A maioria dos comentários sobre o filme As Bodas de Satã (The Devil Rides Out, 1968), da Hammer, faz referência a um momento em particular, uma longa noite que quatro pessoas passam, protegidos por um círculo mágico, enquanto as forças do Mal tentam penetrar em suas mentes. E não é para menos: as cenas que compõem a tentativa do Mal para conquistar os heróis está entre as melhores já produzidas pela Hammer, por sua vez uma das melhores produtoras de filmes de terror dos anos 1950/60.
O filme foi dirigido por Terence Fisher, costumeiro nos filmes da produtora inglesa e um dos melhores do gênero. Alguns críticos entendem que este é o melhor trabalho de Fisher em seu final de carreira, o que provavelmente é correto. Depois desse, ele ainda dirigiu Frankenstein Tem de ser Destruído (Frankenstein Must Be Destroyed, 1969) e Frankenstein e o Monstro do Inferno (Frankenstein and the Monster From Hell, 1974), ambos inferiores. Fisher faleceu em 1980, deixando uma série de filmes clássicos do terror.
Mocata (Gray), doidinho para aprontar com a deliciosa Tanith (Niki Arrighi).
As Bodas de Satã é baseado em livro de 1934, do especialista Dennis Wheatley – de quem a Hammer também adaptaria a história To the Devil a Daughter (1976), como Uma Filha Para o Diabo (também recentemente lançado pela Cult Classic).
E traz Peter Cushing como o herói, para variar seus papéis como Drácula e Fu Manchu. Ele é Duc de Richleau – personagem utilizado em outros livros de Wheatley – um grande conhecedor de magia, branca e negra, que precisa ajudar um amigo em perigo.
Richleau (Cushing) tenta resgatar seu amigo Simon (Mower) da influência hipnótica do Mal.
Com história situada na Inglaterra dos anos 1920 ou 30 (as informações variam, mas pelo aspecto dos carros e aviões, parece ser nos anos 20), Richleau percebe que seu amigo Simon Aron (Patrick Mower) – uma espécie de protegido, pois Richleau era amigo de seu falecido pai na Primeira Guerra – está profundamente envolvido com magia negra. Ele está sob o domínio mental e psicológico de um homem chamado Mocata (Charles Gray), que está para realizar uma cerimônia na qual Simon e a jovem Tanith (Nike Arrighi) serão “batizados” e entregues ao demônio.
Mocata prestes a passar a faca em Tanith.
Richleau e seu amigo Rex Van Ryn (Leon Greene) fazem de tudo para impedir que o evento ocorra, ainda mais que Rex se interessa por Tanith. Mocata não gosta nem um pouco da interferência e tentar convocar as forças do Mal para acabar com Richleau e seus amigos, obrigando-os a desenhar um círculo mágico no chão da biblioteca, onde se refugiam durante uma noite aterrorizante.
Os amigos reunidos para se proteger do Mal, numa das noites mais comentadas do cinema de terror.
Para completar o elenco de grandes nomes envolvidos na produção, o roteiro ficou a cargo de Richard Matheson, um dos melhores autores do gênero fantástico – de Eu Sou a Lenda, Amor Além da Vida, Em Algum Lugar do Passado, O Incrível Homem Que Encolheu, para não falar de séries como Além da Imaginação e Quinta Dimensão.
LANÇAMENTO CULT CLASSIC