Certamente existem centenas, talvez milhares de histórias de colonização terrestre em planetas muito distantes do nosso sistema solar. Às vezes, em galáxias já totalmente colonizadas, com centenas ou milhares de mundos habitados por humanos, que podem estar convivendo com outras raças ou podem estar em guerra com elas; ou mesmo sem a presença de alienígenas de qualquer espécie. Outras vezes, essas histórias centram-se num período em que a expansão humana pela galáxia ainda está em seus primórdios.
Representação artística de uma hipotética nave espacial viajando através de um buraco de minhoca (Les Bossinas (Cortez III Service Corp./ NASA).
Das histórias do primeiro tipo fazem parte, por exemplo, os chamados “impérios” galácticos, que passaram a ser comuns após o sucesso da série Fundação, de Isaac Asimov. E, nesse caso, trata-se de uma colonização bem sucedida, mas que ocorreu num passado tão remoto que a existência da Terra, onde tudo começou, sequer é lembrada.
Asimov não escreveu de forma aprofundada sobre o período inicial de colonização, mas ainda assim os livros que unem a série Fundação com sua série dos robôs apresentam os primeiros 50 planetas colonizados fora do sistema solar, e as histórias se situam numa época em que a Terra ainda era o centro das atenções, ou seja, com a expansão humana na galáxia ainda dando seus primeiros passos. Entre os livros que tratam da época de expansão e colonização terrestre do espaço estão: 827 Era Galáctica; Caça aos Robôs; Poeira de Estrelas; Os Robôs; As Correntes do Espaço; Os Robôs e o Império; Os Robôs do Amanhecer; Nêmesis.
Mother Earth, em Astounding Science Fiction (Capa: Paul Orban).
O primeiro planeta a ser colonizado, Aurora, é apresentado no conto Mãe-Terra (Mother Earth, 1949), publicado originalmente na revista Astounding Science Fiction e, posteriormente, na coletânea O Futuro Começou. Apesar de ter sido o primeiro planeta a receber uma leva de colonizadores, Aurora situa-se a 12 anos-luz da Terra e, posteriormente, colocou-se numa posição política oposta à terrestre. O conto mostra elementos que seriam utilizados nos livros Caça aos Robôs e Os Robôs, escritos na década de 1950, e a ação se passa num período em que os planetas colonizados impuseram uma lei impedindo a imigração de terrestres, além de controlarem a tecnologia envolvendo a construção das naves espaciais que conseguiam realizar viagens interestelares. Nessa época, a Terra sofre com a rejeição da população em utilizar robôs positrônicos, que os mundos exteriores usam em larga escala.
Em 1972, Asimov escreveu o conto Imagem Especular (Mirror Image), publicado na revista Analog Science Fiction e, depois, na coletânea Nós, Robôs. Segundo Asimov, é uma espécie de continuação aos livros Caça aos Robôs e Os Robôs, mais uma vez apresentando os personagens Elijah Baley e o robô Daneel Olivaw, que resolvem um caso envolvendo o planeta Aurora.
(Capa: Leo Morey).
Os anos 1940 e 1950 também marcaram a produção do escritor Lyon Sprague De Camp, com sua série “Viagens Interplanetárias”. O título é em português mesmo, uma vez que o autor imaginou um futuro em que o Brasil monopoliza as viagens interplanetárias; após uma Terceira Guerra Mundial, o Brasil surgiu como a grande potência mundial, e as histórias situam-se num momento em que os primeiros planetas fora do sistema solar começam a ser colonizados pelos terrestres.
Os planetas recebem nomes como Krishna, Vishnu, Osiris, Isis, Thoth, Ormazd, Kukulkan ou Thor. Algumas histórias foram publicadas no livro The Continent Makers and Other Tales of the Viagens (1953), que no Brasil foi desmembrado em dois volumes: Construtores de Continentes e Os Dentes do Inspetor. As histórias são:
Os Dentes do Inspetor (The Inspector’s Teeth, 1950), originalmente publicada em Astounding Science Fiction.
Traje de Verão (Summer Wear, 1950), originalmente publicada em Startling Stories.
Acabou (Finished, 1949), originalmente publicada em Astounding Science Fiction.
O Apito de Galton (The Galton Whistle, 1953).
A Fábrica de Biscoitos em Feitio de Animais (The Animal-Cracker Plot, 1949), originalmente publicada em Astounding Science Fiction.
Vam’bora (Git Along, 1950), originalmente publicada em Astounding Science Fiction.
Moto-Contínuo (Perpetual Motion, 1950), originalmente com o título Wide-Open Planet, em Future Combined with Science Fiction Stories.
Construtores de Continentes (The Continent Makers, 1951), originalmente em Thrilling Wonder Stories.
Existem ainda mais histórias, com publicações estendendo-se até os anos 1990, inclusive com o livro A Rainha Rebelde, também publicado em português.
VEJA A SEGUIR MAIS HISTÓRIAS DO GÊNERO
Robert A. Heinlein.
O PLANETA PROIBIDO (Forbidden Planet, 1956)
Direção de Fred M. Wilcox.
Um dos clássicos da ficção científica, a história se situa numa época em que a humanidade já está se espalhando pela galáxia. No caso, o planeta Altair IV, onde uma pequena missão científica está explorando o que restou de uma antiquíssima sociedade alienígena.
(ver mais sobre o filme na matéria Poderes Alienígenas)
Philip K. Dick.
(Capa: Richard Courtney/ Dell).
Um dos bons livros de Philip K. Dick em sua melhor fase, apresenta a lua Alfa, originalmente colonizada pela Terra e utilizada como um centro de tratamento psiquiátrico para os imigrantes terrestres no sistema solar em Alpha Centauro que se tinham “degradado sob a excessiva e anormal pressão da colonização”.
O hospital ficou isolado da Terra por décadas e, nesse período, desenvolveu-se no local uma cultura de clãs de acordo com os problemas psiquiátricos que apresentavam.
(Capa: Chris Moore/ Voyager).
A trama é bastante complexa envolvendo planos diabólicos, a utilização de duplos das pessoas, além de um confronto entre dois personagens que, segundo Anthony Peake (em A Vida de Philip K. Dick – O Homem Que Lembrava o Futuro. Ed. Seoman), reflete alguns conflitos pessoais do autor. “(...) fica claro, a partir desse romance”, escreveu Peake, “que muito de sua vida pessoal transbordava para a sua ficção”, em particular sua relação com as mulheres.
A Terra pretende retomar o controle da lua e envia uma nave com uma psicóloga, que classifica os clãs existentes de acordo com as doenças que os originaram: os maníaco-depressivos, os hebefrênicos, os paranoicos, os esquizofrênicos, etc.
Ao longo da história é possível perceber que, apesar de ter sido formada por pacientes com problemas psiquiátricos, a sociedade da lua não difere muito da sociedade terrestre, na qual todos desconfiam de todos, sendo comuns os planos diabólicos e as tentativas de assassinato. As personalidades existentes na lua de Alfa são tão loucas ou normais quanto as que existem na Terra.
DESTINATION: VOID (1966)
Frank Herbert.
(Capa: Gray Morrow). (Capa: Paul Alexander/ Berkley Medallion).
História publicada originalmente com o título Do I Wake or Dream? (1965), em Galaxy Magazine. Até onde pude verificar, é inédito em português, ainda que os três livros que se sucederam a esse foram lançados em Portugal: O Incidente Jesus; O Efeito Lázaro; O Factor de Ascensão; todos escritos em colaboração com Bill Ransom.
Destination: Void combina os temas da colonização, da criação de clones e da inteligência artificial, esta última desenvolvida em algum momento do futuro, mas com consequências desastrosas, provocando a destruição de uma ilha onde o projeto estava instalado. Posteriormente, o projeto tem continuidade, mas desta vez instalado na Lua. Ao mesmo tempo, são criados clones que se desenvolvem acreditando que farão parte de uma espaçonave colonizadora que partirá para Tau Ceti, controlada por uma inteligência artificial.
Nesse livro não ocorre a viagem em si, mas apenas os experimentos que levaram à elaboração dos livros seguintes.
Em O Incidente Jesus, a criação de uma inteligência artificial viável controlando a Nave permite que a tripulação seja levada imediatamente para outro mundo, que Nave batiza de Pandora. Nave também se proclama Deus e quer ser venerada, enquanto clones e humanos iniciam a colonização do planeta, ainda que ele já esteja repleto de vida e, ao que tudo indica, parte dela inteligente. Os eventos têm sequência em O Efeito Lázaro, com o desenvolvimento da vida em Pandora vários séculos após a chegada dos humanos; e em O Factor de Ascensão, o mais fraco e confuso da série.
JORNADA NAS ESTRELAS (Star Trek, 1966-1969)
Criação de Gene Roddenberry.
(Desilu Productions/ Norway Corporation/ Paramount Television).
Um dos seriados mais conhecidos na história da televisão, Jornada nas Estrelas apresentou dezenas de planetas colonizados ou em vias de colonização por terrestres, nos pontos mais distantes do universo. Às vezes, colonizados com a participação de alguma das centenas de raças alienígenas apresentadas nos episódios, outras vezes apenas por humanos, e até mesmo em estações localizadas em áreas limítrofes às de outras raças, pertencentes ou não à Federação.
As séries subsequentes também apresentaram inúmeros planetas distantes colonizados por humanos; Jornada nas Estrelas: A Nova Geração (Star Trek: The Next Generation, 1987-1994); Jornada nas Estrelas – A Nova Missão (Star Trek: Deep Space Nine, 1993-1999); Jornada nas Estrelas: Voyager (Star Trek: Voyager, 1995-2001); Jornada nas Estrelas: Enterprise (Star Trek: Enterprise, 2001-2005); Star Trek: Discovery (2017-).
Star Trek: Discovery, atualmente (2019) em sua segunda temporada, lida mais com outros temas, com história situada 10 anos após a época do seriado original. Jornada nas Estrelas. Enterprise traz histórias dos primórdios da exploração humana pelo universo, após terem contato com os vulcanos e desenvolverem naves capazes de se deslocar por longas distâncias.
Não se trata da formação de um império, como previsto por Asimov em sua série Fundação, mas de uma Federação unindo várias raças diferentes da galáxia, e com a Terra como o centro dos interesses humanos. Em suas diferentes versões, os seriados apresentaram vários temas relacionados à exploração e colonização de planetas.
SPACE ACADEMY (1977)
Criação de Allen Ducovny.
(Filmation Associates).
Seriado com apenas 15 episódios, apresentando a academia do título, localizada num asteroide de localização desconhecida desde o ano 3732 (“ano estelar”). Lá reúnem-se jovens com capacidades intelectuais fora do comum, para desenvolverem-se ainda mais e terem contato com raças alienígenas. Jonathan Harris, que foi o impagável dr. Smith da série Perdidos no Espaço, interpreta o comandante Gampu, com mais de 300 anos de idade, que lidera os jovens e atua como professor.
VOYAGER – RUMO ÀS ESTRELAS (Earth Star Voyager, 1988)
Direção de James Goldstone.
(Marstar Productions/ Walt Disney Television).
Feito para a TV como piloto de seriado que não decolou, nos EUA apresentado em duas partes no The Disney Sunday Movie, e no Brasil lançado em VHS (Abril Vídeo).
A história apresenta uma nave espacial viajando para o planeta Demeter no ano 2088, repleta de tripulantes jovens. A missão é avaliar as condições do planeta e se pode suportar a vida humana, uma vez que as condições de poluição na Terra tornaram-se insuportáveis. A ideia é transportar toda a população terrestre para o novo planeta, em uma viagem que dura 26 anos.
ESTAÇÃO 44 – O REFÚGIO DOS EXTERMINADORES (Moon 44, 1990)
Direção de Roland Emmerich.
(Centropolis Film Productions/ Overseas FilmGroup).
Um dos primeiros filmes de Emmerich, antes de atingir o sucesso com filmes blockbuster como Stargate (1994) e, principalmente, Independence Day (1996).
A história situa-se no ano 2038, quando as viagens espaciais tornaram-se comuns e os recursos minerais da Terra estão escassos. Grandes companhias brigam pelo controle de planetas, luas e asteroides, utilizados para mineração, trabalho em grande parte realizado por robôs. Na Lua 44 do título, naves robôs estão sendo roubadas e um investigador e enviado para determinar o que está acontecendo.
É um filme de ação comum, na média das produções da época, e deve estar entre os filmes mais escuros já realizados, ainda que seja possível perceber que os cenários e efeitos especiais foram muito mal aproveitados, além de ter interpretações bem ruinzinhas.
BABYLON 5 (Babylon 5, 1994-1998)
Criação de J. Michael Straczynski.
(Babylonian Productions/ Warner Bros. Television).
Um dos melhores e mais populares seriados de ficção científica de sua época (e ainda hoje), ainda que em sua primeira temporada tenha recebido muitos críticas. As histórias situam-se entre os anos 2257 e 2262, quando a humanidade já colonizou o sistema solar e partiu para as estrelas após a descoberta de meios de viajar em velocidades maiores do que a da luz. Os terrestres encontraram outras raças alienígenas, às vezes entrando em confronto com elas, mas eventualmente encontrando a paz e algum equilíbrio nas relações.
Parte desse equilíbrio é obtido com a construção de Babylon 5, uma estação espacial construída no sistema de Epsilon Eridani, no formato de um cilindro de O’Neill com oito quilômetros de comprimento por um e meio de largura. Ela é dividida em setores com características diferentes para acomodar as diferentes espécies alienígenas e os humanos.
ASSASSINOS CIBERNÉTICOS (Screamers, 1995)
Direção de Christian Duguay.
Jennifer Rubin (Triumph Films/ Fuji Eight Company Ltd./ Fries Film Group/ Allegro Films/ Super Écran/ The Movie Network).
Baseado no conto Segunda Variedade (Second Variety, 1953), de Philip K. Dick, publicado originalmente em Space Science Fiction (no Brasil, no livro Realidades Adaptadas, da Editora Aleph).
A história se passa no planeta Sirius 6B, que foi praticamente arrasado por uma companhia mineradora. Uma guerra opôs a empresa e a federação dos trabalhadores, que conseguiu uma vantagem depois que cientistas da Aliança, o grupo dos mineradores, desenvolveram máquinas inteligentes com capacidade de se reparar e duplicar, utilizadas como máquinas de guerra e chamados screamers (gritadores), devido ao ruído que emitem ao atacarem. O problema é que os seres se desenvolvem de tal forma que chegam a construir réplicas exatas de seres humanos, ameaçando deixar o planeta e chegar à Terra.
Depois do imenso sucesso de Blade Runner, as histórias de Philip K. Dick começaram a ser muito procuradas para filmes de FC, geralmente com seus contos. Este não é um de seus melhores momentos, e o filme é apenas razoável.
COMANDO ESPACIAL (Space: Above and Beyond, 1995-1996)
Criação de Glen Morgan e James Wong.
(Village Roadshow Pictures/ Hard Eight Pictures/ 20th Century Fox Television).
Seriado com produção cara e bem cuidada em 23 episódios, com ação iniciando no ano 2063, quando a humanidade já iniciou a colonização de outros planetas. As viagens por longas distâncias no espaço são realizadas através de “buracos de minhoca” (wormholes), ligações diretas e imediatas entre pontos distantes do universo.
No entanto, os terrestres têm um encontro desagradável com uma raça alienígena que destrói sua primeira colônia extrassolar, iniciando uma guerra entre as duas raças. Os aliens têm vantagem por possuírem tecnologia que permite a viagem mais rápida do que a luz, e chegam ao sistema solar. Assim, a série concentra-se na vida dos jovens cadetes servindo numa base espacial e que devem defender a Terra.
A série chegou a ser badalada nos EUA, mas não apresenta grandes novidades: muitos efeitos especiais, muitas batalhas, naves fazendo barulho pelo espaço, cenas escuras e pouco mais do que isso.
Os criadores Glen Morgan e James Wong estiveram envolvidos em projetos muito mais interessantes como as séries Arquivo X, Millennium e American Horror Story.
COMANDO ESTELAR (Star Command, 1996)
Direção de Jim Johnston.
(High Command Productions/ Paramount Television/ UFA Babelsberg GmbH/ Wilshire Court Productions).
Feito para a TV em uma produção conjunta dos EUA e Alemanha, com roteiro de Melinda M. Snodgrass, que tem uma história interessante de roteiros para TV para as séries Jornada nas Estrelas: A Nova Geração, Seaquest DSV, Sliders: Dimensões Paralelas e Quinta Dimensão (Outer Limits, em sua versão de 1995). No entanto, aqui, ou ela não foi feliz, ou alguém estragou seu roteiro, porque o filme é fraco e repleto de clichês.
A história situa-se num futuro em que a Terra formou uma espécie de Federação, colonizando vários planetas. Um desses planetas, Cynosura, declara independência e começa a querer rivalizar com a Terra em sua expansão colonialista, e entram em conflito pela posse de um novo planeta.
MERCY POINT (1998-1999)
Criação de Trey Callaway.
(Columbia TriStar Television/ Mandalay Television).
Seriado com apenas sete ou oito episódios – as informações de fontes diferentes são contraditórias. O ponto central da série é um hospital intergaláctico chamado Mercy Point, atendendo a várias espécies de seres, humanos e alienígenas, no século 23. Ele está próximo a uma colônia chamada Jericho, nos limites da galáxia. Segundo as informações, a audiência foi péssima e a série foi cancelada.
OUTCASTS (2011)
Criação de Ben Richards.
(Kudos Film and Television/ ApolloMovie Beteiligungs/ BBC America/ BBC Wales/ Film Afrika Worldwide).
Seriado inglês com história situada no ano 2060, no planeta Carpathia, para onde foram terrestres escapando da Terra que vive um período difícil. O planeta fica a cinco anos de viagem da Terra e os colonos vivem na cidade de Forthaven e imediações, fundada 10 anos antes dos eventos apresentados na série.
Os habitantes locais não têm notícias da Terra, que passou por uma guerra nuclear; as únicas notícias que recebem são levadas pelas poucas naves que conseguiram sair do planeta antes do conflito.
A série durou apenas oito episódios antes de ser cancelada devido à baixa audiência.
INTERESTELAR (Interstellar, 2014)
Direção de Christopher Nolan.
Matthew McConaughey e Elyes Gabel na colônia espacial (Paramount Pictures/ Warner Bros./ Legendary Entertainment/ Syncopy/ Lynda Obst Productions).
Interestelar certamente é um dos melhores filmes de ficção científica deste século, o que torna o diretor Christopher Nolan com pelo menos dois filmes na lista dos melhores; o outro é, claro, A Origem (Inception, 2010).
A colonização humana de outros planetas aqui se dá por uma absoluta necessidade, uma vez que a vida na Terra está prestes a se tornar impraticável, com escassez de alimentos e secas constantes, tempestades de areia assolando o planeta inteiro e poucas colheitas ainda conseguindo sobreviver.
Anne Hathaway, sozinha no planeta ideal, aguardando os colonizadores.
O ex-astronauta Joseph Cooper (Matthew McConaughey), agora um fazendeiro, envolve-se com o grupo de cientistas que ainda tenta realizar um milagre que possa salvar a humanidade, numa época em que a ciência é vista como uma mentira ou algo absolutamente desnecessário. Ele segue uma pista e encontra o Professor Brand (Michael Caine) que lidera um projeto para enviar naves através de um buraco de minhoca que apareceu próximo a Saturno e tentar encontrar um planeta viável para a humanidade.
Uma parte do plano também envolve a construção de uma gigantesca colônia espacial, semelhante a um cilindro de O’Neill, no qual os sobreviventes da humanidade possam aguardar o momento de se transportar para o mundo escolhido.
VALERIAN E A CIDADE DOS MIL PLANETAS (Valerian and the City of a Thousand Planets, 2017)
Direção de Luc Besson.
(EuropaCorp/ TF1 Films Production/ Fundamental Films/ BNP Paribas/ Orange Studio/ Novo Pictures/ River Road Entertainment/ Belga Films Fund).
Uma grande produção envolvendo seis países e muito dinheiro, com história baseada nos quadrinhos franceses Valérian and Laureline, de Pierre Christin e Jean-Claude Mézières.
É mais uma boa incursão de Luc Besson na ficção científica, como os interessantes Lucy (Lucy, 2014), O Quinto Elemento (The Fifth Element, 1997) e O Último Combate (Le Dernier Combat, 1983).
A “cidade dos mil planetas” do título é apresentada no início do filme como sendo a evolução de uma estação especial construída na órbita terrestre com a participação de dezenas de países. A Estação Espacial Internacional é ampliada cada vez mais, e ainda mais quando os terrestres entram em contato com civilizações alienígenas que também contribuem para sua construção. Ela é ampliada a ponto de atingir um tamanho que ameaça cair de sua órbita. Então, ela é lançada ao espaço e se torna o ponto de encontro de milhões de seres, de milhares de planetas.
Os personagens centrais das ações e aventuras são o Major Valerian (Dane DeHaan) e a Sargento Laureline (Cara Delevingne).