Livros

Não Verás País Nenhum – 1981, Ignácio de Loyola Brandão. Codecri, 357 páginas.

Também publicado pela Global Editora (2007). Um dos principais escritores do Brasil conseguiu elaborar a mais conhecida obra de FC do país, uma distopia ao estilo do que de melhor já foi feito no gênero, que não perde a atualidade com o passar dos anos, mas, ao contrário, parece cada vez mais uma leitura apropriada. Sem se utilizar das experiências narrativas de seu livro mais famoso, Zero, porém continuando sua tradição de expor temas universais a partir de um ponto de vista nacional, Ignácio de Loyola Brandão compôs um cenário aterrorizante para o Brasil do futuro, atacado por um sol inclemente, com um governo ditatorial quase que invisível e impossível de ser detectado pelos cidadãos comuns. A Amazônia foi transformada num deserto e a população sofre com a imundície, a pobreza, o lixo nuclear e as mutações provenientes do descaso, as péssimas condições de vida e a falta de perspectivas. É um daqueles livros que “agarram” o leitor, propondo a discussão de questões bem atuais, como é de praxe nas distopias. Provavelmente, a melhor obra do gênero já escrita no Brasil.