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MAIS HISTÓRIAS DE DROGAS NA FC

ESPECIAIS/VE ESTADOS ALTERADOS

autorGilberto Schoereder
publicado porGilberto Schoereder
data28/03/2020
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Conheça várias histórias de ficção científica que lidam com o tema das drogas, em romances e em contos.

A seguir, mostramos várias histórias de ficção científica que lidam com o tema das drogas, em romances e em contos.
As histórias estão apresentadas na ordem cronológica de publicação.

 

THE ROGER BACON FORMULA (1929)
Fletcher Pratt e Irvin Lester.

Amazing Stories de janeiro de 1929 (capa de Frank R. Paul, referente ao conto The Sixth Glacier, de Steve Benedict).

Conto publicado na edição de janeiro de 1929 da Amazing Stories. Um estudioso encontra um manuscrito perdido de Roger Bacon, o filósofo franciscano que, em tempos mais recentes, foi associado à magia. No texto, ele descreve a fórmula de uma droga chamada mandragordeum, que possibilita que a mente se destaque do corpo. O homem experimenta e realiza uma viagem a Vênus, que só termina quando o efeito da droga acaba. Apesar da tentação em usá-la novamente, ele evita, achando que poderá ficar viciado, de tão nítidos foram os detalhes de sua viagem.

 


 

THE DIABOLICAL DRUG (1929)
Clare Winger Harris.

Ilustração interna do conto The Diabolical Drug (sem crédito ao autor), em Amazing Stories (maio, 1929).


Conto publicado na edição de maio de 1929 da Amazing Stories. Segundo algumas fontes, Clare Winger Harris foi a primeira mulher a publicar histórias de FC nas revistas usando seu próprio nome e não um pseudônimo.
Um cientista desenvolve um produto químico que desacelera a voltagem da atividade elétrica do cérebro e, com isso, ele pretende parar o processo de envelhecimento. Ele faz uma experiência com uma mulher por quem se interessa e que é seis anos mais velha, mas ela fica num estado de imobilização que ele não consegue reverter. Assim, ele usa a droga em si mesmo e os dois entram em um estado de animação suspensa.


 

 

THE LITERARY CORKSCREW (1934)
David H. Keller.

Wonder Stories de março de 1934 (capa de Frank R. Paul, referente ao conto Children of the Ray, de J. Harvey Haggard).

Conto publicado na edição de maio de 1934 da Wonder Stories. Um escritor descobre que só consegue escrever quando está sentindo dores físicas, de modo que pede à esposa que enfie um saca-rolhas em suas costas. Como ele não consegue aguentar a dor por muito tempo, acaba procurando um médico, que lhe diz que não se trata da dor, mas sim de alguns hormônios produzidos como resposta à dor. A partir disso, o médico consegue sintetizar uma droga que torna mais fácil a escrita e ele mesmo a experimenta, e escreve um best-seller.

 

 

 

HE NEVER SLEPT (1934)
John Russell Fearn.

Astounding Stories de junho de 1934 (capa de Howard V. Brown).

Conto publicado na edição de junho de 1934 da Astounding Stories. Um cientista consegue desenvolver uma droga que elimina a necessidade de sono. O narrador da história toma a droga e tem sua capacidade de percepção ampliada, conseguindo penetrar profundamente em sua própria mente e conhecer o processo de criação dos sonhos. Eventualmente, ele fica exausto, mas incapaz de desistir de usar a droga e aguarda com ansiedade sua morte como a única maneira de livrar-se dos efeitos da droga.

 

 

 

THE CONTROL DRUG (1934)
Benson Herbert.

Wonder Stories de novembro de 1934 (capa de Frank R. Paul, ilustrando a história One Prehistoric Night, de Philip Barshofsky).

Conto publicado na edição de novembro da Wonder Stories. Um cientista desenvolve uma droga baseada no gás xenônio. Como resultado, ela produz uma sensação de livrar-se do corpo material e ter visões paradisíacas. Mas o cientista descobre que, na verdade, ela provoca terríveis efeitos a longo prazo, libertando emoções que vêm sendo controladas e suprimidas ao longo da vida, deixando a pessoa sem qualquer controle. Assim, ele resolve destruir a droga.


 

 

 

THE PLUTONIAN DRUG (1934)
Clark Ashton Smith.

Amazing Stories de setembro de 1934 (capa de Leo Morey).

Conto publicado na edição de setembro de 1934 da Amazing Stories. A droga chamada plutonium do título é um pó trazido de Plutão por exploradores espaciais que causa um transtorno na percepção do tempo; ela permite que o usuário transforme o tempo em espaço e realize viagens psicodélicas. A pessoa regride cinco ou seis horas no passado.

 

 

 

 

THE TRUTH GAS (1935)
Edmond Hamilton.

Wonder Stories de fevereiro de 1935 (capa de Frank R. Paul, ilustrando o conto The Robot Aliens, de Earl Binder and Otto Binder).

Conto publicado na edição de fevereiro de 1935 da Wonder Stories. Um cientista entende que todo tipo de pecados e crimes têm origem nas mentiras. Assim, ele desenvolve uma droga, que consegue soltar na atmosfera, que torna as mentiras impossíveis. O resultado é um caos social, de modo que ele precisa inventar um antídoto.

 


 

 

 

EMOTION SOLUTION (1936)
Arthur K. Barnes.

Wonder Stories de abril de 1936 (capa de Frank R. Paul, ilustrando o conto The World of Singing Crystals, de Thomas S. Gardner).

Conto publicado na edição de abril de 1936 da Wonder Stories. Um cientista entende que as emoções são um obstáculo ao desenvolvimento pleno da inteligência e, para resolver o “problema”, ele desenvolve um líquido que destrói o centro das emoções do cérebro, colocando-o o sistema de distribuição de água da Califórnia. O resultado não é o que ele esperava, resultando em uma sociedade sem energia e vontade de viver.

 


 

 

EMOTION GAS (1936)
George F. Gatter.
Outro conto publicado na edição de abril de 1936 da Wonder Stories. Um produtor teatral resolve aumentar a atração de uma comédia utilizando discretamente um gás que causa euforia na audiência que, assim, fica convencida de ter assistido a um espetáculo engraçadíssimo. As coisas saem errado quando, em uma das apresentações, ele erra na dose do gás, amplificando não apenas a euforia, mas também causando momentos de depressão.

 

THE GLOWWORM FLOWER (1936)
Stanton A. Coblentz.

Astounding Stories de junho de 1936 (capa de Howard V. Brown, ilustrando o conto The Shadow Out of Time [no Brasil, Sombras Perdidas no Tempo, em Um Sussurro nas Trevas], de H.P. Lovecraft).

Conto publicado na edição de junho da Astounding Stories. Uma viagem de exploração espacial inadvertidamente traz para a Terra os esporos de uma planta alienígena que consegue germinar em nosso planeta. A flor da planta tem um aroma intoxicante, induzindo ao coma e visões alucinatórias. Muitas pessoas na Terra tornam-se viciadas na planta, até que ela é erradicada, sua posse considerada ilegal, e até as missões espaciais são banidas para que o planeta não seja contaminado novamente.


 

 

THE HORMONE MENACE (1936)
Eando Binder.

Thrilling Wonder Stories de agosto de 1936.

Conto publicado na edição de agosto de 1936 da Thrilling Wonder Stories. Eando Binder é o pseudônimo dos irmãos Earl Andrew Binder e Otto Binder. Um cientista realiza experiências utilizando extratos das secreções endócrinas e transformam seres humanos em fantoches sem vontade própria, mas com força acima do comum e algumas habilidades mentais. Sua tentativa acaba quando agentes do governo conseguem entrar em seu laboratório.


 

 

 

THE TIME-DRUG (1938)
Charles F. Hall.

Tales of Wonder de 1938, edição 5 (capa de W.J. Roberts).

Conto publicado em 1938 na edição 5 da Tales of Wonder. Uma droga desenvolvida por um cientista misturando alcaloides e raízes cria um efeito psicodélico, além de permitir ao usuário viajar para o passado. Ele experimenta e vai cada vez mais para trás no tempo, até chegar à criação do universo.

 

 

 

 

 

GOLDEN NEMESIS (1941)
David A. Kyle.

Stirring Science Stories, fevereiro de 1941 (capa de Leo Morey).

Conto publicado em Stirring Science Stories em fevereiro de 1941. Um sujeito desenvolve uma droga com o objetivo de permitir que os humanos possam ter acesso e utilizar a capacidade total de seus cérebros, ganhando inteligência super-humana. Claro que ele experimenta em si mesmo e transforma-se em um gênio, mas apenas por alguns poucos dias, após o que morre de infarto, exausto pela “viagem” que teve. Segundo Robert Silverberg, a história é uma antecipação extraordinária dos efeitos extremos do LSD.

 

 

 

THE ABYSS (1948)
David H. Keller.

Capa de J. V. Baltadonis (1948).

História publicada em The Solitary Hunters and The Abyss. Um cientista consegue isolar um químico presente na mente dos psicóticos e, para realizar uma experiência, consegue drogar toda a cidade de Nova York distribuindo-a na forma de chiclete. O resultado é a psicose em massa e o colapso da civilização, com oito milhões de “cobaias” revertendo a uma cultura primitiva, com direito a lutas de gladiadores, um imperador, brutalidade e novas religiões. Tudo isso em trinta dias; depois desse período, os efeitos da droga cessam e as pessoas entram em coma, posteriormente acordando ilesas.


 

 

TROJAN HORSE LAUGH (1949)
John D. McDonald.

Astounding Science Fiction, agosto de 1949 (capa de Hubert Rogers).

Conto publicado em Astounding Science Fiction (Volume 43), em agosto de 1949. Um endocrinologista detecta um ciclo mensal dos seres humanos, alternando picos e depressões emocionais. Pensando em obter mais eficiência e harmonia na sociedade, ele desenvolve uma droga capaz de controlar e ajustar os ciclos das pessoas, de forma que elas tenham os picos e depressões emocionais ao mesmo tempo. Nada sai como ele deseja. As coisas vão bem durante a maior parte do ciclo, mas quando os níveis mais baixos ocorrem, desenvolve-se uma histeria em massa, com uma onda de suicídios e depressões que destroem a sociedade.

 

 

THE ELIXIR OF PEACE (1949)
Robert Moore Williams.

Amazing Stories, dezembro de 1949 (capa de Robert Gibson Jones, ilustrando o conto Moon of Battle, de J.J. Allerton).

Conto publicado em Amazing Stories, em dezembro de 1949. História com tom humorístico sobre uma droga tranquilizante utilizada em animais selvagens, como os leões, de modo que possam ser usados em filmes. A demonstração traz alguns problemas, e o diretor furioso usa a droga sem querer e é “amansado”.

 


 

 

 

OS MANIPULADORES (The Puppet Masters, 1951)
Robert A. Heinlein.

(Doubleday, 1951).

O tema central não diz respeito às drogas, mas a uma invasão alienígena à Terra. No entanto, Robert Silverberg lembra uma cena em que dois protagonistas decidem casar-se, mas têm apenas 24 horas para a lua de mel. Então, eles injetam a droga chamada tempus, que tem o efeito de expandir o tempo subjetivo, de modo que eles sentem como se tivessem passado um mês.
(Para mais sobre o livro, ver também a matéria O Sexo na Obra de Robert A. Heinlein).

 

 

 

 

THE ADDICTS (1952)
William Morrison.

Galaxy Science Fiction, janeiro de 1952 (capa de Don Sibley, referente à história The Demolished Man [no Brasil, com o título O Homem Demolido], de Alfred Bester).

Conto publicado em Galaxy Science Fiction, em janeiro de 1952. A história apresenta marido e esposa trabalhando em um farol em um asteroide entre a Terra e Marte. O marido fica viciado em uma droga chamada marak, o que o mantém em constante estado de euforia e torna qualquer conversa com a esposa impossível; ele se transforma em uma pessoa tão agradável que as discussões acabam antes de começar. Em segredo, o marido resolve dar à esposa uma dose grande da droga e fazer com que ela também fique viciada.

 

 

THE STOLEN MINUTE (1953)
Pierre Deavux e H.G. Viot.

Science Fiction Plus, junho de 1953 (capa de Alex Schomburg).
La Minute Dérobée (capa de Jean Navarre).

História publicada em duas partes em Science Fiction Plus (junho e agosto), tradução do original La Minute Derobée (1952), dos dois autores franceses.
Um físico molecular francês desenvolve uma droga chamada HSM, capaz de aumentar muito o metabolismo humano, ganhando mobilidade, velocidade e outras funções que chegam a ser aceleradas 100 mil vezes. Os protagonistas da história utilizam a droga para atingir suas ambições políticas.


 

 

TOMORROW AND TOMORROW (1956)
Hunt Collins.

Capa de Bob Lavin.
O Mundo de Amanhã (capa de António Pedro. Argonauta número 515, 2.000).

Livro também publicado com o título Tomorrow’s World. Em Portugal, com o título O Mundo de Amanhã. Hunt Collins é um dos pseudônimos do nova-iorquino Salvatore Albert Lombino. A história se passa em um futuro próximo no qual a Terra se vê dominada pela propaganda e pela televisão, com a sociedade vivendo um conflito entre dois grupos com pensamentos diferentes. Os Vics, integrantes do Movimento Vicariante, controlam a atividade editorial, o cinema e a televisão, utilizando-se amplamente dos narcóticos, do sexo e da publicidade para escapar da realidade. O grupo oposto, os Realistas, um movimento puritano austero e contrário a todo tipo de substâncias que alterem o funcionamento da mente, denunciam a forma de vida propagada pelos Vics como algo degradante.

 

THE YELLOW PILL (1958)
Rog Phillips.

Astounding Science Fiction, outubro de 1958 (capa de Frank Kelly Freas).

Conto publicado em Astounding Science Fiction. Um psiquiatra encontra um paciente que cometeu um crime e que, no momento do crime, tinha a ilusão de estar a bordo de uma espaçonave, defendendo-se de homens-lagarto de Vênus. O sujeito insiste que a realidade não é o que o psiquiatra vê e que se ele tomar a “pílula amarela” ele vai conhecer a verdade. O psiquiatra encontra uma garrafa de pílulas amarelas em seu armário e descobre que as pílulas servem como uma espécie de ligação entre duas realidades.

 

 

 

LARANJA MECÂNICA (A Clockwork Orange, 1962)
Anthony Burgess.

Capa de Larry Turin (W. W. Norton & Company, 1962).

O livro clássico de Anthony Burgess, também levado ao cinema por Stanley Kubrick em 1971, seguindo a história do jovem Alex, em um futuro próximo. As drogas aqui surgem misturadas com leite, que os usuários tomam em leiterias, preparando-se para a ultraviolência. As drogas também são utilizadas quando Alex é preso e condenado, ajudando na lavagem cerebral realizada para eliminar sua tendência violenta. As drogas incluem barbitúricos, opiáceos, mescalina sintética e LSD.
(Ver mais sobra a obra na matéria Utopias e Distopias Modernas).

 

 

 

A TERRA DOS SONHOS FELIZES (The Dreaming Earth, 1963)
John Brunner.

New Worlds Science Fiction, junho de 1961 (capa de Brian Lewis).
Capa de John Schoenherr (Pyramid Books, 1963).

Publicado originalmente em três partes, em New Worlds Science Fiction (junho, julho e agosto de 1961), com o título Put Down This Earth. Aqui, a droga que toma conta do planeta também funciona como um veículo de comunicação e transporte para outra realidade ou dimensão.

 

 

 


 

 

COME WHERE MY LOVE LIES DREAMING (1964)
Doris Pitkin Buck.

The Magazine of Fantasy and Science Fiction, fevereiro de 1964 (capa de Jack Gaughan, ilustrando a história The House by the Crab Apple Tree, de S. S. Johnson).

Conto publicado em The Magazine of Fantasy and Science Fiction, em fevereiro de 1964. A história é narrada em ritmo de humor, com ação situada no século 21 quando, para escapar aos horrores da vida, as pessoas utilizam certas pílulas que as transportam mentalmente à Era Mesozoica, criando a ilusão de que são dinossauros.


 

 

 

GREENPLACE (1964)
Tom Purdom.

The Magazine of Fantasy and Science Fiction, novembro de 1964 (capa de Ed Emshwiller, ilustrando a história The Third Coordinate, de George J. W. Goodman e Winthrop Knowlton).

Conto publicado em The Magazine of Fantasy and Science Fiction. A história apresenta a droga chamada MST, um energético psíquico que multiplica a capacidade de observação e a qualidade do pensamento humano. Um psicólogo, utilizando a droga para fazer uma pesquisa para um congressista que quer se reeleger, descobre as técnicas psicológicas assustadoras que são utilizadas para manter um bairro sob controle.

 

 

 

THE FINAL CIRCLE OF PARADISE (1965)
Arkadi e Boris Strugatsky.

Capa de Larry Kresek (DAW Books, 1976).

Publicado originalmente na União Soviética em 1965, e em inglês em 1976. Apresenta o engenheiro espacial Ivan Zhilin, que já tinha sido o protagonista do livro Space Apprentice (1962). A droga em questão é chamada slug, e é bem diferente das drogas convencionais uma vez que é apresentada na forma de um pequeno componente eletrônico prateado que pode ser conectado a um aparelho doméstico. O efeito é devastador, uma vez que ela gera uma realidade artificial que acaba sendo mais intensa do que a realidade em que o usuário vive. As pessoas tornam-se viciadas e ficam cada vez mais tempo inconscientes, experimentando essa outra realidade, até que morrem por exaustão nervosa ou por hemorragia cerebral. O personagem percebe que se o slug tornar-se amplamente conhecido e utilizado por milhões de pessoas, será o fim do progresso e a destruição da humanidade.

 

DUNA (Dune, 1965)
Frank Herbert.

Capa de Bruce Pennington (New English Library, 1972).

A melange, ou especiaria, utilizada em Duna, certamente está entre as drogas mais conhecidas da ficção científica. Produzida a partir dos gigantescos vermes que existem nos desertos do planeta, ela tornou-se a droga mais cobiçada do universo, fonte de imensa riqueza, capaz de induzir estados de transe que, para alguns, podem tornar-se proféticos, ou formas de acessar os futuros possíveis de acontecer. Mais do que isso, também é essencial para a realização das viagens espaciais interplanetárias, utilizadas para ajudar a abrir os caminhos de um ponto do universo a outro, anos-luz distante.
É fácil perceber que, com um produto com essas propriedades, trava-se uma luta intensa por seu controle e produção. Portanto, representa tanto a obtenção de poder quanto a possibilidade de obter uma visão transcendental do cosmo.
(Ver mais na material Novas Religiões).

 

 

I REMEMBER OBLIVION (1966)
Henry Slesar.

The Magazine of Fantasy and Science Fiction, março de 1966 (capa de Gray Morrow, ilustrando a história Angels Unawares, de Zenna Henderson).

Conto publicado em The Magazine of Fantasy and Science Fiction. A droga apresentada na história é utilizada como parte de um processo para a reconstrução da personalidade de criminosos.

 

 

 

 

 

 

À BEIRA DO FIM (Make Room! Make Room!, 1966)
Harry Harrison.

SF Impulse, agosto de 1966 (capa de Keith Roberts).
Capa de Richard Powers (Berkley Medallion, 1967).

História publicada originalmente em três partes em SF Impulse (agosto, setembro e outubro de 1966). O autor apresenta a cidade de Nova York do ano “futuro” de 1999 com 35 milhões de habitantes, e as formas escolhidas como as mais comuns para fugir do estresse são o LSD e a maconha.
(Ver mais sobre o livro e o filme nas matérias Gente Saindo Pelo Ladrão e Utopias e Distopias Modernas).

 

 

 

 

 

THE NIGHT THAT ALL TIME BROKE OUT (1967)
Brian W. Aldiss.

(Capa de Diane Dillon e Leo Dillon. Doubleday, 1967).

Conto publicado na coletânea Dangerous Visions (1967), editada por Harlan Ellison. Aldiss imaginou um “gás do tempo”, uma droga que possibilita a quem a inalar transportar-se para o passado, para qualquer período de suas próprias vidas. O gás é fornecido diretamente para as residências por meio de canalização, só que um acidente faz com que ocorra um grande vazamento, fazendo com que a civilização inteira regrida para tempos pré-históricos.

 

 

 

ONE MILLION CENTURIES (1967)
Richard Lupoff.

Capa de Jack Gaughan (Lancer Books, 1967).

Um homem do século 20 vai parar em um futuro distante no qual as pessoas costumam mascar uma droga alucinógena chamada samra. Uma mulher apresenta a droga a ele, que percebe que ela produz uma experiência visionária na qual ele pode observar o nascimento e a morte do sistema solar.

 

 

 

 

 

 

CRIPTOZÓICA (Cryptozoic, 1967)
Brian W. Aldiss.

 

CARCINOMA ANGELS (1967)
Norman Spinrad.
Outro conto publicado na coletânea Dangerous Visions. Um paciente com câncer terminal utiliza doses maciças de drogas alucinógenas e consegue atingir um estado mental no qual ele é capaz de entrar em seu próprio corpo e travar batalhas psíquicas contra as células cancerígenas. Ele consegue destruí-las, mas fica incapacitado de voltar à consciência. Ele é enviado a uma instituição mental, preso em seu próprio corpo.

 

PARASITAS DA MENTE (The Mind Parasites, 1967)
Colin Wilson.
As drogas, no caso a mescalina e o LSD, não são o ingrediente central da história, mas são o que leva à percepção da existência dos “parasitas da mente” do título.
(Ver mais na matéria Os Primeiros Extraterrestres).

 

THE SANTAROGA BARRIER (1968)
Frank Herbert.

Capa de Paul Lehr (Berkley Medallion, 1968).

História publicada originalmente em três partes em Amazing Stories (outubro, novembro e dezembro de 1968). A droga apresentada aqui é chamada jaspers, uma droga psicodélica mais poderosa do que o ácido, estimulando um sentido de comunidade e de conexão com todos os aspectos do universo. A história apresenta o psicólogo Gilbert Dasein, contratado por uma grande corporação para investigar uma cidade da Califórnia, Santaroga, na qual todas as campanhas de marketing parecem não ter qualquer efeito. Os habitantes não são hostis ou xenófobos; eles apenas não têm qualquer interesse nos novos negócios que são abertos na cidade. O psicólogo descobre a droga jaspers, que é adicionada à comida e bebida, tornando as pessoas muito mais lúcidas e, provavelmente, agindo como uma única mente. Alguns “acidentes” começam a ocorrer com o psicólogo e ele entende que se trata de um Id comunitário que se sente ameaçado por sua presença.


 

 

 

THE FINAL PROGRAMME (1968)
Michael Moorcock.

Capa de Bob Haberfield (Mayflower, 1973).

Aqui as drogas alucinógenas são utilizadas de várias formas, como um gás LSD que serve como um aparelho de defesa e para confundir a mente de ladrões. Segundo Robert Silverberg apontou, o uso mais convencional de drogas, seja como eufóricos ou alucinógenos, é frequente no livro.
David Pringle selecionou o livro em seu Science Fiction: The 100 Best Novels, dizendo que alguém só poderia tentar descrever The Final Programme, e não analizá-lo. “Grande parte dele, particularmente os últimos dois terços, é ricamente divertido, mesmo que seja absolutamente desconcertante. Não é exatamente uma sátira e nem parece cínico: é uma comédia de desespero, um romance Pop-Art, todo fachada e aparência, que captura muito bem o clima de sua época”.
(Ver mais sobre o livro e filme na matéria Novas Visões).

 

 

 

BEM-VINDO À CASA DOS MACACOS (Welcome to the Monkey House, 1968)
Kurt Vonnegut.
Conto publicado originalmente na revista Playboy (janeiro de 1968) e depois incluído na coletânea com o mesmo título.
(Ver mais na matéria Um Mundo de Utopias e Distopias).

 

CAMP CONCENTRATION (1968)
Thomas Disch.

Primeira parte de Camp Concentration publicada em New Worlds (capa reproduzindo desenho de M.C. Escher).
                                                                                           Primeira edição, com capa de Ken Reilly (Hart-Davis, 1968).
Capa de Peter Goodfellow (Panther-Granada, 1977).

História publicada original em quatro partes em New Worlds Speculative Fiction (julho, agosto, setembro e outubro de 1967). O livro é apresentado na forma do diário de um poeta enviado ao Campo Arquimedes, em um futuro próximo, onde observa e registra o que acontece durante uma experiência sendo realizada no local. O campo é secreto e dirigido pelos militares, recebendo prisioneiros militares e pessoas como o poeta, que se opõem à guerra sendo travada pelo governo dos EUA. Alguns voluntários submetem-se ao experimento com uma droga chamada Pallidine, que tem a função de ampliar a inteligência. A droga é derivada do organismo que causa a sífilis, e ela realmente aumenta a inteligência, porém, após nove meses, ela destrói seus corpos com a doença, e as pessoas tornam-se cada vez mais insanas.

 

THE EYE OF THE LENS (1968)
Langdon Jones.

Capa de Richard Jones (Macmillan, 1972).

Conto publicado originalmente em New Worlds (março de 1968), e depois na coletânea com o mesmo título (1972), que reúne vários contos do autor publicados na revista. Tanto Robert Silverberg quanto David Pringle disseram que se trata de uma história de vanguarda. Silverberg disse que o conto “(..) tenta descrever vários modos de percepção cinemáticos e psicodélicos, e inclui uma cena psicodélica explícita em uma catedral britânica de um futuro próximo onde ocorrem rituais religiosos alucinatórios”. Para Pringle, o conto é “(...) poderoso de uma forma misteriosa e kafkaniana”.

 

 

 

 

BUG JACK BARRON (1969)
Norman Spinrad.

New Worlds, dezembro de 1967, com a primeira parte de Bug Jack Barron (capa de Christopher Finch e Charles Platt).

Originalmente apresentado em New Worlds, em seis partes (de dezembro de 1967 a outubro de 1968). As drogas, aqui, compõem o pano de fundo da história situada em um futuro próximo; maconha e LSD são legalizadas e consumidas por grande parte da população.
O livro causou imensa polêmica, já na época em que foi publicado em capítulos na revista New Worlds, a mais famosa revista inglesa da época, editada pelo escritor Michael Moorcock e um dos marcos da chamada new wave da ficção científica. Segundo John Clute, apesar de Spinrad já ter apresentado trabalhos interessantes antes deste, foi com Bug Jack Barron “(...) que ele causou seu maior impacto no mundo protegido da FC, cuja risível estreiteza de horizontes, quando confrontada com esse romance não particularmente chocante, ficou demonstrada por Sam J. Lundwall em seu Science Fiction: What It’s All About (1969), no qual Bug Jack Barron é descartado como sendo ‘praticamente uma coleção de obscenidades’.”
George Mann (em The Mammoth Encyclopedia of Science Fiction) diz que o livro é essencialmente a história de uma estrela da mídia, Jack Barron, que usa sua influência para expor a corrupção de uma imensa corporação que está tentando encontrar a chave para a imortalidade. “No entanto”, diz Mann, as cenas sexuais explícitas e a linguagem pesada da história criaram um pequeno pânico moral que fez com que a revista fosse retirada das vendas por uma distribuidora líder de vendas, o que levou inevitavelmente a uma grande queda nas vendas. Hoje, o romance não parece especialmente verdadeiro ou ousado, e mesmo na época só foi considerado escandaloso dentro do mundo protegido da FC”.

                                                                                                                              Capa de Jack Gaughan para a primeira edição (Walker & Co., 1969).

Para John Clute, o fato de mostrar a América como um Teatro do Absurdo apocalíptico, badalado e obcecado com o sexo, faz com que o texto pareça menos ficção científica do que fabulação. “Em certos pontos, o estilo ‘marreta’ é compatível com o conteúdo; e o tratamento dado às mulheres faz com que o livro perca parte do interesse positivo que seu cinismo brilhante a respeito de estruturas de poder dominadas por homens poderia merecer”.
Em seu livro Science Fiction: The 100 Best Novels, David Pringle diz que Bug Jack Barron só poderia ter sido publicado na revista New Worlds, de Michael Moorcock. “Nenhuma revista de FC americana”, ele diz, “teria ousado tocar na história”. Ele estabelece um contraste com a publicação anterior da revista, Camp Concentration, de Thomas Disch, que representou a new wave americana no que ela tinha de mais urbano, brilhante e “civilizado”, enquanto a história de Spinrad era mais crua. “É uma história sobre política, grandes negócios e televisão nos EUA de um futuro próximo, e tem algumas coisas duras a dizer sobre o poder e a corrupção – mas o que a tornou inovadora é que foi a primeira história de FC a usar profusamente obscenidades de quatro letras e a descrever atos sexuais em detalhes explícitos”.

 

BAREFOOT IN THE HEAD (1969)
Brian W. Aldiss.

(Ace Books, 1972. Sem crédito de capa, mas provavelmente por Leo & Diane Dillon).

O livro é o que se chama fix-up, um romance composto a partir de contos, no caso as histórias: Just Passing Through (1967), publicado em SF Impulse; Multi-Value Motorway (1967), em New Worlds; Still Trajectories (1967), em New Worlds; The Serpent of Kundalini (1968), em New Worlds; Drake-Man Route (1968), New Worlds; Auto-Ancestral Fracture (1967), em New Worlds; Ouspenski’s Astrabahn (1969), em New Worlds.
Apresenta a Europa em um futuro próximo, quando o continente é bombardeado pelo Kuwait; as bombas dispersam drogas psicodélicas, sem cheiro e sem sabor, e muito potentes, de modo que praticamente toda a Europa se encontra em uma interminável viagem de LSD, uma vez que os efeitos colaterais das drogas são impossíveis de serem erradicados. Como explica Robert Silverberg, “A sociedade industrial decompõe-se, a razão é extinta, e o romance em si dissolve-se em uma fantasmagoria verbal joyceana enquanto a antiga sociedade dá lugar a uma em que a insanidade é a norma”.
David Pringle disse que, talvez, o livro seja o exemplo mais extremo da FC inglesa da new wave.
 

 

A DANÇA DO SOL (Sundance, 1969)
Robert Silverberg.

Capa de Anthony Sini (Macmillan, 1970).

Conto publicado originalmente em The Magazine of Fantasy and Science Fiction (junho de 1969) e, posteriormente, na coletânea do próprio Silverberg, Rumo à Estrela Negra (The Cube Root of Uncertainty, 1971). A história apresenta exploradores terrestres em um mundo distante, arrasando com uma raça local semi-inteligente. O personagem central, que tem ancestrais nos indígenas norte-americanos, percebe que um genocídio está em curso e resolve participar dos rituais dos alienígenas, o que inclui usar uma planta alucinógena que induz um sentido imenso de comunhão racial.


 

 

HOW IT WAS WHEN THE PAST WENT AWAY (1969)
Robert Silverberg.

Capa de Barry Martin (Meredith Press, 1969).

Conto publicado originalmente na coletânea Three For Tomorrow, e posteriormente na coletânea do próprio autor, Earth’s Other Shadow (1973). A história situa-se no ano então futuro de 2003, quando uma pessoa resolve despejar uma droga causadora de amnésia no sistema de distribuição de água de San Francisco. Em questão de horas, quase todas as pessoas da cidade perdem a memória, com o efeito durando vários dias. O conto apresenta as reações de vários personagens e, ao final, uma pessoa consegue obter um suprimento da droga e pretende criar um “culto do esquecimento”.

 

 

 

THE WEED OF TIME (1970)
Norman Spinrad.

Capa de Anita Siegel (Doubladay, 1970).

Publicado originalmente na coletânea Alchemy and Academe, editada por Anne McCaffrey. Uma missão de exploração ao quinto planeta de Tau Ceti descobre uma planta com propriedades psicodélicas inusitadas. Ela é capaz de derrubar a percepção linear do tempo e permitir que a pessoa veja todos os momentos de sua vida simultaneamente. As sementes da planta são levadas à Terra e são férteis em nosso ambiente, tornando-se de uso comum entre os terrestres.


 

 

 

PULSE (1971)
James Benford.

Fantastic, agosto de 1971 (capa de Paula McLane, ilustrando o conto Pulse).

Conto publicado em Fantastic (agosto de 1971). Uma jovem conta ao psicoterapeuta sua viagem de LSD, quando teve uma visão de outro mundo com formações geológicas e flora estranhas. Ela insiste em dizer a ele que não foi apenas uma ilusão causada pela droga, mas que ela realmente foi transportada ao local. E enquanto ela fala sobre o local, o médico também se vê transportado ao mesmo ambiente, sem ter usado drogas.

 

 

 

 

SKY (1971)
R.A. Lafferty.

Capa de Nick Aristovulos (Doubleday, 1971).

Conto publicado na coletânea New Dimensions 1, editada por Robert Silverberg. O sky do título é o nome da droga de uma civilização futura, derivada do cogumelo amanita, que dá ao usuário uma sensação de união com o cosmo. Ela é utilizada em especial por paraquedistas durante a queda, e os efeitos vão se tornando cada vez mais fortes, até que eles deliberadamente deixam de abrir os paraquedas e morrem ao atingir o chão.

 

 

 

DOWN THE DIGESTIVE TRACT (1971)
Robert Sheckley.

Capa de Margo Herr (Doubleday, 1971).

Conto publicado originalmente em Galaxy Magazine (fevereiro de 1971) e depois na coletânea do autor Can You Feel Anything When I Do This? Um químico dá a seu amigo uma mistura de drogas alucinógenas, e os dois esperam que as alucinações “batam”. Os dois não são humanos, mas alienígenas com características de insetos e répteis, e a alucinação consiste em se transformar em um ser humano vivendo no mundo contemporâneo.

 

 

 

 

O INCRÍVEL CONGRESSO DE FUTUROLOGIA (Kongres Futurologiczny, 1971)
Stanislaw Lem.

Capa: reprodução de Old Man Figuring (1929) de Paul Klee (Seabury Press, 1974).

Uma das várias histórias alucinadas de Stanislaw Lem com o personagem Ijon Tichy que, aqui, é enviado ao Oitavo Congresso Futurológico Mundial na Costa Rica, congresso que, teoricamente, deveria lidar com a questão da superpopulação mundial. Em sua primeira noite no hotel, Tichy bebe água da torneira e entra em uma viagem alucinógena. No dia seguinte, ele percebe que o governo drogou o suprimento de água com um produto que deixa as pessoas afáveis e benevolentes.
Ele passa por uma série de situações absurdas, sob efeito da droga, sem saber muito bem se o que está vivendo é realidade ou não, incluindo seu corpo ser congelado e revivido no futuro ainda mais distante, encontrando uma sociedade na qual as drogas regulam todo tipo de atividades.
Um dos melhores momentos de humor da ficção científica, ainda que baseado em situações totalmente absurdas.
A história foi adaptada para o cinema em O Congresso Futurista (The Congress, 2013), com direção de Ari Folman, mas com pouca relação com a história de Stanislaw Lem.

 

THE FOURTH PROFESSION (1971)
Larry Niven.

Capa de Martin Last (Paperback Library, 1971).

Conto publicado em Quark/4 (1971) e em The 1972 Annual World’s Best SF (1972). Seres alienígenas conhecidos como Monks (monges) chegam à Terra e distribuem uma série de pílulas estranhas, uma das quais amplia a inteligência, outra destrói a memória e outra induz o transporte instantâneo de um local a outro. A história lida com os efeitos dessas e outras drogas fornecidas pelos aliens e suas motivações para tal.

 

 

 

 

 

NO DIRECTION HOME (1971)
Norman Spinrad.

(Sphere Books, 1971).

Conto publicado em New Worlds Quarterly 2 (1971) e depois em The Best Science Fiction of the Year (1972). História situada nos EUA do futuro em que tipo de drogas psicodélicas, algumas ainda não conhecidas, são consideradas legais e utilizadas por toda a sociedade. Como informa Robert Silverberg, o conto faz especulações detalhadas de como poderá se formar uma indústria legalizada de drogas psicodélicas e quais tipos de drogas poderão existir no futuro.


 

 

 

 

MY HEAD’S IN A DIFFERENT PLACE, NOW (1972)
Grania Davis.

Capa de Dean Ellis (Ace Books, 1972).

Um jovem casal americano cansado da vida em uma grande cidade viaja à selva da América Central procurando uma tribo primitiva que utiliza drogas. Encontram um local que mais parece um Jardim do Éden no qual os nativos parecem felizes, ainda que dominados pelo medo de criaturas sobrenaturais. Os americanos usam um cogumelo que encontram próximo à aldeia e têm contato telepático com animais, insetos e plantas.

 

 

 

 

 

TIME TRAVEL FOR PEDESTRIANS (1972)
Ray Nelson.
Conto publicado na coletânea Again, Dangerous Visions, editada por Harlan Ellison. O personagem central entra em uma viagem alucinatória após usar sementes de flores esmagadas e técnicas de auto-hipnose, de forma que sua consciência percebe existências passadas. Mentalmente, ele viaja para a Europa medieval, ao Egito logo após o tempo de Jesus e outras épocas.

 

UMA PEQUENA MORTE (Dying Inside, 1972)
Robert Silverberg.

Capa de Jim Burns (Bantam Books, 1984); e capa de Jerry Thorp (Charles Scribner's Sons, 1972).

A história lida com poderes telepáticos e a perda deles pelo personagem que narra a história. Em uma passagem, ele fala sobre como, em 1968, um relacionamento amoroso terminou depois que ele e sua namorada tomaram LSD juntos, e a “viagem” resultante teve o efeito inesperado de abrir um canal telepático entre eles.
(Ver também a matéria Poderes Naturais).


 

 


 

A CHEGADA EM DARKOVER (Darkover Landfall, 1972)
Marion Zimmer Bradley.
Não foi o primeiro livro da série, mas apresenta a chegada dos terrestres ao planeta Darkover. Em grande parte, lida com o fenômeno planetário, um pólen com efeitos psicodélicos nos humanos e que produz, entre outros efeitos, o desenvolvimento de poderes psíquicos.
(Ver mais sobre a série Darkover na matéria Poderes Construídos).

Abaixo: Capa de Jack Gaughan (DAW Books, 1972); capa de Melvyn Grant (Arrow Books, 1978); capa de George Barr (DAW Books, 1976).

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

THE STONE THAT NEVER CAME DOWN (1973)
John Brunner.
História situada nos anos 1980, quando o mundo está à beira de Terceira Guerra Mundial, e uma nova droga é desenvolvida, a VC (viral coeficient, ou coeficiente viral), que tem a capacidade de intensificar a percepção e aumentar a inteligência e a memória. Em um ambiente propício, ela ainda tem a capacidade de se multiplicar, como faz um organismo vivo. Um professor desempregado recebeu uma dose experimental da droga e, depois que ele faz uma doação de sangue, acaba espalhando a droga pelo mundo, o que provoca uma verdadeira epidemia de sanidade, inclusive nos líderes mundiais. O resultado é que a guerra não acontece e as nações do planeta começam os preparativos para estabelecer uma sociedade mais racional.

Abaixo: Amazing Science Fiction, outubro de 1973 (capa de Jeff Jones); capa de Roger Zimmerman (Doubleday, 1973); capa de Frank Kelly Freas (DAW Books, 1975).

 

THE R-MASTER (1973)
Gordon R. Dickson.
A droga que surge nesse livro é a Reninase-47, com a propriedade de aumentar a inteligência, e que começa a ser amplamente utilizada a partir de meados do século 21. Um dos efeitos colaterais é que, às vezes, ela provoca danos imensos ao cérebro; e, em poucos casos, cria um “R-master”, um gênio. O personagem central toma a droga para ajudar o irmão, que também a usou e ficou com problemas mentais. Ele se torna um “mestre”, membro de um grupo de elite e, eventualmente, um líder revolucionário com ideias para transformar a sociedade.

Abaixo: (J.B. Lippincott, 1973); capa de Jack Gaughan (DAW Books, 1975).

 

THE SOFT KILL (1973)
Colin Free.

Capa de Vincent Di Fate (Berkley Medallion, 1973).

Um cientista trabalhando em uma estação orbital do futuro tira férias em uma cidade chamada HighTown, com uma população imensa e dominada por um governo totalitário que mantém as pessoas sob controle utilizando uma série de drogas tranquilizantes ou que causam euforia.

 

 

 

 

 

 

AS DREAMS ARE MADE ON (1973)
Joseph F. Pumilia.

Capa de Michael Kaluta (1973).

Conto publicado em Fantastic, em fevereiro de 1973. A droga apresentada no conto chama-se metamorphium, que tem o poder de tornar os sonhos em fantasias agradáveis. Um adolescente usa a droga e descobre que não apenas seus sonhos ficam mais interessantes, mas que sua namorada, que ele vê nos sonhos, também tem conhecimento de suas visões, indicando que pode haver uma comunicação telepática.

 


 

 

THE WEARIEST RIVER (1973)
Thomas N. Scortia.

Capa de Ken Braren (Trident Press).

Conto publicado na coletânea Future City. Um tratamento que torna as pessoas imortais é desenvolvido 350 anos no futuro. O resultado é uma superpopulação e um certo tédio, do qual as pessoas procuram escapar utilizando uma série de drogas. O personagem central é o inventor do “soro da imortalidade”, que gasta sua existência em uma busca sem fim por drogas ilegais, como forma de atenuar a culpa e o vazio que sente por ter tornado possível a imortalidade.

 

 

 

 

 

MERGULHO NO SUBCONSCIENTE (Altered States, 1978)
Paddy Chayefsky.
(Ver também a matéria Poderes Construídos).

 

O MOCHILEIRO DAS GALÁXIAS (The Hitchhicker’s Guide to the Galaxy, 1979)
Douglas Adams.

Capa de Peter Cross (Harmony Books, 1980).

A bebida chamada “dinamite pangaláctica” desenvolvida pelo personagem Zaphod Beeblebrox, ex-Presidente do Universo, geralmente é citada entre as principais drogas desenvolvidas em livros de ficção científica, no caso, um dos mais conhecidos trabalhos de humor no gênero, a série de livros de Douglas Adams. É a tradução de “Pan-galactic Gargle Blaster”, que talvez possa ser traduzido como “gargarejo explosivo pangaláctico”. O efeito da bebida foi descrito como ter seu cérebro esmagado por uma fatia de limão envolvendo uma grande barra de ouro.

 

 

 

O HOMEM DE DOIS MUNDOS (Man of Two Worlds, 1986)
Frank Herbert e Brian Herbert.

Capa de Fred Gambino (Gollancz, 1986).

A droga apresentada no livro humorístico do autor de Duna, escrito em parceria com seu filho, só tem algum efeito nos alienígenas apresentados na história, os dreens: é o manjericão, que eles chamam de bazeel, que torna os seres praticamente inúteis.

 


 

 

 

 

NEVASCA (Snow Crash, 1992)
Neal Stephenson.

 

VURT (1993)
Jeff Noon.

Capa de Stuart Hunter (Pan Books, 1994).

Primeiro livro do autor britânico, muito bem recebido pela crítica, apresentando uma versão alternativa da cidade de Manchester. A sociedade foi bastante transformada devido à utilização da droga chamada vurt, que permite o acesso a realidades alternativas ou paralelas, de tal modo que os sonhos, mitologias e, provavelmente, tudo o que a humanidade já imaginou, torna-se real e acessível com o uso da droga.
George Mann (em The Mammoth Encyclopedia of Science Fiction), diz que “Vurt é um classico moderno que explora os limites da realidade por meio de fantasias induzidas pelo uso da droga, descritas vividamente. Todo o romance é ambíguo acerca do que constitui a realidade; o texto inicia e termina com passagens que sugerem que toda a história é, na verdade, a fantasia de um jovem”.
O livro teve sequências: Pollen (1995); Automated Alice (1996) e Nymphomation (1997). Mann disse que no terceiro livro, Automated Alice, Noon desconstrói o clássico Alice no País das Maravilhas, de Lewis Carroll, com o autor afastando-se um pouco da FC em busca de outras formas literárias.
John Clute diz que vurt é uma droga que permite mudar de realidade e/ou um vídeo game; de qualquer forma, ela desestabiliza a percepção dos personagens, que podem estar acessando um ou vários mundos de realidade virtual.
O livro ganhou o Arthur C. Clarke Award, como melhor livro de 1994, e Jeff Noon ganhou o John W. Campbell Award de 1995, como melhor novo escritor.