Thomas Tryon era um ator razoavelmente conhecido quando escreveu esse livro, que se tornou um best-seller do terror, merecidamente. É um dos melhores livros do gênero na época, com uma história bem elaborada e criativa sobre os acontecimentos verificados numa casa de uma pequena cidade dos EUA, por volta de 1935, quando ocorre uma sucessão de mortes estranhas, envolvendo a atuação de dois jovens de 13 anos, os gêmeos Niles e Holland, um tido como um verdadeiro anjo, o outro com uma propensão a atividades extremamente cruéis. Ambos são instruídos pela avó russa nos mistérios do controle mental, sendo capazes de penetrar na mente de outros animais ou pessoas e, assim, saberem o que eles sentem e vêem. A mãe vive constantemente em seu quarto, abalada pela morte do marido, enquanto a narração centra-se em Niles, sempre referindo-se ao irmão e às coisas más que ele faz, inclusive à morte de um primo, de forma terrível, do bebê da irmã de criação e, provavelmente, do próprio pai. TT envolve o leitor numa trama de idas e vindas, do que pode ter acontecido e do que realmente aconteceu, deixando para os últimos capítulos as revelações mais importantes. Até lá, o leitor está sempre na dúvida quanto à realidade dos acontecimento. A história foi levada às telas em 1972, com direção de Robert Mulligan, e título A Inocente Face do Terror (The Other), que conseguiu ser ainda mais denso e aterrorizante do que o livro, tornando-se um dos clássicos do gênero.