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ALGUNS FILMES E SÉRIES COM MUTAÇÕES, ENGENHARIA GENÉTICA E OUTRAS TRANSFORMAÇÕES

ESPECIAIS/VE CORPOS ALTERADOS

autorGilberto Schoereder
publicado porGilberto Schoereder
data22/03/2021
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Dos cientistas loucos às tradicionais mutações pós-apocalipse, em produções que vão do pavoroso ao excelente.

(Twentieth Century Fox/ Marvel Enterprises).


3.000 ANOS DEPOIS DE CRISTO (Captive Women, 1952)



DAY THE WORLD ENDED (1956)

Direção de Roger Corman.

Paul Blaisdell e Lori Nelson (Golden State Productions/ Selma Enterprises).

O primeiro filme de ficção científica dirigido pelo lendário Roger Corman, com custos baixíssimos e, geralmente, bons resultados. A história situa-se após um holocausto nuclear que deixa poucos sobreviventes e muitas mutações causadas pela radiação. Um grupo de pessoas consegue refugiar-se em um abrigo nas montanhas, enquanto os mutantes horripilantes aproximam-se. Eles também têm seus próprios problemas internos, com brigas surgindo e um grupo violento tomando o local onde alguns sobreviventes se refugiavam. Paul Blaisdell interpreta o mutante principal, e eles são telepatas, canibais, tem três olhos, chifres e mais duas mãozinhas que saem dos ombros.
Em The Encyclopedia of Science Fiction Movies, Phil Hardy escreveu: “O roteiro de Rusoff (Lou Rusoff, também autor da história original) é extremamente melodramático, com o grupo discutindo das formas mais óbvias, enquanto fora do abrigo as criaturas da floresta transforma-se selvagemente e, dentro, Dubov (Paul) faz o mesmo. No entanto, Corman impulsiona o material, quase o força, para algo significante ao levar seus personagens a sério e por associar a situação com o mito do Jardim do Éden”.
Ao que se sabe, inédito no Brasil.
 


VINTE MILHÕES DE LÉGUAS A MARTE (World Without End, 1956)

(Ver as matérias Muito Depois do Fim e Sem Controle)
 


O MONSTRO CÓSMICO (The Strange World of Planet X, 1957)

Direção de Gilbert Gunn.

(George Maynard Productions).

Também com os títulos: The Cosmic Monsters; The Crawling Terror. Pequena produção inglesa baseada em um seriado de TV com o mesmo título. Um cientista realiza uma pesquisa que tem como efeito colateral a abertura de um buraco na ionosfera terrestre. Isso causa alteração no comportamento de alguns seres humanos e permite a entrada de raios cósmicos que causam mutação nos insetos da região próxima ao laboratório do cientista. Os insetos crescem da noite para o dia e tem de ser destruídos pelo exército. Para completar, um alienígena vem à Terra para ajudar os terrestres a resolver o problema, inclusive destruindo o laboratório. Fraquíssimo, com efeitos ruins e diálogos rasteiros.

 


ALÉM DA BARREIRA DO TEMPO (Beyond the Time Barrier, 1960)

(Ver as matérias Sem Controle e O Mundo Dominado Pelas Pragas)

 


ARTHERIS, A MULHER SERPENTE (The Snake Woman, 1961)

Direção de Sidney J. Furie.

Susan Travers, como a mulher serpente (Caralan Productions Ltd.).

Também com o título The Terror of the Snake Woman. Produção inglesa na linha das mutações de seres humanos, e mais inclinada para o terror. No século 19, um médico injeta veneno de cobra em sua esposa e, como resultado, a filha deles (Susan Travers) nasce com a capacidade de se transformar em cobra, forma na qual mata pessoas. Por alguma razão, no título brasileiro trocaram o nome da mulher cobra de Atheris para Artheris. O filme é ruinzinho.
 


PASSAGEM PARA O FUTURO (The Time Travelers, 1964)


 


JORNADA NAS ESTRELAS (Star Trek, 1966-1969)

Ricardo Montalbán, como Khan, na série original (Desilu Productions).

A questão genética surge em particular no episódio Space Seed, apresentado em 1967, no qual surge um dos personagens mais carismáticos do seriado, Khan Noonien Singh, interpretado por Ricardo Montalbán. Brian Stableford e David Langford escreveram que “A tradição pulp do super-homem geneticamente criado inevitavelmente ressurgiu na mídia, um exemplo bem conhecido sendo Khan Noonien Singh, de Jornada nas Estrelas: essa relíquia da Guerra Eugênica ocorrida há muito roubou o show no episódio Space Seed da série original, e reapareceu em Jornada nas Estrelas II: A Ira de Khan”.

                             Ricardo Montalbán como Khan, na filme Jornada nas Estrelas II (Paramount Pictures).

No episódio citado, a tripulação da Enterprise encontra remanescentes da Guerra Eugênica, transformados por engenharia genética, e em estado de animação suspensa. Revivê-los não foi uma boa ideia, uma vez que o conquistador Khan resolve tomar a Enterprise para si.
No longa Jornada nas Estrelas II: A Ira de Khan (Star Trek II: The Wrath of Khan, 1982), mais uma vez o guerreiro enfrenta o capitão Kirk (William Shatner), que deve impedi-lo de usar um dispositivo poderoso como uma arma contra a humanidade.
Ao longo da série e das séries derivadas da original, surgem várias referências à Guerra Eugênica e suas consequências para o planeta Terra, quando uma raça de seres criados por engenharia genética e com imensos poderes tentou dominar todo o planeta.
 


IN THE YEAR 2889 (1969)

Direção de Larry Buchanan.
Pequena produção para a TV apresentando os sobreviventes de uma guerra nuclear que se escondem em aposentos subterrâneos, sempre ameaçados pelos mutantes da superfície que, além de canibais, possuem poderes telepáticos.
 

 


 


DOOMWATCH (1970-1972)

Criação de Kit Pedler e Gerry Davis.

A série (BBC); o filme (Tigon British Film Productions); e o livro, com capa de Hal Siegel (The Viking Press, 1972).

Série inglesa da BBC que seguiu por três temporadas, e mais alguns especiais em 1999 e em 2016, além de um filme com o mesmo título, em 1972. Nem todos os episódios lidavam com o tema das mutações e da engenharia genética, mas eles estão presentes. Brian Stableford e David Langford disseram que a série, “(...) cuja proposta era abertamente propagandística, ajudou a acordar muitas pessoas para algumas das implicações da engenharia genética. Seu primeiro episódio (The Plastic Eaters) tornou-se a base para o romance Mutant 59: The Plastic Eaters (1972), de Kit Pedler e Gerry Davis, sobre uma bactéria transformada por engenharia para metabolizar plástico, que ‘escapa’, e muitos outros episódios também apresentavam vários tipos de engenharia biológica”. No filme de 1972, a equipe de investigação Doomwatch vai até uma ilha na costa da Cornualha verificar os efeitos da poluição no mar, e descobre que um novo e violento vírus atacou os peixes, que por sua vez foram comidos pela população, causando horrendas mutações.
 


O POVO DO AMANHÃ (The Tomorrow People, 1973-1979)

Criação de Roger Price.

(Thames Television).

Série inglesa para crianças, mas que teve sucesso entre adultos, com orçamento pequeno. Apresenta um grupo de crianças mutantes conhecidas como “Homo superior”, com poderes paranormais, que se unem em uma base subterrânea secreta. Viagens no tempo e seres alienígenas são comuns nas histórias, sempre combatendo as ameaças à Terra. Um seriado considerado acima da média e pouco conhecido no Brasil. Também é conhecido pelo título Seres do Amanhã. A série foi refeita em nova produção britânica de 1992 a 1995, também bem recebida pelo público e crítica. E uma versão norte-americana surgiu em 2013-2014.
 


O SEGUNDO GÊNESIS (Genesis II, 1973)

Direção de John Llewlyn Moxey.

Alex Cord, em O Segundo Gênesis (Norway Productions/ Warner Bros. Television).

Feito para TV, com história e produção de Gene Roddenberry, o criador de Jornada nas Estrelas. Foi produzido como piloto de uma série que não teve sequência. Alex Cord interpreta Dylan Hunt, um homem do século 20 que se submete a uma experiência de animação suspensa, retornando à consciência no ano 2133. Encontra um mundo dividido em grupos mais ou menos comuns na produção de fc da época: os mutantes, os cientistas e a comunidade chamada Pax. Se não era um bom tema para ser estendido por vários episódios, não chega a ser ruim como longa-metragem.
 


PLANETA TERRA (Planet Earth, 1974)

Direção de Marc Daniels.
Feito para TV, outra tentativa de Gene Roddenberry em apresentar uma série, reformulando o conceito apresentado em O Segundo Gênesis. Dessa vez John Saxon interpreta Dylan Hunt, um dos líderes da comunidade Pax, no ano 2133, com a Terra devastada por uma guerra nuclear. A comunidade é dedicada à ciência com o objetivo de dar seguimento à humanidade. Outras comunidades são mais violentas, incluindo grupos de mutantes. Também não foi adiante como seriado, mas não é um filme ruim.
 


 

 


ESPORTE MORTAL (Deathsport, 1978)

Direção de Henry Suso e Allan Arkush.

(New World Pictures).

Produção de Roger Corman que pretendia ser uma sequência de Ano 2000 – A Corrida da Morte (1975). Após um holocausto apresentado como as Guerras de Neutron, a Terra fica dividida em vários setores, com cidades Estado em meio a desertos repletos de mutantes canibais, seres com capacidades telepáticas e grupos de guerreiros. O esporte mortal do título é uma competição na qual algumas pessoas são obrigadas a participar, correndo de motos em uma luta semelhante às dos antigos gladiadores. David Carradine participa.
 


OS TITÃS VOLTAM À LUTA NA ATLÂNTIDA (Warlords of Atlantis, 1978)

Direção de Kevin Connor.

                                     Peter Gilmore e Doug McClure, em Os Titãs Voltam à Luta na Atlântida (EMI Films).

Também com os títulos: Guerreiros da Atlântida; Seven Cities of Atlantis. Produção inglesa rasteira com Doug McClure mais uma vez enfrentando perigos em um mundo perdido. Juntamente com Peter Gilmore, ele interpreta um antiquário da era Vitoriana, e eles encontram a civilização perdida da Atlântida. Lá, têm de enfrentar um polvo gigante e um dinosauro mutante. O reino é subterrâneo e, é claro, pretende conquistar a humanidade da superficie do planeta. Foi lançado no Brasil em VHS (VTI).

 


ADMIRÁVEL MUNDO NOVO (Brave New World, 1980)


 


FÚRIA SILENCIOSA (Silent Rage, 1982)

Direção de Michael Miller.

(Columbia Pictures/ Topkick Productions).

Cientistas trabalhando com engenharia genética realizam experiências em um maníaco homicida, já falecido, e conseguem trazê-lo de volta à vida, mais louco do que nunca. Entra em cena o xerife Chuck Norris, especialista em violências em geral, mas o monstro é praticamente imortal, com suas células regenerando-se imediatamente. O mutante genético pega fogo, recebe centenas de tiros, cai do alto de um prédio, e nada. E o bobo do xerife pensa tê-lo derrotado com alguns golpes de caratê. Chatíssimo.
 

 


PERIGO NA MONTANHA (What Waits Below, 1984)

Direção de Don Sharp.

(Adams Apple Film Company).

Também com o título Secrets of the Phantom Caverns. Um filme bem ruim do diretor Don Sharp, que chegou a dirigir alguns filmes interessantes na Hammer. Aqui, a história segue uma equipe de cientistas e militares explorando cavernas na América Central e encontrando uma raça perdida e mutante. Na linha dos filmes de mundos perdidos, um tema já antigo no cinema da época.
 

 

 


CONDIÇÃO DE DEFESA (Defcon-4)


 


CURTO-CIRCUITO (Misfits of Science, 1985-1986)
 


FUGA DA MORTE (Death Run, 1987)

Direção de Michael J. Murphy.

(Murlin Films).

Produção inglesa modestíssima. Pouco antes que uma guerra nuclear arrase o planeta, um homem e sua namorada são colocados em animação suspensa, despertando 25 anos depois e encontrando um mundo repleto de grupos antagônicos e um maníaco que se apresenta como um messias. Além, é claro, dos inevitáveis mutantes, que se colocam contra os humanos dominadores. Um filme pavoroso, lançado no Brasil em VHS (Sector Video).
 

 

 


MUTANTES EM GUERRA (Mutant War, 1988)

Direção de Brett Piper.

(Cinevest Entertainment Group).

Seres extraterrestres invadem a Terra e são destruídos após longa guerra. O planeta fica completamente radioativo, fazendo com que muitos seres mutantes comecem a se desenvolver, ameaçando os humanos não transformados. Filme vagabundíssimo, lançado no Brasil em VHS (Zircon).
 

 

 


GUARDIÕES DO FUTURO (Warlords, 1988)



GUERREIROS DO APOCALIPSE (Land of Doom)


 

O INFERNO CHEGA A FROGTOWN (Hell Comes to Frogtown)



OMEGA COP (Omega Cop, 1990)

Direção de Paul Kyriazi.

(Overseas FilmGroup/ Romarc Inc.).

Em 1999, a camada de ozônio da Terra está arrasada e uma população mutante governa a superfície. Uma força especial da polícia é preparada para combatê-los. Seus companheiros são todos mortos, e ele inicia uma guerra solitária. Já vi isso antes. Adam West, que já foi o Batman da TV, atua (com o perdão da palavra), perdidaço como todo mundo no filme. No Brasil foi lançado em VHS (Jovem Pan).


 

 

 

 

BEM-VINDO AO PLANETA PERDIDO (Welcome to Oblivion, 1990)



EXPRESSO PARA NEON CITY (Neon City, 1991)

Direção de Monte Markham.

(Kodiak Films/ Little Bear Productions/ Trimark Pictures).

História situada no ano 2053, com a sociedade bastante prejudicada por chuvas ácidas e radiações solares, a versão mais moderna do apocalipse. Grupos de mutantes tentam atacar as pessoas que são conduzidas em comboio para uma cidade protegida. No Brasil, lançado em VHS (Europa-Carat).
 


 

 


O MISTÉRIO DE CHIMERA (Chimera, 1991)

Direção de Lawrence Gordon Clark.

                                                                                                                                    (Anglia Television/ Zenith Entertainment).

Minissérie em produção inglesa. Um ser criado em uma experiência secreta de engenharia genética consegue escapar com a ajuda de um jornalista e uma mulher que sobreviveram a uma explosão no laboratório, e passa a ser perseguido pela polícia, com todas as notícias sendo censuradas para que nada se saiba sobre as experiências.
 



MUTRONICS, O FUTURO DA RAÇA HUMANA (Mutronics)



LAÇOS SANGRENTOS (Severed Ties, 1992)

Direção de Damon Santostefano.

(Columbia Pictures).

Terror e fc com algum humor e muito sangue e violência, com alguns exageros da história; as pessoas têm membros arrancados como se fosse a coisa mais natural do mundo. Tem a vantagem de trazer Elke Sommer e Oliver Reed no elenco, mas isso pouco ajuda. Sommer mantém seu filho, um gênio da ciência, trancado em um laboratório tentando reconstruir a obra do pai, que morreu queimado em um incêndio provocado por ela mesma quando soube que ele não pretendia vender seu trabalho e sim doá-lo à humanidade. O rapaz tem sucesso, com uma pesquisa confusa que mistura engenharia genética e regeneração de órgãos. As máquinas fazem quase tudo, e braços anfíbios crescem em minutos, e até são inteligentes. Tem até uma espécie de liquidificador gigante para pessoas, que viram um suquinho utilizado nas pesquisas. Fraco. (LK-Tel)
 



A VINGANÇA DOS SAPOS ASSASSINOS (Frogtown 2)



O PARQUE DOS DINOSSAUROS (Jurassic Park, 1993)

Direção de Steven Spielberg.

(Universal Pictures/ Amblin Entertainment).

Mais um enorme sucesso de público, adaptado do livro com o mesmo título, de Michael Crichton. O parque dos dinossauros do título é um local onde os dinossauros realmente existem e foram confinados, tendo sido criados a partir de técnicas de engenharia genética. Os problemas ocorrem quando os seres conseguem escapar dos lugares em que se encontram confinados e ameaçam os humanos. A engenharia genética tem sido um prato cheio para os filmes de fc e terror, com uma visão que não é das melhores nem das mais complexas sobre o assunto. É basicamente um filme de ação, com destaque para os efeitos especiais impressionantes para a época (e ainda hoje), mas não se pode citar entre o que Spielberg fez de melhor. Deu origem a algumas sequências e a muitas imitações realizadas com menor capacidade e qualidade.
 


PERIGOSO DESEJO (Tomcat: Dangerous Desire, 1993)

Direção de Paul Donovan.

(Den Pictures Inc./ Libra Pictures/ Tomcat Productions).

Richard Grieco é o sujeito que sofre de um problema genético e é submetido a uma cirurgia genética pela cientista Maryam D'Abo, recebendo genes de um gato. Aos poucos, transforma completamente seu comportamento, adquirindo uma força fora do normal, apetite por emoções fortes e violentas, gosto pela altura e um desejo sexual fora do comum. Uma espécie de Frankenstein para a nova ciência que surge no planeta, com muito erotismo, mas que não chega a entusiasmar.
 

 


AÇÃO MUTANTE (Acción Mutante, 1993)

Direção de Alex de la Iglesia.

(CiBy 2000/ El Deseo).

Produção conjunta da Espanha e França. Filme que esteve em circuito limitado no Brasil, com produção do famoso Pedro Almodóvar. A história se passa em um futuro pós-apocalíptico, quando o mundo está sob o poder de um grupo que exterminou grande parte da humanidade, com exceção dos inválidos físicos, que chamam a si mesmos Ação Mutante. Esses mutantes pretendem destruir a sociedade e, como parte do plano, precisam sequestrar a filha de um milionário. Alguns momentos interessantes, humor negro, mas pouco mais do que isso. No Brasil, lançado em VHS (Paris).
 

 

 


HAZARD – O MUTANTE BIOLÓGICO (BioHazard 2, 1994)

Direção de Steve Latshaw.

(American Independent Productions).

Também com o título Biohazard: The Alien Force. É difícil! É praticamente impossível conseguir entender porque certos filmes são feitos. Esse é um deles. A história é absolutamente imbecil e clichê, ou seja, uma experiência genética que resulta num bichão ridículo, um sujeito em uma roupa mal feita, que precisa de mulheres para procriar e homens para alimentá-lo, enquanto um casal tenta resolver a parada. Os cenários não existem, as interpretações – desculpem o termo – são qualquer coisa de inacreditável. Não se admira que o roteiro seja baseado em um original de Fred Olen Ray, um dos piores diretores dos últimos tempos. Nada se salva. No Brasil, em VHS (Lloyds).
 


ISLAND CITY – O ÚLTIMO REFÚGIO (Island City, 1994)

Direção de Jorge Montesi.

(Lee Rich Productions/ Lorimar Television).

Feito para TV como piloto de um seriado que não foi adiante. A história se passa num futuro em que foi inventada uma droga da juventude. Algumas pessoas não envelhecem jamais, mas outras têm um gene recessivo que as transforma em mutantes, muito fortes e violentos. Os não mutantes vivem na cidade do título, cercados por um campo de força e, de vez em quando, saindo para patrulhas e enfrentando os mutantes. Tudo absolutamente comum e já utilizado antes pela fc. No Brasil, em VHS (Warner).
 


 


INVASÃO MORTAL (Deadly Invasion, 1995)

Direção de Rockne S. O’Bannon.

(St. Francis of Assisi Pictures/ Von Zerneck-Sertner Films/ World International Network).

Feito para a TV. Também com o título Deadly Invasion: The Killer Bee Nightmare. O tema “vingança da natureza”, que já teve seu período de moda no cinema de fc, mais uma vez volta a atacar. E mais uma vez com abelhas. Elas são mutantes e, ao que tudo indica, pretendem tomar conta do planeta. Claro que começam modestamente, uma vez que se trata de uma produção pequena. Atacam os moradores de uma pequena cidade dos EUA, as mais sofridas nesse tipo de filme. No Brasil, em VHS (Castle).
 


 


PROTEUS, O MUTANTE (Proteus, 1995)

Direção de Bob Keen.

(Metrodome Films/ Wonderful Films PLC).

Contrabandistas ficam perdidos no mar e encontram uma plataforma onde são realizadas experiências secretas de engenharia genética. Claro que desenvolveram uma alteração no DNA capaz de criar um monstro invencível e, logo, os nossos bandidos estão isolados com o monstrengo em mais um filme ruim. No Brasil, em VHS (Miramar).
 

 



WATERWORLD, O SEGREDO DAS ÁGUAS  (Waterworld, 1995)


 

GERAÇÃO X (Generation X, 1996)



HABITAT (Habitat, 1997)

Direção de René Daalder.

(Transfilm/ Kingsborough Pictures/ Ecotopia/ August Entertainment/ Largo Entertainment).

Produção conjunta do Canadá e Holanda. Em um futuro próximo, a Terra está passando por maus momentos devido à destruição da camada de ozônio, obrigando as pessoas a se manterem trancadas em suas casas. Um biólogo começa a realizar experiências para tentar solucionar o problema, trabalhando com engenharia genética. Mas as coisas não vão muito bem e ele acaba provocando uma mutação em si mesmo.
 



 


GATTACA, A EXPERIÊNCIA GENÉTICA (Gattaca, 1997)

Direção de Andrew Niccol.

                               Ethan Hawke, em Gattaca (Columbia Pictures/ Jersey Films).

Alguns críticos chegaram a nomear o filme como o Blade Runner dos anos 90, o que é um exagero. Ainda assim, é uma obra excelente sobre um tema que já estava no centro das discussões na época, antevendo uma série de problemas. Em um futuro não muito distante, a sociedade encontra-se dividida entre cidadãos “válidos” e “inválidos”, os primeiros sendo aqueles que nasceram a partir de seleção genética, com as possíveis falhas de personalidade e físicas sendo eliminadas, enquanto os “inválidos” são os filhos de procriação natural. Um desses últimos é Vincent que, já ao nascer, recebe o veredito de que não deverá viver mais do que 30 anos, devido a um problema no coração. Seus pais resolvem ter outro filho, esse elaborado a partir das escolhas geneticamente corretas.
Um dia, Vincent resolve sair de casa e começa a trabalhar como faxineiro em Gattaca, uma gigantesca corporação que realiza viagens espaciais. O sonho de Vincent é realizar uma viagem, mas para entrar em Gattaca deve ser geneticamente perfeito. Ele encontra uma forma de burlar a lei, fazendo-se passar por outro homem, um “válido” que ficou paraplégico e que lhe fornece o sangue e urina necessários para os constantes exames genéticos realizados no local. As coisas complicam-se quando o diretor do programa espacial é assassinado e um cílio de Vincent é encontrado e identificado como “inválido”.
Um clima muito bom de um futuro possível, em que a perfeição é a meta absoluta, a ponto de existir uma espécie de polícia genética. A sociedade se encontra nitidamente dividida, com os “inválidos” sendo quase escravos, sem quaisquer oportunidades. No entanto, ao longo do filme, percebe-se que a perfeição dessa sociedade não é o que se imagina.
É o filme de estreia do diretor Andrew Niccol que, no ano seguinte, escreveria o roteiro de O Show de Truman. Além de tudo, o filme ainda traz excelentes nomes no elenco, como Ethan Hawke, Uma Thurman, Alan Arkin e Jude Law.
 


SEDUTORA E FATAL (Chameleon, 1998)

Direção de Stuart Cooper.

(Wilshire Court Productions).

Produção conjunta da Austrália e EUA. A engenharia genética volta a fazer suas maravilhas ao criar uma mulher com a capacidade de se misturar ao ambiente, como uma camaleoa. Claro que a idéia é que ela trabalhe como uma espécie de agente para missões especiais, só que ela descobre que a empresa de segurança que a criou tem planos de tomar o poder na socieddade do futuro, e ela prefere lutar ao lado das forças rebeldes de oposição. No Brasil, lançado em VHS (CIC).

 



 


DO FUNDO DO MAR (Deep Blue Sea, 1999)

Direção de Renny Harlin.

                                                                                          (Warner Bros./ Village Roadshow Pictures).

Um grupo de cientistas realiza pesquisas com tubarões, acreditando que o cérebro dos animais produz uma proteína capaz de curar o mal de Alzheimer. Só que a cientista chefe (Safron Burrows) resolve alterar geneticamente os tubarões, tornando seus cérebros cinco vezes maiores e, com isso, torna-os também superinteligentes. Claro que eles escapam e transformam a vida de todos em um inferno. Violento, com os tubarões rapidíssimos arrancando pedaços aqui e ali, mas nada de novo. Originou as sequências (piores) Do Fundo do Mar 2 (Deep Blue Sea 2, 2018), produzido diretamente para vídeo, e Do Fundo do Mar 3 (Deep Blue Sea 3, 2020).
 


DARK ANGEL (Dark Angel, 2000-2002)

 


X-MEN: O FILME (X-Men, 2000)

Direção de Bryan Singer.

Patrick Stewart, como o Professor Xavier (Twentieth Century Fox/ Marvel Enterprises/ Donners' Company/ Bad Hat Harry Productions).

Uma das estréias mais badaladas da época, especialmente devido ao carisma e ao sucesso que os personagens dos quadrinhos X-Men têm junto ao público, e também por uma produção bem cuidada e caríssima, em torno dos 75 milhões de dólares (e que rendeu cerca de 300 milhões). Ajudou, e muito, a abrir espaço para uma enxurrada de filmes com personagens dos quadrinhos.
A história se situa em um futuro em que uma série de mutações começam a se verificar entre os seres humanos, dando origem a pessoas com poderes especiais e diferentes uns dos outros. Dois homens se preocupam com esses seres especiais, especialmente no momento em que os políticos passam a exigir que os mutantes sejam cadastrados para que se saiba o que eles estão fazendo e onde estão. Alguns mutantes são os chamados X-Men, sob a direção de Xavier (Patrick Stewart), que pretende educá-los e ensinar os jovens a usar seus poderes. Outro grupo está sob o comando de Magneto (Ian McKellen), antigo amigo de Xavier, que afirma que uma guerra entre mutantes e humanos normais está para chegar, e que eles devem se preparar para o pior. O choque é inevitável. Os efeitos são muito bons, a ação é de primeira, mas o filme não fica apenas nisso, esforçando-se em mostrar a angústia dos mutantes ao não encontrarem seu lugar definido na sociedade, e funcionando perfeitamente como uma denúncia contra o racismo, de qualquer espécie. Deu origem a uma série de filmes com os personagens.
 


ARANHAS ASSASSINAS (Spiders, 2000)

Direção de Gary Jones.
O diretor Jones parece gostar de animais modificados. Ele já dirigiu o ruim Mosquito e agora volta a atacar com aranhas que, é claro, foram geneticamente alteradas em experiências do governo americano, mais especificamente a bordo de uma nave da NASA. Os bichos ficam soltos e ameaçam os humanos, em mais um filme pavoroso. No Brasil, lançado em VHS (Califórnia).
Ainda teve uma sequência, Spiders 2 (Spiders 2: Breeding Groung, 2001), com direção de Sam Firstenberg, dessa vez apresentando dois náufragos que são recolhidos por um navio cargueiro e pensam que se deram bem. Só que no local existe um laboratório onde estão sendo realizadas experiências genéticas em aranhas. Obviamente, elas se transformam em monstros mutantes que detestam seres humanos.
 


PYTHON, A COBRA ASSASSINA (Python, 2000)

Direção de Richard Clabaugh.

(Python Productions LLC/ Unified Film Organization).

Um cientista alucinado cria uma cobra gigantesca por meio de engenharia genética, mas ela acaba surgindo em uma pequena comunidade americana após o avião que a transportava cair. É claro que a serpente começa a matar pessoas e o próprio cientista imbecil tem de encontrar uma forma de acabar com ela. Mais um filme horrendo.
 


RATOS – MUTAÇÃO GENÉTICA (Altered Species, 2001)

Direção de Serge Rodnunsky (com o pseudônimo Miles Feldman)

(Rojak Films).

Em um laboratório, uma pesquisa é realizada para destruir células cancerígenas. O composto químico utilizado na composição de um produto vai parar no porão do prédio e altera geneticamente os ratos, provocando mutações. Uma besteirada muito mal produzida.

 

 

 


REFÉNS DA NOITE (Fangs, 2001)

Direção de Kelly Sandefur.

(PorchLight Pictures).

Também com o título O Ataque dos Morcegos. Morcegos alterados geneticamente fogem do laboratório de uma faculdade e começam a atacar as pessoas. Uma especialista é chamada para tentar resolver o caso, mas acaba percebendo que existem outras pessoas interessadas em libertar os seres mutantes. No Brasil, em VHS (PlayArte).

 


MUTANT X (Mutant X, 2001-2004)
 


O ATAQUE DO DENTE DE SABRE (Attack of the Sabretooth, 2005)

Direção de George Miller.

(Film Brokers International).

Feito para TV. O diretor não é o George Miller de Mad Max, mas também trabalha principalmente na Austrália. Por meio de engenharia genética, um tigre dente de sabre é clonado e faz parte de um parque com animais selvagens, nas ilhas Fiji. Mas algo dá errado, as cercas elétricas deixam de funcionar, e o tigre fica à solta no momento em que o parque está recebendo um grupo de estudantes. Lembra alguma coisa? Um parque temático com seres clonados do período jurássico, talvez? E por aí vai. Nada de novo, em filme tenebroso.
 



ENXAME NEGRO (Black Swarm, 2007)

Direção de David Winning.

(Muse Entertainment Enterprises/ RHI Entertainment).

Ficção científica e terror ao estilo antigo, porém mal realizada, feita para a TV em produção canadense modesta. Um projeto para as Forças Armas cria vespas genéticamente modificadas, e elas atacam uma pequena cidade dos EUA. A xerife local precisa dar um jeito de resolver a situação, com a ajuda do cientista responsável.
 

 


A IRA (The Rage, 2007)

Direção de Robert Kurtzman.

(Precinct 13 Entertainment).

Um cientista que detesta a civilização capitalista moderna, resolve criar um virus capaz de fazer as pessoas sentirem muita raiva. Para isso, utiliza pessoas em um laboratorio escondido em uma floresta, mas as pessoas escapam. Um abutre come o corpo com o virus de uma delas, iniciando mutações nas aves, que se tornam devoradoras de humanos. Uma ideia antiquada e mal produzida. O filme foi apresentado no Fantaspoa (Festival de Cinema Fantástico de Porto Alegre).