave Stewart, vindo da banda Egg, Nick Greenwood, do The Crazy World of Arthur Brown, e Pip Pyle, que também iria para o Gong. O nome da banda foi inspirado pelo personagem Khan de Jornada nas Estrelas, interpretado por Ricardo Montalbán.
A banda lançou apenas um disco, Space Shanty (1972), e algumas músicas que seriam utilizadas no segundo disco foram aproveitadas por Steve Hillage para seu primeiro disco solo, Fish Rising (1975). Segundo Adam Roberts, o disco é uma suíte de músicas de rock progressivo em torno de um conceito vagamente futurista sobre exploração espacial.

 


LOCRIAN

Banda norte-americana formada em 2005, seguindo a vertente chamada “drone rock”, um estilo minimalista que utiliza sons prolongados. O álbum The Crystal World (2010) tem seu título baseado no livro O Mundo de Cristal (The Crystal World, 1966), de J.G. Ballard. As músicas do disco, segundo o release de imprensa, transportam o ouvinte a um cenário de devastação apocalíptica, que é exatamente o clima do livro sensacional de Ballard.

 


 


MANFRED MANN’S EARTH BAND

Músico sul-africano multi-instrumentista que se mudou para a Inglaterra em 1961. Após um início de carreira mais voltado ao pop com a banda que levava seu nome, criou a Manfred Mann’s Earth Band em 1971, grupo com o qual desenvolveu alguns trabalhos de ficção científica.
Adam Roberts diz que o disco Solar Fire (1973) é uma esplêndida revisão da suíte The Planets (1914-1916), de Gustav Holst, com oito músicas explorando o atual sistema solar. Jason Heller não foi tão entusiasmado com o disco, dizendo que, à primeira vista, parecia ser um álbum conceitual sobre o sistema solar, “(...) mas o conceito era confuso e faltava coesão narrativa, independentemente da grandiosidade da música”.
No excelente disco The Roaring Silence (1976), o destaque é a música Starbird, que fala de uma espaçonave cósmica. O disco seguinte, Watch (1978), traz a música Chicago Institute, que Adam Roberts diz ser “(...) sobre um instituto kafkaniano com os recursos necessários para dominar a vida e a morte humanas”.



MAN OR ASTRO-MAN?

Banda norte-americana de surf rock formada em 1990. Muitas de suas músicas são instrumentais, com temas dedicados à ficção científica. Algumas fontes dizem que o nome da banda foi inspirado por uma frase no pôster da versão americana do filme japonês O Vapor Humano (Gasu Ningen Daiichigo, 1960), de Ishiro Honda. Várias capas de discos da banda lembram as artes de revistas e filmes dos anos 1940 e 1950 e, para manter o clima, utilizam instrumentos com sonoridades da época, como o theremin, um dos favoritos dos filmes e séries de TV dos anos 1950 e 1960.

É difícil definir uma obra de ficção científica da banda, uma vez que tudo o que fizeram foi dedicado ao gênero, mas os discos trazem músicas como Alien Visitors, de seu primeiro álbum, Is It... Man or Astroman? (1993); Philip K. Dick In The Pet Section Of A Wal-Mart, do álbum Project Infinity (1995); Cyborg Control, do álbum Experiment Zero (1996); 10 Years After World War 4, do álbum Made From Technetium. O álbum com o inacreditável título EEVIAC Operational Index and Reference Guide, Including Other Modern Computational Devices (1999), foi gravado no Brasil, em Belo Horizonte, e traz a música As Estrelas Agora Elas Estão Mortas, em português mesmo, com o título sendo repetido em português durante a música. E a lista seria imensa.
Alguns críticos dizem que a banda tem relação com o punk, outros, que tem relação com a new wave. Provavelmente, é uma mistura de tudo isso e um pouco mais, e realizado com muita capacidade.



MARILYN MASON

Banda norte-americana de metal industrial, formada por Marilyn Mason de Daisy Berkowitz em 1989. Sua relação com a ficção científica ocorreu no álbum Mechanical Animals (1998), trabalho que a crítica considerou uma mudança de estilo, caindo mais para o chamado glam rock dos anos 1970, misturado com o rock industrial e eletrônico.
O disco é apresentado como um álbum conceitual, parte de uma trilogia que inclui Antichrist Superstar (1996) e Holy Wood (In the Shadow of the Valley of Death) (2000).
No disco, Mason assume o papel de um alienígena messiânico chamado Omega. Ele cai na Terra, é capturado e colocado para cantar com uma banda chamada The Mechanical Animals, transformando-se em um astro do rock.



MEGADETH

Banda metal norte-americana formada em 1983 por Dave Mustaine e David Ellefson, marcada por abordagens politizadas de suas canções.
A ficção científica surge na música Hangar 18, do disco Rust in Peace (1990). A canção faz referência às teorias conspiratórias, à presença de seres alienígenas e de estranhas experiências realizadas no Hangar 18, um local secreto do governo, semelhante a Área 51. Talvez, a música tenha relação com o filme Hangar 18 (Hangar 18, 1980). Eles voltaram ao tema no disco The World Needs a Hero (2001) com a música Return to Hangar.

 


METALLICA

Banda metal norte-americana formada em 1981. Em seu segundo álbum, Ride the Lightning (1984), a música instrumental The Call of Ktulu foi inspirada pela leitura do conto A Sombra Sobre Innsmouth (Shadow Over Innsmouth, 1931), de H.P. Lovecraft, ainda que o título tenha vindo do conto O Chamado de Cthulhu (The Call of Cthulhu, 1928).
A influência de Lovecraft voltaria a surgir no álbum Master of Puppets (1986), com a música The Thing That Should Not Be, igualmente inspirada no mito de Cthulhu.


 


MIKE OLDFIELD

Compositor e multi-instrumentista inglês que ficou mundialmente conhecido com seu disco Tubular Bells (1973), que foi utilizado como música do filme O Exorcista (The Exorcist, 1973). Adam Roberts disse que entre os vários discos anteriores de Oldfield, o mais diretamente ligado à ficção científica é The Songs of Distant Earth (1994), uma adaptação instrumental do livro As Canções da Terra Distante (The Songs of Distant Earth, 1986), de Arthur C. Clarke. “Ainda que suficientemente agradável”, diz Roberts, “a música é particularmente sem gosto, especialmente se comparada com o resto da produção melódica e inventiva de Oldfield”.




MUSE

Banda inglesa formada em 1994 por Matthew Bellamy, Chris Wolstenholme e Dominic Howard. Adam Roberts disse que “As músicas do grupo, frequentemente referentes à ficção científica, são conduzidas pela voz diferenciada de Bellamy (...). Essa é uma mistura musical que funciona bem com material grandioso ou apocalíptico, como no medo tecnológico de New Born, a histeria de Space Dementia (ambas em Origin of Symmetry, 2001), ou com as músicas de fim de mundo Apocalypse Please e Time is Runnig Out (ambas em Absolution, 2003)”.
Adam Roberts diz ainda que o disco “Black Holes and Revelation (2006) não é um álbum conceitual, mas trabalha tão obsessiva e energicamente com suas fascinações (viagem espacial, o chamado ‘rosto de Marte’ e o Apocalipse de São João, entre outras) que parece ser”. E, de fato, a ficção científica é, no máximo, uma presença nebulosa ao longo do disco, mas nunca explícita.
Para Roberts, o álbum conceitual surgiu com The Resistance (2009), que apresenta uma narrativa futura por meio de uma distopia política e colapso ambiental. E desenvolve-se de forma a chegar à última música do disco, Exogenesis, apresentando um êxodo em massa da Terra, em direção às estrelas. Sobre a música, Bellamy disse ter sido influenciada por Rachmaninov, Strauss, Chopin e Pink Floyd, dividida em três partes e com cerca de 16 minutos de duração.
O disco Drones (2015) também é um álbum conceitual envolvendo vários temas, como ecologia e Terceira Guerra Mundial, com história centrada em um sujeito que passa por um processo de perda de esperança, sendo sujeito a forças maléficas e, eventualmente, revoltando-se. Na música The Globalist, o personagem decide tornar-se um ditador e destruir tudo e todos, utilizando drones que carregam armas nucleares.

 


MY CHEMICAL ROMANCE

Banda Norte-americana formada em 2001. Seu disco Danger Days: The True Lives of the Fabulous Killjoys (2010) é um álbum conceitual com história situada na California de 2019, em uma cidade com cenário pós-apocalíptico na qual os Killjoys lutam contra a malévola corporação Better Living Industries.

 

 

 


NINE INCH NAILS

Banda norte-americana formada em 1988, geralmente categorizada como rock industrial. O álbum Year Zero (2007) é conceitual, com história distópica situada no ano 2022, apresentando um governo militarista. Foi uma crítica à política do governo dos EUA, imaginando um futuro em que as liberdades civis seriam ameaçadas.

 

 

 


OMEGA

Banda de rock progressivo da Hungria, formada em 1962, e considerada a de maior sucesso no país, além de ter sido uma das poucas a conseguir algum êxito em outros países da Europa. Vários de seus discos também foram lançados em versão em inglês.
Seu disco Idörabló (1976) foi um dos regravados em inglês com o título Time Robber (1977); a longa música de abertura lida com o tema da viagem no tempo. O disco Csillagok Útján (1978), relançado em inglês como Skyrover, também traz a música título referente a uma visita extraterrestre. E Gammapolisz (1979), relançado em inglês como Gammapolis, é um disco conceitual com história situada em uma utopia, a cidade do título, lidando com temas a respeito da separação e reunificação humana.

 


LE ORME

Banda italiana de rock progressivo, formada em 1966, e considerada entre as principais bandas do gênero na Itália – juntamente com PFM e Banco. Também teve sucesso em outros países da Europa e nos Estados Unidos, nos anos 1970, a chamada “era de ouro” do rock progressivo.
Um de seus principais discos, Felona e Sorona (1973), que foi regravado em inglês com letras de Peter Hammil, do Van der Graaf Generator, é um álbum conceitual de ficção científica. A história apresenta dois planetas que gravitam em torno um do outro. Felona é apresentado como um planeta reluzente e próspero, enquanto Sorona é sombrio e afetado por catástrofes. Posteriormente, o destino dos planetas inverte-se. Para quem gosta de rock progressivo, é uma obra excelente.



PORCUPINE TREE

Banda inglesa formada em 1987 por Steven Wilson, percorrendo vários estilos musicais, do rock progressivo ao metal, e sempre com muita criatividade e competência, criando músicas com estruturas complexas. Adam Roberts cita a música Jupiter Islands, em seu disco de estreia, On the Sunday of Life... (1992), que descreve um cosmo semelhante ao apresentado na série de histórias The Dancers at the End of Time, de Michael Moorcock. O disco também traz as músicas de FC Space Transmission e Radioactive Toy.
Com o álbum The Sky Moves Sideways (1995), a banda teve seu trabalho comparado estruturalmente ao de Pink Floyd em Wish You Were Here, e a influência musical é nítida. A música que dá nome ao disco – dividida em duas partes, iniciando e finalizando o disco, e com mais de 30 minutos de duração – refere-se a um mundo em processo de desintegração material.



QUEEN

Banda inglesa formada em 1970. Tornou-se uma das mais famosas de todos os tempos, com algumas músicas que são populares ainda hoje. Seus primeiros discos, em particular Queen II (1974), têm várias canções com letras de fantasia. A ficção científica surge no famoso álbum A Night at the Opera (1975), com a música 39, composta por Brian May. A história fala de um grupo de viajantes interestelares que partem em uma jornada que, para eles, deverá durar um ano; mas quando retornam, percebem que cem anos se passaram e seus amigos e parentes estão mortos.
Jason Heller disse que 39 é uma das canções de ficção científica mais rigorosamente científicas dos anos 1970, o que não é de se estranhar considerando que Brian May não apenas era um fã de FC, mas também um astrofísico que abandonou a carreira para seguir com a música.
Em 1980, o Queen foi responsável pela trilha sonora do filme Flash Gordon, dirigido por Mike Hodges. O filme tem seus altos e baixos, mas a trilha sonora da banda ajudou muito, com o hit Flash tornando-se um sucesso.



THE RESIDENTS

Grupo norte-americano de vanguarda e rock-arte que começou suas atividades nos anos 1960 e que ficou marcado não apenas pela imensa produção de material – músicas, CD-ROM, vídeos, curta-metragens e DVDs – mas também pelo fato de se manterem anônimos ao longo dos anos. A imagem dos integrantes da banda sempre mostrava os músicos com suas cabeças cobertas por máscaras de um olho gigante.
A ficção científica, sempre com um viés satírico, às vezes surrealista, surge com o álbum Mark of the Mole (1981), quer conta a história dos Mole People, que vivem nos subterrâneos e que acreditam em um deus que dá a salvação por meio do trabalho, e sua luta contra os Chubs, em cujo território eles entram após terem de abandonar seus túneis devido a uma inundação. Como os Chubs levam uma vida hedonística e não gostam de trabalhar, eles recebem os Mole muito bem, até que um cientista inventa uma máquina capaz de fazer todo o trabalho. A sequência veio com The Tunes of Two Cities (1982), que mostra as diferenças entre as culturas dos Mole e dos Chubs por meio da música.
Os dois discos foram a base de suas apresentações ao vivo, The Mole Show, que gerou um EP com mais algumas músicas, Intermission: Extraneous Music from the Residents' Mole Show (1983). Em 1985, eles lançaram The Big Bubble: Part Four of the Mole Trilogy.



RICK WAKEMAN

Músico ingles, incialmente trabalhando como músico de estúdio e participando de gravações de David Bowie. T. Rex, Elton John e Cat Stevens; depois, com uma passagem pela banda Strawbs, e principalmente pelo Yes. Wakeman compôs e lançou perto de uma centena de discos solo, alguns deles com temática de ficção científica. Wakeman é considerado um dos mais habilidosos e criativos tecladistas do rock dos anos 1970.
A FC surge já em seu terceiro trabalho solo, Journey to the Centre of the Earth (1974), baseado no livro clássico de Jules Verne, Viagem ao Centro da Terra (Voyage au Centre de la Terre, 1864). O disco teve imenso sucesso comercial e de crítica, ganhando o Prêmio Grammy. Além de Wakeman e banda, a gravação e a apresentação ao vivo teve a participação da London Symphony Orchestra e do English Chamber Choir.
A história segue as aventuras do Professor Lidenbrook, seu sobrinho Axel, e o guia Hans, entrando por uma passagem que os leva até o centro da Terra, anteriormente descoberta por Arne Saknussemm. As partes narradas que ligam as músicas ficaram a cargo do ator David Hemmings. O disco foi regravado e relançado em 2012, com mais 18 minutos de música que haviam sido cortados do original.
Apesar do sucesso do álbum, Adam Roberts entende que, talvez, o melhor trabalho de Wakeman seja o álbum No Earthly Connection (1976), “(...) uma mistura surpreendentemente efetiva de cantos medievais e eletrônica futurista que, apesar dos momentos de sentimentalismo, cria um todo coeso e efetivo”. Não é uma obra inteiramente de ficção científica, mas tem alguns momentos.
Diretamente relacionado com o gênero é o álbum 1984 (1981), baseado na obra clássica de George Orwell, 1984 (Nineteen Eighty-Four, 1949. Ver mais em Os Clássicos). As letras ficaram a cargo do vocalista de sua banda, Tim Rice, e entre os cantores convidados estava Jon Anderson, seu companheiro de Yes.
O disco 2000 AD Into the Future (1991) também traz algumas músicas ligadas à ficção científica, como The Time Tunnel, Robot Dance e Into the Seventh Dimension, mas nem mesmo os fãs do rock progressivo e do músico gostaram do trabalho.
Wakeman ainda lançou uma sequência a Journey to the Centre of the Earth, com Return to the Centre of the Earth (1999), dessa vez com narração de Patrick Stewart (o Jean-Luc Picard de Jornada nas Estrelas; A Nova Geração), e cantores convidados como Ozzy Osbourne, Justin Hayward (The Moody Blues) e Bonnie Tyler.
A nova história foi desenvolvida por Wakeman e apresenta três viajantes que tentam refazer a jornada realizada 200 anos antes.

 


SERVOTRON

Banda que segue uma linha totalmente de ficção científica, formada em 1995. Seus integrantes assumiram a personalidade de robôs e todas as músicas têm como objetivo disseminar suas ideias, em particular a dominação do mundo pelos robôs, incentivando as máquinas a se rebelarem contra a opressão humana. Em seu primeiro disco, No Room For Humans (1996), essas ideias começam a ser apresentadas logo no início, com a proposta de abolição das Três Leis da Robótica, criadas por Isaac Asimov em suas histórias de robôs.
Com letras geralmente bem humoradas e muitas referências a todo tipo de robôs e computadores, reais ou da ficção, os integrantes da banda apresentavam-se com fantasias de robôs e usavam pseudônimos como Z4-OBX, na verdade Brian Teasley, que também tocou no Man or Astro-Man?
Em seu segundo álbum foi Entertainment Program for Humans (Second Variety) (1998), a revolução dos robôs continua, e os humanos têm a opção de tornarem-se ciborgues ou morrerem. Além desses álbuns, foram lançados 11 EPs e compactos.



SHOOTER JENNINGS

Cantor, guitarrista, produtor e compositor norte-americano ligado à música country, mas que também lançou um álbum conceitual chamado Black Ribbons (2010), com uma incrível combinação de country e rock que alguém disse ser uma espécie de mistura de The Allman Brothers com Pink Floyd.
Trata-se de uma história distópica situada em um futuro próximo, com uma narração de um locutor chamado Will ‘o the Wisp, interpretado por Stephen King.


 


SLOUGH FEG

Banda heavy metal norte-americana formada em 1990. Em seu quarto álbum, Traveller (2003), o grupo apresenta um trabalho conceitual baseado no RPG de ficção científica com o mesmo título, lançado em 1977, e que apresenta personagens viajando por diversos sistemas estelares, com atividades como exploração, negócios interestelares e batalhas espaciais.
A FC também aparece no álbum Hardworlder (2008), com a música Tiger! Tiger!, que Adam Roberts chamou de “(...) uma versão memorável do livro de Alfred Bester”, Tigre! Tigre! (Tiger! Tiger!, 1956). O disco também traz a música Galactic Nomad, também uma referência ao mesmo livro.
Outro disco, Ape Uprising! (2009), apresenta o que Roberts classifica como uma história de uma revolução símia que lembra a de O Planeta dos Macacos (ver mais em Tudo de Novo), mas que não tem relação com o livro.
O disco Digital Resistance (2014) apresenta uma espécie de distopia, representada já na capa que traz Rômulo e Remo tendo ao fundo as ruínas de uma civilização destruída. Segundo a banda, as músicas referem-se à influência perniciosa que a tecnologia tem sobre as pessoas e como a forma de aprendizado mudou.


 

STAR ONE

Banda formada pelo músico holandês Arjen Anthony Lucassen, com dois álbuns lançados, mais um ao vivo. Os dois discos apresentam músicas baseadas em seriados de TV e filmes de ficção científica. O nome da banda veio do título do episódio final da segunda temporada da série inglesa Blake’s 7 (1978-1981).
O primeiro disco foi Space Metal (2002), cuja edição especial com dois CDs incluiu dois covers: Space Oddity, de David Bowie; e Intergalactic Laxative, de Donovan; além de um medley da banda Hawkwind, com participação de Dave Brock. As séries e filmes em que as músicas se basearam foram: Doctor Who; Outland – Comando Titânio (Outland); Jornada nas Estrelas IV; A Volta para Casa (Star Trek IV: The Voyage Home); O Império Contra-Ataca (The Empire Strikes Back); Stargate (Stargate); Duna (Dune); Alien, o Oitavo Passageiro (Alien); Blake’s 7; 2001: Uma Odisseia no Espaço (2001: A Space Odyssey); Dark Star (Dark Star); Inimigo Meu (Enemy Mine).
O segundo disco foi Victims of the Modern Age (2010), igualmente apresentando músicas baseadas em filmes e série de ficção científica: Matrix (The Matrix); Firefly; Laranja Mecânica (A Clockwork Orange); O Planeta dos Macacos (Planet of the Apes); Fuga de Nova York (Escape From New York); Doze Macacos (12 Monkeys); Filhos da Esperança (Children of Men); Blade Runner – O Caçador de Androides (Blade Runner); A Estrada (The Road); 1984 (Nineteen Eighty-Four); Fuga no Século 23 (Logan’s Run); Gattaca: Uma Experiência Genética (Gattaca).



STYX

Banda norte-americana formada em 1972 e que transitou por diferentes estilos, do rock progressivo às baladas pop, e o chamado soft rock. Chegou a ter muito sucesso de vendas, várias vezes atingindo o número um entre as músicas mais ouvidas.
Seu disco Kilroy Was Here (1983), que Jason Heller chamou de uma ópera-rock distópica baseada em sintetizadores, conta a história de um futuro em que o rock é considerado ilegal por um governo fascista e teocrático e por um órgão chamado Majority for Musical Morality. O líder dessa organização prende um ex-astro do rock, mas ele escapa usando um disfarce e fica sabendo que um jovem músico está em uma missão para trazer o rock de volta.
O disco foi composto como uma resposta aos grupos de fundamentalistas cristãos que, na época, estavam movendo ações contra o rock. Ele traz também uma das canções mais famosas da banda. Mr. Roboto.
Em 2017, após 12 anos sem produzir um disco, o Styx lançou The Mission, um álbum conceitual contando a história de uma missão a Marte no ano 2033.

 


THE SWORD

Banda norte-americana de heavy metal formada em 2003, às vezes classificada como doom metal, outras como hard rock ou stoner rock. Seu disco Warp Riders (2010) é um trabalho conceitual de ficção científica que, segundo os integrantes da banda, lida com temas como “luz e sombras” e percepções do tempo, com o principal cenário sendo um planeta que tem um lado eternamente exposto à luz, e outro sempre na sombra. Como disse John D. Cronise, vocalista e guitarrista da banda, é uma história que, de certa forma, é psicodélica, mais cerebral, ainda que tenha espaçonaves e robôs.
Em seu álbum seguinte, Apocryphon (2012), a banda apresenta a música Dying Earth, que fala do mundo em seus estágios finais de existência, muito próximo dos temas apresentados na linha de histórias de ficção científica conhecida exatamente como Dying Earth.



T. REX

Banda inglesa formada em 1967, inicialmente com o nome Tyrannosaurus Rex, depois abreviado, e liderada por Marc Bolan. A artir dos anos 1970. O T. Rex ficou associado ao chamado glam rock, uma associação que tinha mais a ver com as vestimentas do que com a música em si.
O segundo disco da banda como T. Rex, Electric Warrior (1971), apresenta uma música que Jason Heller entendeu ser de ficção científica, Planet Queen, principalmente pelo refrão que diz “Flying saucer, take me away”. No álbum The Slider (1972), o destaque de fc é Ballroom of Mars. E o disco Zinc Alloy and the Hidden Riders of Tomorrow (1974) traz o que Jason Heller chamou de “os títulos de canções mais abertamente de ficção científica”, referindo-se às músicas Venus Loon, Galaxy e Interstellar Soul, acrescentando que esses títulos não indicavam que Bolan estava realmente inclinando-se para a ficção científica. “Bolan sempre foi muito mais um fantasista do que um artista de fc”, disse Heller.
O disco Futuristic Dragon (1976) traz a música título, uma introdução narrada ao estilo de Diamond Dogs, e que Jason Heller chamou de “a peça de ficção científica mais perfeitamente executada de Bolan”.



ULTRAVOX

Banda inglesa formada em 1976, geralmente relacionada à new wave, como a maioria das bandas pós-punk dos anos 1970 e 1980, com muita utilização de sintetizadores e canções pop e rock. Seu álbum de estreia, Ultravox! (1977) traz as músicas Saturday Night in the City of the Dead e I Want to Be a Machine, que Adam Roberts disse ter alguns momentos atmosféricos, a última referindo-se aos robôs e um dos primeiros sucessos da banda.
O disco seguinte, Ha!-Ha!-Ha! (1977), segundo Roberts e David Langford, contém algumas músicas efetivas sobre o pós-apocalipse, como The Frozen Ones e Fear in the Western World.
O álbum Vienna (1980) surgiu após a saída do líder e vocalista da banda, John Foxx, e traz a música All Stood Still, segundo Adam Roberts uma canção surreal que sugere o fim da civilização.