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ALGUNS FILMES DE FC LIDANDO COM DROGAS

ESPECIAIS/VE ESTADOS ALTERADOS

autorGilberto Schoereder
publicado porGilberto Schoereder
data28/03/2020
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Conheça mais alguns filmes e séries de TV nas quais as drogas têm participação, às vezes com um papel importante, outras como elementos secundários.

Scarlett Johansson, em Lucy.

O HOMEM DOS OLHOS DE RAIO-X (X: The Man With the X-Ray Eyes, 1963)
Direção de Roger Corman.

Ray Milland, em O Homem dos Olhos de Raio-X (Alta Vista Productions).

Um dos filmes mais conhecidos e, certamente, entre os melhores de Roger Corman. Foi premiado no Festival de Trieste de 1963 com a Astronave d’Argento, superado por Ikarie XB 1 e La Jetée.
Conta com a presença sempre marcante de Ray Milland, aqui interpretando o dr. James Xavier, realizando experiências com um líquido, uma espécie de colírio que, quando pingado no olho, possibilita que ele veja através dos objetos. Seus problemas começam quando seu chefe de pesquisas decide cortar sua verba e Xavier acaba matando-o. Emprega-se como vidente em um circo capenga dirigido por Don Rickles, que se utiliza do poder de raios-x de Xavier para ganhar muito dinheiro com as pessoas mais pobres que vão consultá-lo à procura de cura para seus problemas físicos.
Phil Hardy disse que “A oposição básica entre visão e cegueira (como visto em Emissário de Outro Mundo [Not of This Earth, 1956], e em numerosos heróis que usam óculos escuros em seus filmes) é um elemento central no trabalho de Corman. Geralmente, ele usa os olhos como uma metáfora para a consciência, com o poder de visão do personagem fornecendo a chave para seu estado de consciência. O dr. Xavier de Milland, que pode, literalmente, ver através das coisas, é um exemplo extremo disso”.
O doutor Xavier continua a usar o líquido e sua visão estende-se cada vez para mais longe, até chegar ao ponto em que ele sempre vê a luz, observando o cosmo, a eternidade, e desesperando-se com sua condição, até chegar ao ponto de arrancar seus próprios olhos.


 

VIOLÊNCIA NAS RUAS (Wild in the Streets, 1968)
Direção de Barry Shear.
(link Um Mundo de Distopias e Utopias).


 

THX 1138 (THX 1138, 1971)
Direção de George Lucas.

Robert Duvall (American Zoetrope/ Warner Bros.).

O primeiro longa-metragem de George Lucas apresenta uma distopia futura em que os habitantes de uma cidade têm suas vidas totalmente controladas pelo governo. Para facilitar as coisas para os governantes, as pessoas são obrigadas a utilizar drogas que provocam alterações mentais, com o objetivo de torná-las mais passivas e obedientes, e também para aumentar sua capacidade de realizar tarefas perigosas. As coisas mudam na vida de THX quando sua companheira LUH 3417 substitui suas pílulas e eles iniciam um relacionamento amoroso com relações sexuais, o que é proibido.
(Ver mais na matéria Utopias e Distopias Modernas).


 

OS ASSASSINOS DO RAIO AZUL (Blue Sunshine, 1977)
Direção de Jeff Lieberman.

Ann Cooper, em Os Assassinos do Raio Azul (Ellanby Films).

Esse é o segundo filme de Jeff Lieberman, que iniciou a carreira com Pesadelo no Campo (Squirm, 1976. Também com o título A Noite do Terror Rastejante). O “blue Sunshine” do título original é uma forma modificada de LSD que afeta a estrutura dos cromossomos. Pessoas que utilizaram a droga perdem os cabelos e tornam-se maníacos homicidas. Zalman King interpreta o sujeito que estabelece a ligação entre crimes horrendos cometidos na cidade e a perda prematura de cabelos dos criminosos, chegando a um ex-professor, atualmente político (Mark Goddard, o major Don West de Perdidos no Espaço, a série original). O filme é bem legal, mantendo um clima de paranoia e suspense, alternando com um humor bem contido e bem elaborado.
Peter Nicholls comentou (em The Encyclopedia of Science Fiction), que os diálogos são bons e a metáfora potente. Segundo Nicholls, a obra enquadra-se na categoria de um filme de comentário social de FC, tanto quanto qualquer um em sua década, ainda que seu tema de metamorfose humana por meio de tecnologia corrompida talvez deva algo a David Cronenberg. A citação a Cronenberg surge também na visão de Phil Hardy, para quem o primeiro filme de Lieberman, além de ser um dos melhores exemplos de filmes sobre “vingança da natureza” dos anos 1970, revelou uma preocupação com a sexualidade – em oposição à mera exibição de sexo – próxima à de David Cronenberg.
“Nesse seu segundo filme”, diz Hardy, “Lieberman avança ainda mais próximo do território de Cronenberg, mas trata seu material com um frenetismo maníaco e senso de humor que é totalmente seu. (...) Dirigido com segurança por Lieberman, com vários exemplos de americanos de classe média transformados em assassinos enlouquecidos, Blue Sunshine é, sem dúvida, um dos melhores thrillers de ficção científica dos anos 1970”.

 

SCANNERS: SUA MENTE PODE DESTRUIR (Scanners, 1980)
Direção de David Cronenberg.
(Ver a matéria Poderes Construídos).

 

VIAGENS ALUCINANTES (Altered States, 1980)
Direção de Ken Russell.

                            William Hurt e Bob Balaban, em Viagens Alucinantes (Warner Bros.).

O filme foi baseado no livro Mergulho no Subconsciente, de Paddy Chayefsky, e muitas vezes não sendo considerado exatamente como ficção científica. William Hurt interpreta o cientista que realiza pesquisas com os estados alterados de consciência, indo cada vez mais fundo em suas experiências, utilizando drogas poderosas e também um tanque de isolamento – um tanque à prova de som e totalmente escuro, no qual a pessoa flutua em água salgada – que foi a base da pesquisa de John C. Lilly nos anos 1950 para experimentar a privação sensorial, que por sua vez foi a base para o livro de Chayefsky. Enquanto avança em suas experiências mentais, Hurt também começa a sentir efeitos físicos, culminando em sua completa transformação.
O filme frequentemente foi arrasado pela crítica, como tantos filmes de Ken Russell, acusado de ser um diretor “exagerado”. O final meloso é o que existe de pior no filme, mas até lá as imagens são marcantes e, parece, Russell “exagera” na dose certa.
Peter Nicholls disse que “Em sua animada combinação de misticismo New Age com horror antiquado do tipo Jekyll e Hyde, o diretor Russell diverte-se muito com viagens psicodélicas alucinatórias e conversas científicas que parecem sérias (mas absolutamente fictícias). A seriedade é superficial, e assim também é o filme. No entanto, até mesmo os filmes ruins de Russell – alguns afirmam que não há outra categoria – são assistíveis”.

Abaixo: alguns dos efeitos das drogas em Viagens Alucinantes.

 

OUTLAND: COMANDO TITÂNIO (Outland, 1981)
Direção de Peter Hyams.
(Ver a matéria A Conquista do Sistema Solar).

 

CHAMAS DE VINGANÇA (Firestarter, 1984)
Direção de Mark Lester.
(Ver a matéria Poderes Construídos).

 

MUTANT HUNT – O EXTERMINADOR DE HUMANOIDES (Mutant Hunt, 1986)
Direção de Tim Kincaid.

(Beyond Infinity).

Também com o título Mutant Hunt – O Exterminador de Androides.
Um filme pavoroso, em que nada funciona. A droga que surge aqui é chamada de Euphoron, que o cientista chamado apenas de Z (sim, a letra) injeta nos androides que foram desenvolvidos por outro cientista, com o objetivo de torná-los assassinos e usá-los para seus próprios interesses, malignos, é claro.

 

 

 

 

MISSÃO ALIEN (Alien Nation, 1988)
Direção de Graham Baker.
(Ver a matéria Sem Más Intenções).

 

CONSPIRAÇÃO ATÔMICA (Spontaneous Combustion, 1990)
Direção de Tobe Hooper.

Brad Dourif, em Conspiração Atômica (Black Owl Productions/ Project Samson/ VOSC).

Brad Dourif é o sujeito que descobre que seus pais fizeram parte de um experimento nos anos 1950, recebendo uma droga que, supostamente, os protegeria da radiação nuclear. Teve um efeito secundário no filho, que cresce com a capacidade de atear fogo às pessoas e a si mesmo, de acordo com suas emoções no momento.
A história é muito parecida com a de A Incendiária, de Stephen King, que também foi levada às telas, mas é muito inferior, escrita pelo próprio Tobe Hooper que, desde o sucesso do excelente Poltergeist, não conseguiu fazer mais nada que atingisse o mesmo nível. As interpretações são pavorosas, as cenas mal articuladas, os efeitos especiais de um nível paupérrimo. Nada funciona.

 

ROBOCOP 2 (Robocop 2, 1990)
Direção de Irvin Kershner.

Peter Weller e Tom Noonan enfrentando-se em Robocop 2 (Orion Pictures/ Tobor Productions).

Peter Weller e Nancy Allen repetem seus papéis do filme original, dirigido por Paul Verhoeven. Aqui, a história foi desenvolvida por Frank Miller, mais conhecido por suas histórias do Batman para a DC Comics. Continua apresentando o policial Robocop (Weller) e sua companheira Anne Lewis (Nacy Allen) na Detroit de um futuro qualquer, com o governo à beira da falência e o crime comendo solto. Dessa vez, o grande problema que enfrentam é uma nova droga, Nuke, distribuída pelo vilão Cain (Tom Noonan), que tem seguidores fanáticos. Não é um filme tão bom quanto o primeiro, mas ainda é legal de assistir.


 

ROLLERBOYS: A NOVA GERAÇÃO DE GUERREIROS (Prayer of the Rollerboys, 1990)
Direção de Rick King.
Filme mais ou menos com Corey Haim e Patricia Arquette, então nos seus 22 anos. A história situa-se nos EUA de um futuro qualquer, com o país empobrecido e com gangues que se transformaram em sociedades fechadas, muito organizadas. Um dos grupos, os Rollerboys do título, é dirigido por um jovem que pretende fazer com que a América retome seus melhores momentos, além de querer “limpar” o país de suas “impurezas”, como os negros e mestiços. Eles distribuem uma droga sintética chamada mist à qual, como parte de seus planos, pretendem adicionar outra droga, rope, que tornará seus usuários estéreis.


 

 

 

 

A AMBULÂNCIA (The Ambulance, 1990)
Direção de Larry Cohen.

James Earl Jones, Rudy Jones e Matt Norklun, em A Ambulância (Epic Productions/ Esparza -Katz Productions).

Não é um filme tão bom quanto outros de Cohen, como Nasce Um Monstro (It’s Alive, 1974), Foi Deus Quem Mandou (God Told Me, 1976) ou A Coisa (The Stuff, 1985), mas ainda assim é bem legal. O filme foi apresentado como suspense ou terror, mas como a maioria dos filmes do diretor, também tem um pé na ficção científica, além de uma dose de humor negro.
A história gira em torno de uma misteriosa ambulância que dá um sumiço nos pacientes que carrega. Eric Roberts interpreta um desenhista de HQ que se apaixona por Janine Turner, só que ela é levada pela ambulância. Quando ele não consegue localizá-la em nenhum hospital, inicia sua busca, envolvendo o detetive James Earl Jones e a policial Megan Gallagher. Em seguida, a ambulância começa a persegui-lo.

Eric Braeden, como o doutor vilão.

O clima é de paranoia, com momentos muito bons de suspense e humor. A verdade é que se trata de um médico e cientista alucinadão que rapta as pessoas diabéticas da cidade para realizar experiências com suas drogas e transplantes, com muita gente de poder envolvida na trama. O sujeito tem um centro de experiências no qual as pessoas vão sendo sugadas lentamente.
Cohen gosta de mexer com temas que tratem da ação da ciência no mundo moderno, a ciência sobrepondo-se aos seres humanos e, nesse filme, conseguiu fazer isso muito bem.

 

PARAÍSO SELVAGEM (Wild Palms, 1993)
Criação de Bruce Wagner.

(ABC/ Greengrass Productions/ Ixtlan).

Minissérie em cinco episódios, com produção executiva de Oliver Stone. No lançamento em vídeo no Brasil a duração foi reduzida para apenas 99 minutos. A série teve recepção variada da crítica, uns adorando, outros achando um tanto exagerada nas pretensões.
A história é baseada nos quadrinhos de Bruce Wagner, ilustrados por Julian Allen, publicados em 1990 na revista Details. Situa-se em Los Angeles, no ano 2007, ou seja, um “futuro” imaginado e já ultrapassado. Seja como for, os meios de comunicação estão completamente dominados pelos políticos e religiosos, os “Pais”. Um grupo de rebeldes, os “Amigos”, tenta por um fim a esse domínio.

                                                                                                                        Jim Belushi e David Warner.

Robert Loggia interpreta o senador Anton Kreutzer, líder dos “Pais” e de uma seita religiosa, além de ser o proprietário do conglomerado da mídia, Wild Palms. Ele está à procura de um chip, chamado Go, que possibilitará que ele se torne uma presença mística, penetrando nos sonhos de todas as pessoas que se utilizam da mais moderna tecnologia de comunicação, fornecendo imagens tridimensionais que, com a ajuda de uma poderosa droga, torna os eventos transmitidos em algo praticamente real.
Jim Belushi é um executivo envolvido na trama, entre os bandidos e os mocinhos, tentando desvendar o que está acontecendo, ao mesmo tempo em que tem estranhos sonhos com um rinoceronte e uma mulher sem rosto que tem uma palmeira tatuada no corpo.
Não por acaso, alguns críticos compararam o clima da série ao de Twin Peaks, com imagens surrealistas e história complexa, cheia de reviravoltas, com vilões extremamente violentos, dispostos a tudo para atingir seus objetivos.
O elenco ainda tem Kim Cattrall, Angie Dickinson, Dana Delany e Ernie Hudson. E a trilha sonora de Ryuichi Sakamoto também ajuda muito.

 

BABYLON 5 (Babylon 5, 1993-1998)
Criação de J. Michael Straczynski.

Andreas Katsulas como G'Kar, em Babylon 5 (Babylonian Productions/ Warner Bros. Television).

Uma das mais conhecidas séries de ficção científica em todos os tempos, apesar de ter recebido muitas críticas, em particular com relação à sua primeira temporada que, de fato, apresentou qualidade inferior às demais.
As drogas não são o ponto central das inúmeras tramas que se desenvolvem ao longo das temporadas, mas surge na terceira temporada, mais especificamente no episódio Dust to Dust. E o nome da droga em questão é exatamente dust, utilizada pelo personagem G’Kar (Andreas Katsulas), o embaixador Narn. A droga tem a capacidade de induzir poderes telepáticos nos seres que não os possuem e, ficamos sabendo posteriormente, foi desenvolvida pelo Psi Corps – uma das agências de inteligência da Aliança Terrestre, que às vezes parece ter semelhanças com as ações da Gestapo nazista – para desenvolver essas capacidades nos humanos.
A droga possibilita que seu usuário invada a mente de outras pessoas, tendo acesso às suas memórias e pensamentos, mas tendo como efeito colateral deixá-las inconscientes e com problemas dos quais jamais se recuperam.

 

FRONTEIRAS DO TERROR (Beyond Bedlam, 1994)
Direção de Vadim Jean.
Produção inglesa baseada no livro Bedlam (1992), de Harry Adam Knight. Esse é outro daqueles filmes estranhos que poderiam suscitar muitas discussões a respeito da classificação como fc ou terror, e só não o faz porque é tão ruim que ninguém liga. Parece mais uma mistura dos gêneros, com um tema bastante interessante, uma espécie de salada de Philip K. Dick com Freddy Krueger. É uma pena que tenha sido desenvolvido de forma tão medonha.
Uma cientista inventa uma nova droga e, como sempre, resolve testá-la em um preso, um serial killer violentíssimo. A droga tem um efeito inesperado, permitindo que o sujeito não só penetre nos sonhos das outras pessoas, mas que os altere à sua vontade. A cientista e um policial também tomam a droga para poder combater o malvadão, e o que se vê então é uma sucessão de situações em que a realidade e o sonho se misturam, a ponto de ninguém mais saber quando acaba o sonho e começa a realidade. O final também é confuso.


 

 

TEKWAR

                                          Lexa Doig, em Tekwar (Atlantis Films/ USA Network/ Universal City Studios).

O universo TekWar começou a ser desenvolvido com a série de livros de William Shatner, com a colaboração não creditada de Ron Goulart. No Brasil, ficou conhecido pelos filmes, lançados em vídeo pela CIC, e pela série de televisão, com o título Policial do Futuro (TekWar, 1994-1996). Até onde se sabe, os livros continuam inéditos no Brasil, e são: TekWar (1989), TekLords (1991); TekLab (1992); Tek Vengeance (1993); Tek Secret (1993); Tek Power (1994); Tek Money (1995); Tek Kill (1996); Tek Net (1997).
As histórias situam-se no século 22, e a droga chamada tek está no centro das ações. Ela é uma droga digital ilegal e viciante, capaz de alterar a mente dos usuários, e é fornecida na forma de um microchip. O personagem central, Jake Cardigan, é um ex-policial que é incriminado como traficante da droga e condenado a 15 anos de prisão em criogenia; ele é libertado antes do tempo e dedica-se a encontrar os verdadeiros culpados pela distribuição da droga.
Shatner disse que as histórias, que ele teria começado a delinear quando estava trabalhando em Jornada nas Estrelas V: A Última Fronteira (Star Trek V: The Final Frontier, 1989), seria uma espécie de combinação de Jornada nas Estrelas e Carro Comando (T.J. Hooker, 1982-1986), outra série de TV pela qual Shatner ficou conhecido, interpretando um policial veterano.
David Pringle considerou o primeiro livro da série bem competente, e a surpresa foi ele ter se afastado de uma história mais próxima do ambiente de Jornada nas Estrelas e optado por um thriller futurista.
A série estendeu-se de 1994 a 1996, mas foram apenas 18 episódios, além dos quatro filmes citados acima: Tekwar (Tekwar, 1994), com direção do próprio William Shatner; Tekwar – Teklords (Teklords, 1994), com direção de George Bloomfield; Tekwar – Teklab (Teklab, 1994), com direção de Timothy Bond; Tekwar – Tekjustice (Tekjustice, 1994), dirigido por Gerard Ciccoritti.

Abaixo, as capas dos livros: TekWar (capa de Boris Vallejo. Ace/Putnam, 1989); TekLords (capa de Boris Vallejo. Ace/Putnam, 1991); TekLab (capa de Boris Vallejo. Ace Books, 1992); Tek Vengeance (capa de Boris Vallejo. Ace/Putnam, 1993); Tek Secret (capa de Boris Vallejo. Ace/Putnam, 1993); Tek Power (capa de Boris Vallejo. Ace/Putnam, 1994); Tek Money (capa de Donato Giancola. Ace/Putnam, 1995); Tek Kill (capa de Donato Giancola. Ace/Putnam, 1996); Tek Net (capa de Donato Giancola. Ace/Putnam, 1997).


 

ADMIRÁVEL MUNDO NOVO (Brave New World)

Bud Cort e Julie Cobb, em Admirável Mundo Novo (Universal Television, 1980).

Algumas adaptações do livro clássico de Aldous Huxley foram produzidas para a televisão.
Em 1980, Burt Brinckerhoff dirigiu uma boa adaptação com três horas de duração, com Keir Dullea e Bud Cord no elenco.
Em 1998, Leslie Libman e Larry Williams dirigiram uma adaptação inferior à primeira, com Peter Gallagher e Leonard Nimoy no elenco.
Uma série baseada no livro está anunciada, talvez para 2020, com produção da Amblin Entertainment, de Steven Spielberg.


 

SINTOMAS (Oktober, 1998)
Direção de Stephen Gallagher.

(Carnival Film & Television).

Minissérie inglesa em três episódios, com Stephen Tompkinson, Lydzia Englert e Maria Lennon. Tem uma história que poderia ser interessante, mas que se perde nas explicações. Um remédio vencido é aplicado em soldados russos vítimas da guerra na Chechênia. Como efeito colateral, todos ficam paralisados, mas o mais interessante é que, de alguma forma, eles estão mentalmente conectados: o que um sente, os outros também sentem. Uma grande indústria farmacêutica passa a realizar testes com o medicamento. O problema com o filme é que não se sabe exatamente o que a droga faz. Em alguns momentos, diz-se que ela conecta a mente com o local de onde a mente se origina e para onde ela vai após a morte. E a pessoa que teve a droga injetada ainda pode fazer com que as outras sintam o mesmo que ela. Desconexo, com alguns momentos bem interessantes e outros totalmente sem sentido.

 

DIAS CONTADOS (Life in a Day, 1999)
Direção de Eleanore Lindo.
Produção canadense para a TV. Um cientista descobre uma fórmula capaz de acelerar o crescimento celular. Um assistente injeta a droga em sua namorada, que está grávida, acelerando o nascimento da criança. Ela começa a crescer rapidamente e, caso o cientista não descubra a forma de deter o processo, ela poderá envelhecer e morrer em apenas um dia.

 

 

 

 

 

MATRIX (The Matrix, 1999)
Direção de Lana e Lilly Wachowski (como The Wachowski Brothers).
Provavelmente, a droga mais poderosa já apresentada na ficção científica, uma vez que ela é capaz de, literalmente, desvendar o mundo verdadeiro para quem a escolhe, ou manter a pessoa no mundo virtual que foi criado para nós, enquanto nossas energias são sugadas.
(Ver as matérias Matrix e o Mundo de Verdade e Siga o Coelho).

 

EQUILIBRIUM (Equilibrium, 2002)
Direção de Kurt Wimmer.
(Ver a matéria Utopias e Distopias Modernas).

 

TORCHWOOD (Torchwood, 2006-2011)
Criação de Russell T. Davies.

Daniela Denby-Ashe e Naoko Mori, em Torchwood, episódio Greeks Bearing Gifts, da primeira temporada (BBC Wales/ Canadian Broadcasting Corporation).

Série produzida pela Inglaterra e Canadá, na qual surge a droga conhecida como Composto B67 ou apenas Retcon (do inglês “retroactive continuity”; continuidade retroativa). Ela é utilizada pela organização Torchwood, que lida com a presença de alienígenas na Terra, e tem a capacidade de fazer as pessoas esquecerem o que viram ou experiências que tiveram, uma vez que a Torchwood deve manter suas atividades em segredo. Não sei se o nome foi escolhido ao acaso ou propositadamente, uma vez que a “continuidade retroativa” é um artifício utilizado em literatura e outros modos de desenvolvimento de uma história como uma forma de acomodar ou ajustar elementos contraditórios de uma obra, em particular com histórias contadas em série ou com personagens que surgem em diferentes histórias.

 

SEM LIMITES (Limitless, 2011)
Direção de Neil Burger.

Bradley Cooper em Sem Limites (Relativity Media/ Virgin Produced/ Rogue).

Baseado no livro The Dark Fields (2001), de Alan Glynn. Excelente filme com Bradley Cooper no papel principal, interpretando Eddie Morra, um escritor que não consegue muito sucesso na carreira. Em um momento em que nada parece dar certo em sua vida, ele encontra Vernon (Johnny Whitmorth), irmão de sua ex-esposa Melissa (Anna Friel), que lhe fornece um pequeno suprimento de uma droga experimental chamada NZT-48, que tem como efeito principal aumentar o desempenho cognitivo.
Eddie usa a droga e transforma-se completamente, conseguindo acessar todas suas memórias e ganhar desempenho em praticamente tudo o que quiser fazer. Ele termina um livro em tempo recorde e consegue vendê-lo rapidamente a uma editora.
As coisas começam a se complicar quando Vernon é assassinado e Eddie percebe que alguém procurava pelas drogas. Eddie consegue encontrá-las e começa a ingerir diariamente, com sua inteligência e percepção aumentando cada vez mais. Ele resolve ganhar muito dinheiro lidando com o mercado de ações, e é assim que conhece o milionário Carl Van Loon (Robert De Niro). Entre outras ações, Eddie envolve-se com um criminoso que lhe emprestou dinheiro e que também passa a conhecer os efeitos da droga, ameaçando sua vida.
Em 2015, o filme originou uma série de TV, que durou apenas 22 episódios antes de ser cancelada.

 

LUCY (Lucy, 2014)
Direção de Luc Besson.

Scarlett Johansson, completando sua transformação, em Lucy (EuropaCorp/ TF1 Films Production/ Grive Productions/ Canal+/ Ciné+).

Uma nova droga sintética está prestes a ser liberada no mercado, e a jovem Lucy (Scarlett Johansson) acaba envolvendo-se com um violentíssimo grupo de traficantes em Taiwan. Seu namorado a engana pedindo que entregue uma maleta com papéis de trabalho, só que é um carregamento da droga CPH4, e Lucy não só é capturada pelos criminosos como é operada para carregar dentro de si um suprimento da droga.
Quando ela é surrada por alguns dos bandidos, o pacote dentro dela se abre e a droga toma conta de seu corpo, com resultados impressionantes, aumentando significativamente sua capacidade cognitiva, força, inteligência, visão, audição. Todos os sentidos são ampliados a um ponto inacreditável.
As ações de Lucy são intercaladas com os conceitos apresentados pelo professor Norman (Morgan Freeman) a respeito da capacidade de utilização do cérebro humano, capaz de realizar verdadeiros milagres se atingisse 100 por cento de suas possibilidades, o que é o objetivo de Lucy.
O progresso de Lucy é tamanho que ela consegue manipular o tempo e, ao final, transformar-se em uma espécie de deusa, vivendo sem um corpo, mas sempre presente, e ainda fornecendo valiosas informações aos cientistas que se reúnem depois que ela entra em contato com o professor Norman.