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MAIS ALGUMAS NAVES ALIENÍGENAS

ESPECIAIS/VE AS ESPAÇONAVES DA FC

autorGilberto Schoereder
publicado porGilberto Schoereder
data17/12/2019
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Veja mais algumas interessantes naves dos alienígenas da FC.

(Brandywine Productions/ Twentieth Century-Fox Productions).


DUNA (Dune, 1984)
Frank Herbert.
O livro apresenta uma das naves mais impressionantes da ficção científica e, ao mesmo tempo, não chega a fornecer uma descrição mais detalhada. Trata-se da nave utilizada pelos Navegadores da Guilda, ou a Corporação Espacial (no original, Spacing Guild), para transportes a grandes distâncias. A nave é tão grande que em cada viagem ela carrega em seu interior não apenas pessoas e mercadorias, mas as próprias naves menores, e é como os Atreides chegam a Arrakis.
Na primeira adaptação para o cinema, dirigida por David Lynch em 1984, as naves são apresentadas como cilindros gigantescos. A Corporação tem a exclusividade das viagens mais rápidas do que a luz, o que fazem utilizando seus navegadores, criaturas que utilizam a especiaria, a melange, para entrar em um estado mental capaz de transportar a nave imediatamente de um ponto a outro do espaço, pelo que ficou chamado de Efeito Holtzman. A descoberta dessa possibilidade abriu as portas do universo conhecido para a colonização e exploração comercial. Segundo se diz, o Efeito Holtzman “dobra o tempo e o espaço”, permitindo o deslocamento imediato, por maiores que sejam as distâncias.
(Ver mais sobre Duna na matéria Novas Religiões)

Abaixo: As naves do filme Duna (Dino De Laurentiis Company/ Estudios Churubusco Azteca S.A.), incluindo a gigantesca nave cilíndrica de transporte.



O ÚLTIMO GUERREIRO DAS ESTRELAS (The Last Starfighter, 1984)
Direção de Nick Castle.
Uma aventura juvenil movimentada e interessante. Seres alienígenas enfrentam problemas em sua parte da galáxia e espalham vídeo games em vários planetas, visando encontrar bons “guerreiros das estrelas” para pilotarem suas naves contra o inimigo. Uma das máquinas é colocada por engano na Terra, que não faz parte da Federação, e um rapaz consegue quebrar o recorde, sendo recrutado por um alien, que o leva a outro planeta. Depois de muitas dificuldades, o jovem se vê na posição de ser o único guerreiro sobrevivente e capaz de deter o avanço.
O jovem é levado da Terra em uma nave que, inicialmente, parece ser apenas um carro incrementado, e um androide igual a ele fica aqui para que ninguém perceba que ele desapareceu.
A nave que o jovem utiliza para atacar os alienígenas invasores tem uma arma secreta que ele precisa utilizar, e que faz com que a nave ataque automaticamente as naves inimigas, em uma velocidade impressionante.
Diversão leve, lançada em VHS e DVD no Brasil.

Abaixo: As naves de O Último Guerreiro das Estrelas (Lorimar Film Entertainment/ Universal Pictures).

 


HERÓIS FORA DE ÓRBITA (Galaxy Quest, 1999)
Direção de Dean Parisot.

A nave NSEA Protector (DreamWorks Pictures/ Gran Via Productions).

Comédia de fc com excelente enredo e ótimo elenco, incluindo Sigourney Weaver, Tim Allen, Alan Rickman, Tony Shalhoub, Sam Rockwell, Daryl Mitchell, Enrico Colantoni. A história gira em torno de cinco atores que ficaram famosos por representar o seriado Galaxy Quest, nos anos 1960/70, e que continuam a viver seus momentos de glória, mas apenas nas convenções dos fãs, ainda que alguns deles não achem isso tão interessante.
Alienígenas que captaram as transmissões do seriado e que não conhecem o significado de “atuar” ou mesmo de mentir, entendem que obtiveram documentos históricos e entram em contato com o comandante (Tim Allen) para ajudá-los a combater o ser malvado que destruiu quase toda sua raça. Sem saber onde estão se metendo, eles vão parar a bordo de uma nave que é uma réplica exata da que utilizavam no seriado, a NSEA Protector, só que tudo funciona de verdade. Muitos momentos hilariantes e ótimas atuações, num filme que faz uma referência clara ao seriado Jornada nas Estrelas. Efeitos visuais e maquiagens excelentes da Industrial Light & Magic e Stan Winston Studios.


VIAGEM AO FIM DO UNIVERSO Ikarie XB-1, 1963)
Direção de Jindrich Polák.

(Filmové Studio Barrandov).

Uma rara produção de ficção científica da Tchecoslováquia, na época ainda vivendo sob a sombra da União Soviética, e um filme muito bem recebido pela crítica internacional. Uma nave espacial viaja pelo universo, com sua tripulação procurando por um planeta melhor para viver, o “planeta branco”, cansados de seu mundo corrupto. Enfrentam alguns problemas, encontram uma nave abandonada com os passageiros mortos há muito, mas finalmente recebem uma mensagem de um planeta que pretende acolhê-los, o mundo que eles esperavam encontrar.
Na versão apresentada pela AIP para o mercado norte-americano e inglês, vários minutos foram cortados do original, e o planeta que a nave pretendia encontrar é renomeado “planeta verde”, o que antecipa o final do filme, drasticamente alterado. No original, quando se aproximam do “planeta branco”, os viajantes podem perceber que se trata de um planeta densamente povoado e industrializado. Na versão americana, essa cena é substituída por uma imagem aérea da Estátua da Liberdade, em Nova York, o que torna a história parecida com a do episódio Terceiro Planeta Perto do Sol (Third From the Sun), apresentado pela série Além da Imaginação em 1960, como se os viajantes fossem alienígenas semelhantes aos humanos.
O filme foi lançado em DVD no Brasil, em Clássicos Sci-Fi Volume 6 (Versátil).


ALIEN – O OITAVO PASSAGEIRO (Alien, 1979)
Direção de Ridley Scott.

(Brandywine Productions/ Twentieth Century-Fox Productions).

Um filme espetacular, já na galeria dos clássicos dos gêneros ficção científica e terror, provocando uma reformulação no aspecto visual das produções de ficção científica e originando muitas imitações menores, incluindo os filmes que fizeram parte da franquia Alien e que alguns afirmam serem tão bons quanto o original, mas que não chegam nem aos pés.
Além da excelente construção da nave humana, Nostromo, aqui surge uma das mais originais naves e criaturas alienígenas, elaboradas pelo artista plástico suíço H.R. Giger.
O crítico Phil Hardy disse que, mais do que ser, como alguns afirmaram, uma refilmagem de A Ameaça de Outro Mundo (It! The Terror From Beyond Space, 1958), dirigido por Edward L.Cahn, o filme de Ridley Scott está mais próximo da tradição de H.P. Lovecraft. Ele lembra que Giger já havia publicado seu livro Necronomicon (1977), inspirado pelo Necronomicon inventado por Lovecraft. As ilustrações seguem um padrão que tornou Giger famoso, misturando elementos biológicos e mecânicos, combinando-os para criar novas criaturas, como fez em Alien.

 

 

USANDO AS NAVES DOS ALIENS

 


SÉRIE GATEWAY
Frederick Pohl.
A série de histórias escritas por Frederik Pohl apresentam naves alienígenas abandonadas em vários pontos da galáxia por uma raça desconhecida a qual passam a chamar de Heechee. Os humanos não sabem como as naves funcionam, mas às vezes elas levam seus passageiros a pontos distantes da galáxia; às vezes, elas retornam com os passageiros intactos e trazendo artefatos de tecnologia avançada que encontraram; outras vezes, elas simplesmente desaparecem com seus ocupantes.
A série começou a ser elaborada em 1972, com The Merchants of Venus, publicada na revista Worlds of If e no livro The Gold at the Starbow’s End, coletânea de histórias do autor. Na sequência vieram: A Porta das Estrelas (Gateway, 1977); Para Além do Acontecer (Beyond the Blue vent Horizon, 1980); Encontro com os Heechee (Heechee Rendezvous, 1984); Os Anais dos Heechee (The Annals of the Heechee, 1987); Para Além da Porta das Estrelas (The Gateway Trip, 1990); The Boy Who Would Live Forever (2004).

Abaixo: The Gold at the Starbow's End, que traz o conto The Merchants of Venus. Capa de John Berkey (Ballantine Books, 1972); capa de Vincent Di Fate para a revista Galaxy Science Fiction, novembro de 1976, que publicou a primeira parte de Gateway, de Frederick Pohl; capa de Stephen Fabian para a revista Galaxy Science Fiction, março de 1977, que publicou a terceira e última parte de Gateway.

O primeiro livro, A Porta das Estrelas, é muito bom, tendo recebido várias premiações, apresentando aos seres humanos sua insignificância diante do universo. David Pringle disse que “As aventuras especiais exteriorizadas contrastam com as preocupações introvertidas do herói preocupado (que tem longas conversas com seu ‘psiquiatra’ computadorizado)”. Pohl conseguiu manter um excelente equilíbrio entre o mistério que representam as naves dos Heechee, e mesmo seu desaparecimento inexplicável, o medo que sua tecnologia incompreensível e avançadíssima provoca nos humanos, e ao mesmo tempo o fascínio causado pela possibilidade de descobertas científicas e tecnológicas até então impensáveis, para não falar da possibilidade de riqueza instantânea para aqueles que encontrarem algo valioso em suas viagens.

Abaixo: capa de Boris Vallejo para a primeira edição de Gateway (St. Martin's Press, 1977); capa de Darrell K. Sweet para Beyond the Blue Event Horizon (Del Rey / Ballantine, 1985); capa de Tim White para Beyond the Blue Event Horizon (Orbit / Futura, 1985).

Infelizmente, os livros seguintes não apenas não conseguiram manter o mesmo nível, mas de certa forma atrapalham a história original. Ao não acrescentarem nada que possa contribuir para manter o clima de mistério e de transcendência do original, as sequências apenas acrescentam mais dificuldades, praticamente transformando a série numa space opera. Entre outras coisas, os misteriosos Heechee ressurgem, e ficamos sabendo que outra raça ainda mais poderosa e avançada tecnologicamente, Os Assassinos, ameaça todo o universo.

Abaixo: capa de Jack Gaughan para a Amazing Science Fiction de janeiro de 1984, com a primeira parte de Gateway 3 – Beyond the Gate, que seria publicado como o livro Encontro com os Heechee; capa de Darrell K. Sweet para a primeira edição de Heechee Rendezvous (Del Rey / Ballantine, 1984); capa de Tim White para Heechee Rendezvous (Orbit / Futura, 1985); capa de Darrell K. Sweet para a primeira edição de The Annals of the Heechee (Del Rey / Ballantine, 1987); capa de Frank Kelly Freas para The Gateway Trip (Del Rey / Ballantine, 1990); capa de John Harris para The Boy Who Would Live Forever (Tor, 2004).



O AVATAR (The Avatar, 1978)
Poul Anderson.

Capa de Robert Layzell (Sidgwick & Jackson, 1980).

Um ano após a publicação de Gateway, Poul Anderson surgiu com um tema similar em O Avatar, que não chegou a ser considerado entre os melhores trabalhos do autor. Enquanto no livro de Pohl os aliens misteriosos eram os Heechee e os Asassinos, aqui eles são Os Outros, igualmente deixando seus aparelhos espalhados pelo universo. A diferença é que, além de viajar para os mais diversos pontos do cosmo, as naves aliens também permitem o deslocamento por universos paralelos.
David Pringle destacou que o livro é forte em sentimentos libertários e é um romance grande e ambicioso que não chegou a ser bem sucedido.