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02 Terror BRUXARIA E FEITIÇARIA

ESPECIAIS/VE FILMES DE TERROR E FANTASIA PARA REVER

autorGilberto Schoereder
publicado porGilberto Schoereder
data31/03/2022
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O CORVO (The Raven, 1963)

Direção de Roger Corman.

Peter Lorre e Vincent Price (AIP).

Adaptação muito livre do conto O Corvo, o quinto filme na série de adaptações de histórias Edgar Allan Poe dirigidas e produzidas por Roger Corman. Dessa vez, o clima é de comédia, com alguns momentos de terror, e um grande elenco, incluindo Vincent Price, Boris Karloff, Peter Lorre, Hazel Court e o iniciante Jack Nicholson. Também conta com o roteiro de Richard Matheson, um dos grandes especialistas em terror e fc.
Vincent Price interpreta o feiticeiro dr. Erasmus Craven, Peter Lorre é o mago Bedlo, que foi transformado em corvo pelo feiticeiro dr. Scarabus (Boris Karloff) durante um duelo entre eles. Erasmus consegue fazer com que ele retorne à sua forma humana, e ele lhe diz que, no castelo do feiticeiro, ele viu o fantasma de Lenore (Hazel Court), esposa de Erasmus. Assim, eles retornam ao castelo, onde Erasmus fica sabendo que sua esposa, na verdade, está viva, tendo fingido sua morte para ficar com Scarabus.
O filme reserva um confronto final entre os dois feiticeiros, um dos mais imaginativos e engraçados do cinema do gênero.
No Brasil, lançado em DVD.

Abaixo: Boris Karloff e Vincent Price, duelando com suas magias.



O HOMEM DE PALHA (The Wicker Man, 1973)

Direção de Robin Hardy.

Christopher Lee, diante do homem de palha (British Lion Film Corporation).

Produção inglesa, com Edward Woodward interpretando um policial que chega a uma ilha na costa oeste da Escócia para investigar o caso de uma criança desaparecida, sendo recebido com hostilidade pelos moradores, ainda que, aparentemente, seja ajudado pelo homem mais rico da região, Lorde Summerisle (Christopher Lee), que lhe fala a respeito das crenças dos habitantes, seu culto aos deuses da natureza.
O detetive passa a acreditar que a criança desaparecida será utilizada em um ritual, como sacrifício aos deuses da natureza, mas na verdade ele está sendo envolvido em uma trama bem elaborada, uma vez que pretendem que ele seja a vítima. O ritual envolve queimar a vítima dentro de um imenso homem de palha construído especialmente para a ocasião.
Esse é, certamente, um dos filmes de terror mais interessantes de sua época, abordando as diferenças entre as religiões populares ancestrais da Grã-Bretanha e o Cristianismo imposto posteriormente. O inspetor de polícia é extremamente moralista e cristão, enquanto que o culto à mãe-terra reverencia o sexo livre e uma série de práticas pagãs consideradas abomináveis por ele, que quase enlouquece. Britt Ekland, como uma das moradoras, tenta seduzi-lo, sem sucesso.

Britt Ekland, realizando um estranho ritual sexual em seu quarto; e os moradores locais festejando.

Segundo o crítico Phil Hardy, o roteiro de Anthony Shaffer é um grande trunfo do filme, trabalhando com perspicácia com as convenções do thriller de mistério, fortemente influenciado pelos filmes de terror da Hammer, referência que se confirma pela presença de Christopher Lee e Ingrid Pitt, dois veteranos do famoso estúdio inglês. Hardy ainda diz que o filme não apenas resume os temas de vários filmes de terror da Hammer dos anos 1960, e de forma mais ampla, como antecipa alguns filmes de terror britânicos. “No entanto”, diz Hardy, “ele trabalha em um nível consideravelmente mais sofisticado e deve se classificar entre as mais inventivas contribuições britânicas recentes para o gênero”.
No Brasil, lançado em DVD.
 


SUSPIRIA (Suspiria, 1977)

Direção de Dario Argento.

(Seda Spettacoli).

Segundo Phil Hardy (The Aurum Film Encyclopedia: Horror), o diretor italiano Dario Argento já vinha direcionando seus filmes para terrenos cada vez mais sangrentos, muito próximo da fronteira dos filmes chamados “splatter”. E, para ele, este Suspiria estabeleceu Argento como o mais eficiente engenheiro de filmes de terror chocante; até a época, era considerado seu melhor filme, tanto com um olhar para o passado – para um filme como Quatro Moscas no Veludo Cinza (Quattro Mosche di Velluto Grigio, 1971) – por seu estilo extremamente elaborado e decorativo, quanto para adiante, refletido em filmes posteriores como A Mansão do Inferno (Inferno, 1980) e Tenebre (Tenebre, 1982), pelo plano narrativo que apresenta uma pessoa chegando a um local estranho e sendo precipitada em um labirinto de assassinatos e ocorrências sinistras.
Jessica Harper interpreta uma estudante de balé que chega a uma escola em Freiburg, local que se diz ter sido a residência de uma bruxa conhecida como “a viúva negra”. E ainda existem bruxas que se reúnem no local, lideradas pelas duas principais professoras (Alida Valli e Joan Bennett). A estudante passa por inúmeras situações apavorantes, estranhas, inclusive um confronto climático com o espírito da bruxa original.

Jessica Harper.

Phil Hardy ainda diz que “Ainda que a narrativa seja planejada e artificial, a utilização excepcionalmente hábil das cores por Argento, cortes irregulares e um bom senso de cenário, assim como o recurso de uma chuva de vermes, armadilhas de aço para sangrar suas vítimas, navalhas e assim por diante, combinam para criar uma atmosfera alucinatória de terror. A trilha sonora, composta pelo diretor e, como de costume, executada pelo grupo de rock Goblin, complementa a claustrofobia”. Na verdade, a trilha não é de Dario Argento, mas da banda italiana Goblin, uma das mais conhecidas de sua época, com Argento colaborando.
No Brasil, foi lançado em DVD.
 


FEITIÇO DIABÓLICO (Spellbinder, 1988)

Timothy Daly e Kelly Preston (Metro-Goldwyn-Mayer/ Indian Neck Entertainment/ Wizan Film Properties Inc.).

Direção de Janet Greek.
Também com os títulos Enfeitiçados e The Witching Hour. No Brasil, o filme foi muito mal recebido, inclusive recebendo algumas críticas segundo as quais a história insinuava que a bruxaria teria algo a ver com as populações latinas dos Estados Unidos, já que a bruxa em questão chama-se Miranda (Kelly Preston). Mas o filme não é tão ruim assim, com alguns momentos bem interessantes.
Miranda consegue envolver um advogado (Timothy Daly) em uma trama diabólica ao fingir ser atacada por um homem na rua. Ele a ajuda e acaba se apaixonando, o que não é nada difícil. Ela lhe diz que o homem com quem discutira é violento, pertencendo a uma seita de feiticeiros que trabalha para o mal, e que ela própria é uma feiticeira, do lado oposto ao dele. Depois que ela desaparece, ele vai à sua procura até encontrá-la prestes a ser sacrificada em uma praia. Só que as coisas não são exatamente o que ele imaginava.
OK. Nada demais, mas é legalzinho.
No Brasil, em DVD.


A MALDIÇÃO DOS MORTOS VIVOS (The Serpent and the Rainbow, 1988)

Direção de Wes Craven.