S. L. Farrell, pseudônimo de Stephen W. Leigh, é um escritor de ficção científica e fantasia, não muito conhecido, pelo menos no Brasil. Mas já chega com o aval de ninguém menos que George R.R. Martin, o badaladíssimo autor da série As Crônicas de Gelo e Fogo, também sendo publicada no Brasil pela mesma editora.
E o aval não é gratuito, uma vez que se trata de um interessantíssimo livro de fantasia, com história situada no império imaginário de Nessântico, dominado pela cidade com o mesmo nome.
A ação navega entre a política e a religião, com inúmeras intrigas palacianas, mais e menos escancaradas, com destaque para o confronto entre os representantes da religião oficial – a fé concénziana – e os poderosos no poder.
Quando a história começa a se desenrolar, Nessântico está chegando ao fim de um período de paz que durou cerca de 50 anos, e inúmeras forças se desenvolvem ameaçando essa situação.
Os padres e seguidores da religião acreditam no deus Cénzi que, segundo eles, lhes fornece a fé para utilizar o Ilmodo, uma energia que permite que se realize uma série de ações mágicas – ainda que existam regras severas de como e quando esse poder pode ser utilizado.
Entre seus “inimigos” estão pessoas que conseguem utilizar a mesma energia, mesmo sem serem seguidores da fé, e que passam a ser perseguidas.
A capa do livro traz um pequeno pronunciamento de George R.R. Martin a respeito da obra, na qual ele diz que Nessântico é um lugar fascinante que ele está ansioso para visitar de novo. E não é para menos. O livro é uma das melhores obras de fantasia a chegar ao Brasil nos últimos anos, com personagens bem elaborados, trama complexa e bastante atenção aos detalhes, o que dá credibilidade ao mundo imaginário.
Uma das vantagens para os leitores é que a trilogia já está terminada. Os livros seguintes, A Magic of Nightfall e A Magic of Dawn, foram publicados em 2009 e 2010, respectivamente. Nessa época em que parece que toda obra de fantasia (ou não) é escrita em inúmeras partes, muitas vezes os leitores ficam esperando a conclusão por muito tempo. Esperemos que não seja o caso aqui.