Direção de Lewis Allen.
A DAMA DE ESPADAS (The Queen of Spades, 1949)
Direção de Thorold Dickinson.
(Associated British Pic. Corp.)
Produção inglesa baseada em conto de Alexander Pushkin, publicado em 1834. A história teve várias adaptações para o cinema e para ópera, incluindo uma escrita por Tchaikovsky, e uma trilha sonora de Prokofiev.
O filme não consta de praticamente nenhuma listagem de filmes de terror, às vezes sendo visto como uma fantasia macabra, mas com momentos que só podem ser considerados do mais puro horror. A intenção de Pushkin, segundo os críticos, era compor uma obra a respeito da cobiça em sua forma mais extrema.
A história apresenta um capitão do exército imperial russo, obcecado com o segredo de se ganhar no jogo de cartas. Ele é levado, por alguma força desconhecida, até uma livraria, onde encontra um exemplar de um trabalho do Conde de Saint Germain, uma figura misteriosa no ocultismo europeu. Na obra, ele descobre que uma nobre, avó de um companheiro de armas, conheceu o conde e dele recebeu o segredo de se ganhar no jogo. Assim, ele arma um esquema para aproximar-se de uma jovem enteada da mulher quase centenária, entrando na casa e obrigando a velha a entregar-lhe o segredo.
A mulher morre de medo quando é ameaçada, mas o livro também conta como obter confissões dos mortos. O momento em que a morta aproxima-se do quarto do capitão para dizer o que ele quer saber é, talvez, o mais assustador do filme, trabalhando apenas com sons e os movimentos do vento.
Um belo filme, tenso, bem fotografado. O auxiliar de produção foi Jack Clayton que, em 1961, realizaria um dos maiores, senão o maior filme de terror de todos os tempos, Os Inocentes.
Direção de Riccardo Freda.
Direção de Robert Wise.
Direção de John Hough.
INVERNO DE SANGUE EM VENEZA (Don't Look Now, 1973)
Direção de Nicholas Roeg.
(Casey Productions/ Eldorado Films/ D.L.N. Ventures Partnership).
Produção conjunta da Inglaterra e Itália. Para muitos críticos esse é o melhor filme de Nicolas Roeg, e um dos grandes momentos dos filmes de terror e suspense, com enredo baseado em conto de Daphne Du Maurier (1971).
Donald Sutherland e Julie Christie formam o casal que perdeu a filha pequena, afogada em um acidente. Ele é arquiteto é vai a Veneza com a esposa para restaurar uma igreja.
Lá, eles entram em contato com duas irmãs excêntricas que dizem ser capazes de contatar sua filha morta. A partir daí, os dois passam por momentos incríveis de visões e alucinações, misturando a realidade com seus sentimentos de culpa; Sutherland é assombrada pela visão do que parece ser uma criança usando uma capa vermelha semelhante a que sua filha usava quando morreu. São envolvidos em uma teia de acontecimentos estranhos, mas que jamais os levam à verdade ou ao encontro desejado com a filha. Sutherland chega a ter uma visão dele mesmo, como se estivesse realizando uma viagem no tempo. Momentos incríveis de tensão, em um grande filme.
O conto de Daphne Du Maurier foi publicado na coletânea Not After Midnight (1971). Não tenho notícia de ter sido publicada no Brasil, mas teve pelo menos três edições em Portugal: com o título Aquele Inverno em Veneza (Editora Inova); em Contos de Daphne du Maurier, com o título Não Olhes Agora (Editora Relógio D’água); em Os Pássaros e Outros Contos Macabros (Ed. Dom Quixote, 1990, também com o título Não Olhes Agora).
Nem sempre o filme aparece nas enciclopédias de terror, mas nas de fantasia. Em The Encyclopedia of Fantasy, John Grant refere-se ao filme como uma “fantasia gótica”, e também como “(...) um dos mais assustadores – e mais bonitos – filmes já realizados, com seu clímax ainda mais comovente devido à forma sem pressa pela qual é construída a ameaça e o efeito de deslocamento das confusas visões futuras e presentes de John (Sutherland). Mais tarde, percebemos que o enredo é altamente planejado, ainda que essa observação, em retrospecto, não diminui em nada o indiscutível poder de Inverno de Sangue em Veneza em novas exibições do filme”.
Direção de Richard Loncraine.
Direção de Peter Medak.